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Nokia Lumia 1020 e a Guerra dos Megapixels

Com um dos maiores sensores fotográficos entre os smartphones, tendo 41 megapixels, o Lumia 1020 começou uma nova “Corrida dos Megapixels”?

11 anos atrás

Zach Sutton escreveu nessa semana um artigo muito interessante no Fstoppers sobre o Lumia 1020 e como o lançamento do novo celular da Nokia pode reavivar a guerra dos megapixels, só que agora nos dispositivos móveis. No começo da Era da Fotografia Digital, os fabricantes de câmeras fotográficas tinham uma disputa para colocar no mercado câmeras com mais e mais megapixels. O consumidor acabava acreditando (e a maioria acredita até hoje) que essa característica era muito importante para a qualidade de imagem do equipamento, o que sabemos que não é bem verdade.

Nos últimos tempos, essa guerra tem dado lugar para outras características (como a qualidade do ISO elevado), pois também existe o limite da tecnologia para manter uma grande quantidade de pixels em sensores tão pequenos. Agora, a Nokia lança um celular com uma câmera (e até agora essa é a característica mais comentada do aparelho) com mais de 40 megapixels e, ao que parece, outras empresas estão planejando seguir um caminho parecido. Até que ponto precisamos realmente disso tudo e qual a usabilidade de tais aparelhos para fotografia?

Nokia_lumia_1020

Zach se mostra preocupado por conta desta tendência criada pelo celular da Nokia se tornar uma nova competição entre os fabricantes de celulares com resoluções cada vez mais altas e qualidade cada vez mais baixa. O artigo publicado no site gringo coloca quatro argumentos bem fortes para quem está apostando nessa tendência poder repensar um pouco seus conceitos. Vamos ver quais são?

Primeiro - existem características muito mais importantes para se pensar em uma câmera fotográfica do que a quantidade dos pixels do sensor. O exemplo citado foi da notícia de que o plugin Magic Lantern conseguiu aumentar em 14 pontos o range dinâmico da EOS 7D e da EOS 5D Mark III. Esse tipo de melhoria nas câmeras dos celulares, e até das câmeras compactas, seria muito mais bem vindo do que o aumento substancial dos megapixels.

Segundo - memória será um problema. Como indicado pelas amostras oficiais disponibilizadas pela Nokia, as fotos do Lumia 1020 em resolução máxima ocupam 13 MB. Bem mais que o arquivo em JPEG de minha EOS 7D. Um cartão de 16 GB poderia armazenar pouco mais de 700 imagens (se ele for utilizado só para fotos). Zach também aponta que a maioria das pessoas não tem o hábito de descarregar as fotos que se encontram no celular (realmente, eu nunca fiz isso).

Terceiro - Densidade de pixels. Embora o sensor do Lumia 1020 seja maior do que de outros celulares, ainda assim se mostra muito pequeno para suportar a densidade de pixels proposta. A comparação nesse caso é justamente a Canon que já declarou que não possui tecnologia para manter a qualidade de imagem com uma densidade de pixels superior ao que está em vigor em suas câmeras atualmente. Se com sensor muito maior já é difícil, então imagina em um pequeno. Segundo Zach, ao aplicar zoom de 100% nas imagens oficiais podemos notar o preço cobrado pela grande densidade de pixels.

Quarto - e por último temos a praticidade. Para que serve um telefone com 40 megapixels de resolução em sua câmera? Mandar para o Instagram tem que diminuir a imagem, que é o mesmo caso do Facebook. Ou seja, o lance da portabilidade, de poder mandar suas imagens automaticamente para as redes sociais não vai rolar com a resolução máxima. Mesmo com uma resolução gigante a câmera do celular não chega perto de uma câmera de verdade. Se quiser fazer uma foto com qualidade para utilizar em um portfólio, então a escolha certa é por uma câmera reflex e não pelo celular. São usos completamente diferentes.

A análise do Zach Sutton se mostra muito interessante ao questionar a real necessidade ou usabilidade do recurso fotográfico no Nokia Lumia 1020. Embora as amostras de imagens disponibilizadas pela empresa sejam bem interessantes ainda fica a dúvida sobre como unir a portabilidade e o compartilhamento das imagens com arquivos gigantes. Se os arquivos gigantes não são necessários, então por que ter tantos megapixels no sensor? Lógico que é um fator de marketing, pois como disse no começo do texto, a câmera do celular e os aplicativos de fotografia são o grande destaque do modelo. Se tivesse uma câmera com resolução mais perto do normal talvez o lançamento tivesse passado batido pela maioria dos sites que fizeram algum comentário.

E o que vocês, leitores do Meio Bit, acham?

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