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MVNO: Será que funciona no Brasil?

Uma análise sobre o modelo de negócios dos MVNO (Mobile Virtual Network Operator), e como eles podem funcionar no Brasil.

10 anos e meio atrás

MVNO

Muitas formas de negócio nascem diariamente, algumas acabam vingando e se tornando muito rentáveis enquanto outras não passam do estágio embrionário. O MVNO (de Mobile Virtual Network Operator, no inglês, ou Operadora Móvel com Rede Virtual, em tradução livre) é um desses negócios, que pode dar muito certo, caso seja feito de maneira adequada, ou pode ser um tiro n’água, caso não seja bem direcionado.

Essas operadoras móveis virtuais têm como objetivo usar a rede das operadoras tradicionais para atingir nichos específicos de cliente, agregar serviços diferenciados ou até mesmo simplesmente revender pacotes de serviços convencionais de outras formas. Resumidamente, são empresas que fazem parcerias com as operadoras tradicionais para usarem sua infraestrutura de rede e afins para criar novas utilizações para essa mobilidade nas quais as operadoras tradicionais não tem interesse ou não podem atender.

A princípio existem três maneiras de uma MVNO operar: 1) Atuando como uma simples revenda, colocando sua marca no serviço e deixando todo o resto para a operadora; 2) Além da marca, oferece serviços e aplicativos próprios, utilizando da operadora tradicional os sistemas de tarifação/cobrança e a infraestrutura de rede; e 3) Usa apenas a rede da operadora tradicional, se ocupando de todo resto do negócio, da marca até o faturamento.

Por enquanto, pelo menos no Brasil, o uso mais claro das MVNO é no M2M (Machine to Machine), um exemplo disso são as maquininhas de cartão de crédito/débito móveis, aquelas que o cobrador de pizza leva na sua casa na hora para você poder usar no Vale Refeição. Muitas vezes elas usam a rede de alguma operadora tradicional, mas quem faz todo gerenciamento desse uso é uma MVNO. Elas que fecham planos com os estabelecimentos, que fazem todo processo de pós-vendas, que habilitam ou cancelam novos simcards ou linhas e etc. A Oi/Claro/Vivo/Tim apenas cede as suas torres para que máquina funcione.

Teoricamente as opções de uso das redes que uma MVNO tem são bastante vastas. Na prática poucas deram realmente certo. Fora essa questão do M2M, outra opção de uso bem sucedida é na parte de rastreamento de veículos, chips próprios são instalados em frotas de veículos (geralmente táxis ou caminhões de entrega) para fácil localização e uma gestão melhor de tempo. São campos onde a telefonia móvel é bastante útil, porém as operadoras às vezes não percebem essas utilizações ou até mesmo preferem não atuar. Então se torna também lucrativo para as operadoras, uma vez que elas ganham receita nessas parcerias sem fazer basicamente nada além da manutenção das suas próprias redes.

Duas empresas já operam no Brasil usando essa forma de negócios. A primeira é a Porto Seguro, que opera utilizando a rede da Tim, começou seus trabalhos em agosto de 2012. A outra é a Datora Telecom, que começou em novembro de 2012. Ambas iniciaram suas operações trabalhando com o M2M, mas pretendem ampliar essa parceria para novas áreas, como M2M de medição industrial, segurança patrimonial para smart meter, rastreamento de veículos, telemetria, entre outras. Esse segmento também atrai muitas empresas estrangeiras, das que já demonstraram interesse estão: Virgin Mobile, Tesa Telecom, Algar Telecom e Sisteer.

Essa forma de parceria tem vantagens para todos os lados. O cliente final ganha pois, com a entrada dessas operadoras virtuais, a concorrência aumenta e com isso a tendência é que novos serviços sejam ofertados ou ainda serviços convencionais sejam revistos, melhorando sua customização ou até mesmo seu preço. Por outro lado, é uma questão delicada, uma vez que sabemos que as redes das operadoras tradicionais hoje já estão praticamente saturadas, com constantes apagões e estabilidade duvidosa. Será que elas aguentariam outras utilizações além das atuais? No começo não veríamos muitos problemas, pois o M2M costuma ter uma utilização mais modesta da rede, sem grandes tráfegos de informação, mas com a evolução dessas parcerias, todos os acordos deverão ser revistos para que, ao invés de nos trazer soluções, o MVNO nos traga ainda mais complicações.

Para maiores informações, acesse o portal da Teleco sobre o MVNO.

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