Ronaldo Gogoni 11 anos atrás
O presidente Vladimir Putin anunciou um plano ambicioso para reintroduzir a Grande Mãe Rússia no ramo da exploração espacial. Com um investimento inicial de 50 bilhões de dólares, o governo local pretende pôr em prática uma série de ações de modo a lançar voos tripulados já em 2018, a partir do futuro cosmódromo de Vostochny, que está sendo construído no extremo leste do país, próximo a fronteira com a China.
O anúncio foi feito para aproveitar os 52 anos do primeiro homem no espaço, Iuri Gagarin (a data é feriado nacional). “Quero cumprimentar a tripulação neste feriado”, disse Putin. “Estes não são apenas cumprimentos, são cumprimentos da construção do nosso futuro”.
Desde a aposentadoria dos ônibus espaciais, a NASA depende do programa Soyuz para mandar astronautas rumo à ISS (as cápsulas Dragon da SpaceX são uma alternativa), mas mesmo a Rússia não possui uma base própria, ela atualmente lança suas missões do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Apesar da concessão de uso à Rússia não expirar antes de 2050 e o próprio governo não ter a intenção de abandoná-la, Putin disse que ela está “fisicamente antiquada”.
O programa consiste em injetar US$ 50 bilhões para finalizar o Vostochny e modernizar toda a frota de foguetes russos; além disso, foram estipulados deadlines, que são:
O presidente russo também mencionou a possibilidade de instalar uma base lunar permanente e mandar cosmonautas à Marte, mas sem previsão de quando se dará isso (Putin é raposa velha da KGB; não ia dar uma gafe anunciando datas de algo tão complexo e que ninguém cogita para um futuro próximo).
Claro, Putin não é bobo: Vostochny estará sim aberta a outros países, conforme segue:
“Está claro que a Rússia do século 21 deve preservar seu status como importante potência espacial. (…) O espaço é uma esfera de atividade que nos permite esquecer todas as difíceis relações internacionais… sem pensar nos problemas, e sim no futuro”.
É um movimento importante, mas é fato que a Rússia não conta mais com um gênio como Sergei Korolev, o homem que carregou o programa espacial soviético sozinho até sua morte, em 1966. Depois disso até o cancelamento do programa de foguetes em 1974, a URSS só deu bola fora.
A maior delas foi em 03 de julho de 1969, durante o teste do N1-L3, um foguete colossal que rivalizava com o Saturn V; um pequeno parafuso solto no tanque de combustível fez com que o primeiro estágio explodisse e ele despencasse do céu 23 segundos após o lançamento. O resultado foi a maior explosão não-nuclear da história, com uma energia equivalente à detonação de 7 mil toneladas de TNT:
georgH — Soviet N1 moon rocket exploding
Fonte: Popular Science.