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Voltar à Vida depois de 40 minutos morto? Só um milag-tá, você sabe que foi Ciência…

“Só há um deus, e seu nome é Morte. E só há uma coisa que dizemos para a Morte: Hoje não”

11 anos atrás

punygodmasnaosaotodos

A expressão “nasceu de novo” além de ser usada demais, o que enfraquece, não leva em conta detalhes como o desconforto para a mãe do sujeito. No caso de hoje, acho que o termo poético e elegante que descreve a aventura de Colin Fielder, um australiano de 39 anos, é “pu*&&*$(#@ sorte do c&@#$@(*#@#”.

Ele teve um ataque cardíaco, o que não é lá muita sorte, mas a coisa começou a mudar quando na ambulância perguntaram qual hospital ele queria ir. Como nem o Princeton Plainsboro, nem o Sacred Heart Teaching Hospital eram opções, ele escolheu o Hospital Alfred, em Melbourne. Faz sentido, Alfred é especialista em remendar sujeitos de meia-idade estropiados.

No caminho a condição piorou, no hospital o ataque se tornou uma parada cardíaca. Procedimentos normais (que NÃO incluem desfibrilador, isso é coisa de filme) foram tentados. Colin não respondia. Na ficção é aquele momento em que o marido (a Austrália é liberal), fazendo massagem cardíaca gritaria entre lágrimas:

“Vamos Colin, reaja! Você nunca desistiu de nada nessa vida!”

Em seguida daria vários tapas até que Colin reagiria, arqueando a cabeça e sugando o vital para seus pulmões, com os amigos em volta admirados. Mas isso não aconteceu. Aliás nem consta que Colin seja gay, só o tirei do armário para fins dramáticos, o que por si só é bastante gay…

Na verdade quem foi tirado do armário foi o equipamento experimental sendo testado no Alfred. O hospital está experimentando dois protocolos de ressuscitação, um envolvendo uma máquina de massagem cardíaca automática e outro um coração-pulmão artificial portátil. Veja a danada em ação:

A idéia é manter a oxigenação do cérebro do sujeito E a viabilidade do músculo cardíaco, enquanto as causas da parada são identificadas e corrigidas, seja via cateterismo, administração de drogas, cristais, tudo.

A parada cardíaca de Colin foi diagnosticada, tratada e revertida depois de 40 minutos, quando literalmente em qualquer outro hospital do mundo ele sairia daquela mesa morto. O Alfred é o único a testar esses protocolos e técnicas. O SUS da terra onde sabem o que é uma faca de verdade está planejando expandir para outros hospitais da região de Melbourne. Idealmente seria pro mundo inteiro, mas temos que gastar dinheiro com outras prioridades, senão não estaremos prontos pra Copa.

O mais legal é que Colin nem foi o primeiro. Outros três já foram salvos pela técnica, um dos pacientes inclusive ficou clinicamente morto por uma hora.

Pelo visto os médicos australianos seguem o catecismo de George R.R. Martin:

“Só há um deus, e seu nome é Morte. E só há uma coisa que dizemos para a Morte: Hoje não”

Fonte: HNGN.

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