Táxi ou Uber? Um comparativo dos preços das corridas em cinco cidades

Quanto custa andar de carro em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre?

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 ano
File illustration picture showing the logo of car-sharing service app Uber on a smartphone next to the picture of an official German taxi sign

Quanto custa andar de carro (e sem estar no banco do motorista) em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre? O Uber anunciou nesta sexta-feira (27) uma redução nos preços do serviço de transporte de passageiros, com o objetivo de aumentar a demanda por corridas. Será que compensa mais andar de táxi ou Uber? Nós fizemos as contas.

Entendendo as diferenças

Antes de mostrar os números, é importante entender algumas diferenças na tarifação.

No Uber, a corrida é uma soma da tarifa base (cobrada assim que você entra no carro), dos minutos gastos no trajeto e da distância percorrida em quilômetros. Nos táxis, também existe a bandeirada e a quilometragem, mas a tarifa por tempo, chamada de “hora parada”, é cobrada apenas quando o carro estiver parado, no semáforo ou em algum congestionamento, por exemplo.

Além disso, os táxis usam o conceito de bandeiras. Em determinados casos, como nos finais de semana, feriados municipais ou madrugadas, entra em vigor a bandeira 2, quando há um acréscimo de 20% a 30% na tarifa por quilômetro percorrido. Algumas cidades adotam regras ainda mais específicas: no Rio de Janeiro, por exemplo, o taxista está autorizado a cobrar bandeira 2 quando o destino for uma área com ladeiras.

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O Uber não possui “bandeiras”, mas preço dinâmico: quando muitas pessoas estiverem pedindo um Uber e não houver motoristas suficientes, a tarifa ganha um multiplicador (que pode ser de 1,3x ou 1,9x, por exemplo), tornando a corrida mais cara.

Segundo a empresa, isso é feito para equilibrar a demanda e garantir que todos consigam pegar um carro — quem quiser pagar mais pode solicitar um motorista imediatamente; quem julgar o preço muito alto pode pedir para que o aplicativo envie uma notificação quando a tarifa baixar.

No Brasil, o Uber oferece dois serviços. O UberBlack, mais caro, tem veículos mais confortáveis (normalmente sedãs médios, como Toyota Corolla, Honda Civic e Volkswagen Jetta com fabricação a partir de 2014), com bancos de couro e motoristas de terno e gravata. O uberX, mais popular, também é composto por carros econômicos novos, como Fiat Idea, Honda Fit e Peugeot 307, ou automóveis mais antigos, como um Toyota Corolla de 2009 ou Mitsubishi Pajero de 2008.

Os táxis também possuem uma frota de luxo, mas o serviço é mais restrito: em São Paulo, por exemplo, apenas 157 dos 33.974 táxis pertencem à categoria diferenciada. Normalmente, os táxis de luxo, que cobram aproximadamente 50% a mais nas corridas, ficam concentrados em locais de grande poder aquisitivo, como restaurantes caros e hotéis de alto padrão.

Os preços

Em São Paulo, cidade com a maior tarifa quilométrica (R$ 2,75), a escolha depende do trajeto que você fará, mas o uberX cobra sempre o menor preço. Em corridas mais longas, como do Parque Villa Lobos até o Zoológico de São Paulo (a 22 km de distância), até a tarifa do UberBlack pode sair mais barata que a do táxi comum de bandeira 1. Assim como em Brasília, em bandeira 2, quase sempre o UberBlack será mais barato que o táxi, e o uberX pode sair por menos da metade do preço.

Os cariocas, que pagam mais pela bandeirada, mas menos pela distância percorrida, têm mais vantagem no uberX, tanto em corridas curtas quanto longas. Um trajeto do Museu de Arte Moderna até a Central do Brasil (4 km) custaria R$ 14 de táxi, ou de R$ 8 a 10 no uberX. O UberBlack, por sua vez, cobra uma tarifa semelhante à bandeira 2 dos táxis comuns.

Em Belo Horizonte, o UberBlack é mais barato que o táxi de bandeira 2 em quase todas as situações, podendo sair menos que o táxi de bandeira 1 quando não houver congestionamento ou azar com semáforos fechados. Nos finais de semana ou nas madrugadas, mesmo se não houver uberX por perto, o Uber continuará sendo uma opção mais interessante que os táxis.

Na capital gaúcha, que recebeu o Uber recentemente, a única modalidade disponível é o uberX. Tanto em corridas curtas quanto longas, os preços dos táxis são significativamente mais altos: eles chegam a cobrar até 40% a mais pelo mesmo trajeto, inclusive em bandeira 1. Nos domingos, feriados, noites de sábado e madrugadas, andar de táxi em Porto Alegre pode sair o dobro do preço.

Conclusão

O uberX possui os menores preços em todas as cidades, com tarifas de 15% a 50% menores que a dos táxis comuns. Já o UberBlack é mais vantajoso apenas em situações de bandeira 2, com exceção de Belo Horizonte, onde o serviço chega a sair mais em conta que o táxi de bandeira 1 em corridas mais longas.

Há casos específicos, como em São Paulo, onde há adicional de 50% de viagens metropolitanas no táxi e qualquer modalidade do Uber sai significativamente mais barata. Uma corrida de táxi da Avenida Paulista para o Aeroporto de Guarulhos, por exemplo, pode sair R$ 130 em bandeira 1. Como o Uber não cobra a tarifa de deslocamento, o uberX sai por uma fração do valor (de R$ 46 a 62) e o UberBlack também (de R$ 73 a 96).

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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