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Não é o seu aviãozinho de controle-remoto

11 anos atrás

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Durante a Segunda Guerra Mundial a RAF perdeu 57 mil homens. Isso é gente do que todos os soldados americanos mortos em 20 anos de guerra no Vietnã. Só que um aviador é muito mais caro, trabalhoso de treinar e especializado do que um pescador de camarão que você dê um M16 e solte no meio do mato.

A maior parte dessas perdas foi das esquadrilhas de bombardeiros, 44% dos tripulantes foram mortos em serviço. A chance de não voltar para casa em uma missão era de 4%. O dobro da dos ônibus espaciais, aquelas Armadilhas da Morte.

Hoje tenta-se resolver isso com tecnologia. Vôos de reconhecimento estão sendo substituídos por aviões não-tripulados. Missões de ataque no Afeganistão também já são comandadas por gente em confortáveis cadeiras em uma base aérea em Nevada, mas isso é só o começo.

 

A idéia é criar drones com capacidade furtiva, capazes de penetração profunda (ui!) e carregando armas para ataques estratégicos em território inimigo. Isso interessa muito à Marinha, que está testando o X-47B, uma plataforma de demonstração para uso em porta-aviões.

Idealmente o X-47B voará evadindo-se de radares inimigos, soltará suas bombas e voltará para sua base flutuante. E aí entra o outro problema. O bicho é inteligente o bastante pra cuidar de todas as fases da missão, inclusive pouso e decolagem, mas taxiar não é tão simples.

A solução? Um controle-remoto. Chique toda-vida, a Marinha está chamando de Control Display Unit, É a caixinha que o cidadão está usando na foto acima. E na abaixo.

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A idéia faz sentido, o sujeito do lado do avião tem muito mais percepção dos arredores do que alguém do outro lado do mundo, dependendo de câmeras. Fora que isso libera o operador remoto para comandar outro UAV, enquanto as equipes de terra reabastecem e rearmam o que acabou de pousar.

O bom-senso diz que esse controle-remoto é encriptado, mas como metade dos UAVs americanos ainda transmitem seus links de vídeo em sinal aberto, sem criptografia, não há que se ter muita esperança.

De resto, note a incrível burocracia e aderência militar ao protocolo: O avião está sendo comandado pelo sujeito com o controle-remoto, mas o chefe de pista está gesticulando PARA O AVIÃO, sem ninguém dentro, ao invés de virar pro sujeito ao lado dele e dizer aonde colocar o bicho.

Fonte: GM

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