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BlackBerry faz a francesa e considera até mesmo ser vendida

Bandeira branca: BlackBerry anuncia formação de conselho que discutirá formas de salvar a empresa, inclusive considerando sua venda

10 anos e meio atrás

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A BlackBerry bem que tentou resistir a anos de dilapidação de seu mercado, outrora referência no ramo de soluções para o ambiente corporativo, principalmente smartphones. Entretanto decisões desastrosas e arrogância ao ainda se considerar líder sem ver que a água já estava no pescoço deu no que deu: seu market share despencou incríveis 81% na última medição, ao passo de que o do Windows Phone aumentou 52% no mesmo período.

Some-se a isso declarações estapafúrdias do próprio CEO Thorsten Heins, de que a empresa não via o mercado de tablets como lucrativo, além da sucessão de pataquadas com o PlayBook (aqui, aqui e aqui) e pronto, além de comer poeira a ex-RIM virou piada, uma caricatura de si mesma. Agora veio a conta: a empresa anunciou nesta manhã uma comissão que estudará novas alternativas estratégicas de forma a garantir o futuro (qual?) da empresa. Entre as opções está inclusive a de que a BlackBerry possa ser vendida.

A BlackBerry considera inclusive formar joint ventures, parcerias ou acordos semelhantes de modo a manter a empresa rodando. Considerando as declarações do CEO acima, não é segredo para ninguém que o cerne da crise está na gestão, o BB10 é um sistema muito bom, como o Marcel já atestou.

Esse movimento está sendo considerado uma medida desesperada em busca de atenção. O analista mobile Francisco Jeronimo foi enfático no Twitter ao dizer que "o anúncio demonstra pouco ou nenhum interesse por terceiros nela. Se assim fosse a BlackBerry anunciaria uma parceria ou aquisição, não sua possível venda".

Há ainda a preocupação de que o anúncio seja apenas para acalmar os investidores e não represente mudanças reais: a comissão é formada por Heins além da maioria do conselho da BlackBerry, entre eles Barbara Stymiest, Richard Lynch e Bert Nordberg, sob a liderança de Timothy Dattels. Prem Watsa, CEO da Fairfax Financial e acionista majoritário não quis tomar parte, alegando "interesses potenciais que podem entrar em conflito durante esse processo". Entretanto ele não pretende vender suas ações.

Ainda que essa pedra já viesse sendo cantada há muito tempo (para falar a verdade o Joy of Tech já levantou essa bola em 2008), é triste ver que as coisas chegaram a esse ponto. Por outro lado não consigo não pensar que a ex-RIM fez por merecer, ao parar no tempo e não ver iOS e Android a canibalizarem aos poucos. Considerando que o problema é administrativo e a comissão encarregá-la de salvar a empresa é formada pelos mesmo que a estão afundando, não é preciso adivinhar como esse filme vai acabar.

Fonte: Ars Technica.

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