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Resenha: Cybershot DSC-H50

15 anos atrás

Eu adoro câmeras compactas, recomendo as Casio sem pensar duas vezes, e se não tivesse sofrido um terrível acidente minha fiel Exilim Z750 seria minha fiel escudeira até hoje, mas da mesma forma que a Luciana Vendramini é péssima desmontando motores de mísseis balísticos, nenhuma câmera serve para todos os propósitos. Era hora de achar um equipamento mais adequado ao uso do MeioBit.

Compactas são ótimas para eventos pequenos e documentação de festas, mas quando temos que fazer uma foto em macro um dia, no outro lidar com um auditório imenso e no final tirar fotos noturnas que exigem muito do Flash, é preciso investir em algo mais poderoso.

Após muita pesquisa, determinei que o maior problema era o Zoom. É comum em eventos estar longe de lindas japinhas nos estandes do foco de interesse e não ser possível chegar perto. Zoom digital não existe, é preciso zoom óptico.

Como comprar uma DSLR como a Nikon D40 custaria o mesmo da H50, e me daria um zoom de 3X, e como olhei o preço de lentes no Boadica, preferi a máquina da Sony. Vamos ver a seguir se ela atende ou não...

A Máquina
Situada numa faixa logo abaixo das SLRs a H50 é um modelo recente, que conta com as seguintes características:

  • 9,1 Megapixels
  • Lentes Carl Zeiss
  • Zoom de 15x (31-465mm, convertendo pra 35mm)
  • Filma em 30 quadros por segundo, 640x480
  • Totalmente manual ou totalmente automática
  • Display de 3 polegadas, 230Kpixels
  • ISO 80,100,200,400,800,1600,3200 ou automático
  • Edição de efeitos como remoção de olhos vermelhos
  • Tecnologia DRO de detecção avançada de cenas
  • Macro de 1cm
  • Estabilizador de imagem

A memória interna é de 15MB, mas quando se trabalha a 9Megapixels, isso é uma piada de mau gosto, o melhor investimento é um Memory Stick Pro Duo de 4GB, pelo menos.

A Bateria
Não é bom começar uma resenha falando da parte ruim, mas é essencial dar o alerta: O peixe que a Sony vende de que é possível tirar 300 fotos com uma carga é uma piada. Ligar e desligar a câmera consome energia. Filmar, mesmo trechos curtos, consome energia. Usar o flash consome energia. Focar sem disparar consome energia. Olhar feio para a câmera consome energia. Pensar no Akio Morita consome energia. É essencial comprar uma sobressalente, encontrei por menos de US$20,00 no DealExtreme e já salvou minha vida.

Modelo proprietário
A H50 não tem lentes intercambiáveis, mas aceita filtros e outros acessórios. Infelizmente no caso a frase que o Leo não gosta, "A Fony é Soda" não é dito como elogio. Usam uma bitola de 74mm, fugindo do padrão (ok, um deles) de mercado de 72mm. E esses 2mm farão tanta falta quanto em sua Lua de Mel. Pode parecer uma diferença desprezível mas o custo dos acessórios originais é proibitivo.

Felizmente achei no Mercado Livre um adaptador, o que permite que utilize todo tipo de acessório barato. Na foto de abertura vemos um filtro polarizador, por exemplo.

O Display
A H50 vem com uma tela de 3 polegadas e um viewfinder de alta resolução. É possível desligar a tela principal, usar somente o viewfinder e economizar bastante bateria. Toda informação na tela grande aparece no viewfinder, a imagem é a mesma e a visibilidade perfeita.

Recomenda-se o viewfinder para situações de muita luz, quando a tela de 3 polegadas fica ofuscada pelo Sol. Ou quando você precisar de mais precisão e firmeza segurando a câmera. O lado ruim é que a tela ficará suja com gordura do seu rosto. É bom ter uma toalhinha por perto. Aliás uma toalha é essencial, nunca saia de casa sem ela.

O display é móvel. Não é giratório, mas pode ser afastado do corpo da máquina e inclinado para cima ou para baixo. Isso é excelente para tirar foto de multidões, de cima para baixo e ainda assim ter idéia do que está sendo fotografado.

O Zoom

Do ponto de vista teórico todo mundo entende a flexibilidade de uma câmera com zoom de 15X, mas só se percebe a liberdade criativa que esse recurso proporciona depois que começamos a usá-lo.

"Isso é uma lente zoom 465mm equivalente ou você está feliz em me ver?"

Vejamos um exemplo do poder do Zoom da H50: Abaixo, uma imagem, sem zoom:

Agora a mesma região, fotografada com zoom de 15X:

Impressionante, ainda mais que não tive que comprar uma lente de R$2500,00 para fazer isso.

Há, claro, opção de Zoom digital, mas recomenda-se que você nem pense em usá-lo. Se o que você quer fotografar não fica perto nem com 15X, compre um carro.

Tão Longe, Tão Perto
A H50 é bem flexível, e suas capacidades de macro são tão boas quanto suas capacidades de zoom. Vejam por exemplo este detalhe de uma foto, tirada beeem de perto:

Para a imagem original, visite este link. E antes que alguém pergunte, sim, era minha mão. E já que vai ser inevitável a próxima pergunta, adianto que a FDP me picou.

Controles manuais - ou não
A H50 tem modos automáticos tão complexos que ela pode identificar e priorizar rostos, a ponto de te dar a opção de priorizar rostos em geral, crianças ou bebês. Identifica atividades esportivas, pré-foco e várias outras coisas que eu nem tenho idéia do que seja. Mas ao mesmo tempo ela permite que você configure tudo manualmente, como as melhores máquinas do século retrasado (isso não foi uma ironia)

Vejam por exemplo a imagem abaixo:

Foi tirada oito da noite do dia 1o de Dezembro, com exposição de uns 10s, diafragma aberto ao máximo e ISO 100. No modo automático essa imagem jamais seria conseguida. Outra regulagem, com direito a tripé e zoom conseguiu o seguinte registro da conjunção Lua-Vênus-Júpiter:


Fotos Noturnas

O Flash da H50 me impressionou bastante. Vejam as fotos do Blogs on Dance, como a imagem abaixo:

Lembre-se: É uma pista de dança em uma boate, à noite, TUDO escuro. O flash pegou pelo menos até a parede do fundo.

Tudo pronto pra Sex Tape
A Cybershot DSC-H50 vem, como toda câmera top da Sony com Nightshot. A mesma tecnologia de visão noturna que brindou o mundo com obras-primas como a Sex Tape da Paris Hilton. Na imagem abaixo uma foto tirada sem NENHUM flash, de longe, apenas com Nightshot. E não, o iluminador infravermelho da câmera não chegava até lá. É só a (falta de) luz ambiente. repare como o chão reflete as luzes dos efeitos visuais da boate.

Disclaimer: 1 - sim, é a S1mone na foto. Se reparar sob luz visível o vestido é preto. Muito provavelmente resultado do escudo anti-radiação infravermelha utilizado por ela para evitar que degenerados com máquinas equipadas com Nightshot tentem utilizar o efeito-raio-x da câmera para conseguir uma imagem see-through.

Extras e Balangandãs
Além de todos os recursos úteis a H50 vem com algumas gracinhas. Há uma ferramenta de slideshow com várias músicas e efeitos de transição, que ligados a uma televisão proporcionam horas de diversão para avós, a única espécie conhecida que aguenta ficar vendo fotos de viagens e casamentos na televisão.

O melhor efeito, entretanto, é o Sorriso Forçado Kolynos (esta não foi uma piada paga): A máquina identifica um rosto, e se estiver meio sério, não há problema: Uma série de algoritmos derivados do clássico Morphing do Michael Jackson distorcem a expressão para formar uma imagem sorridente. JURO!

Mais útil é o controle remoto, dá pra você tirar fotos de longe, quando ninguém estiver olhando, ou então comandar a máquina durante a gravação da sua sex tape, sem ter que ficar levantando.


Tamanho e Peso

A H50 pesa 415g, mas parece bem mais. Mede 116.1mm x 81.4mm x 86.0mm, sem o anel adaptador de lentes ou o pára-sol. Não é uma câmera compacta, não serve para levar no bolso nem para ser jogada na mochila. Não é frágil mas também não é nenhum pé-de-boi, você deve investir em uma bolsa de transporte.

Conclusão
A H50 é uma excelente câmera para quem precisa de mais qualidade e flexibilidade mas não tem como investir em uma DSLR e todos os seus acessórios. Com certeza suas imagens irão se destacar, ainda mais com a moda de gente "documentando" eventos usando o celular.

O dinheiro economizado com acessórios caros pode e deve ser reinvestido em materiais como filtros, tripés, rebatedores e outras traquitanas que ajudam a produzir boas fotos.

Posso dizer que estou muito satisfeito com a H50, me sinto completando um ciclo, já que minha primeira câmera digital foi uma Cybershot P31, de 2MP. Hoje a H50 se tornou a Câmera Profissional e a Exilim Z75 a Câmera de Oportunidade, sempre na mochila se não for evento que precise levar a H50.

AVISO: O Kid defende que fanboy é fanboy, mas pela minha experiência pior do que freetards, pior que fanboys de videogames são os de fotografia. Assim se você acha que todo fotógrafo eventual deve saber o equivalente a escrever drivers de hardware do Linux, que todo mundo tem que ter o equivalente de câmera fotográfia ao telescópio Hubble, e que abaixo disso TUDO é lixo, e que a única câmera que presta no mundo é a sua, por favor siga o conselho do Morróida e morra. Vamos tentar ser racionais nos comentários.

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