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Satoru Iwata fala da relação da Nintendo com third parties: “não seguimos o que os outros fazem”

Presidente da Nintendo repete palavras de Hiroshi Yamauchi: seguir o que os outros fazem para conseguir apoio de third parties é a pior atitude a ser tomada.

10 anos atrás

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Ao que tudo indica o Wii U entrou no paradoxo Tostines, que quase vitimou o PS Vita: não tem jogos porque não vende e não vende porque não tem jogos. Ao se arriscar lançando um hardware levemente superior ao Wii e que não consegue ir muito além das capacidades técnicas da atual geração, a empresa vem perdendo o apoio de third parties uma após a outra, o que não impede a Big N de lançar jogos próprios excelentes.

Uma das possibilidades seria fazer o que outras empresas como Sony e Microsoft fazem, ao oferecer bônus em dinheiro ou guerras de preço para atrair desenvolvedores, mas para o presidente e CEO da Nintendo Satoru Iwata, isso é algo que a empresa nunca fará: imitar a concorrência.

Durante recente Q&A com investidores, Iwata respondeu diversas dúvidas acerca da filosofia da empresa, entre elas a relação dela com third parties, e o que ele como CEO faria para atraí-las. Iwata respondeu que a Nintendo não fará nada diferente do que ela já faz hoje, vai basicamente se manter no mesmo caminho, se concentrando em seu jogos próprios e não vai correr atrás de softhouses como seus adversários, algo que segundo o finado Hiroshi Yamauchi, é algo que não faz parte do DNA da empresa:

Em termos de como vemos o nosso relacionamento com as editoras third parties, acho que é natural que haja uma diferença entre as editoras que possuem recursos para o desenvolvimento de software como a Nintendo, para construir uma linha de softwares própria e as editoras que não possuem. Desde que o ex-presidente Yamauchi faleceu, tenho pensado no que ele nos ensinou no final, e suas palavras "a pior coisa que podemos fazer no mundo do entretenimento é seguir o que os outros estão fazendo" atingiram meu coração em cheio.

Imitar os outros é o tipo de lógica que a Nintendo evita ao máximo e nós certamente não temos uma atitude negativa para fortalecer os laços com third parties. Utilizar os mesmos métodos que outros fabricantes só levaria às mais simplistas abordagens competitivas, tais como guerras de preço ou oferecer dinheiro, que nunca terminam. Gostaríamos de ter uma abordagem única e própria para construir relacionamentos sustentáveis com as nossas third parties.

Nota-se que a posição da Nintendo é a mesma desde que lançou o Wii U: “este é nosso console, se quiser desenvolver esses são os termos, não espere vantagem nenhuma”. É compreensível o porquê de muitas empresas não quererem trabalhar com a Nintendo: o hardware é limitado, estando ao nível de um XBox 360 ou PS3.

A questão aqui é: a Nintendo pretende manter um bom relacionamento com as third parties, mas não vai bajular ninguém.

Sobre a nova geração, Iwata respondeu que a Nintendo também não está preocupada por uma simples questão de foco: sua empresa mira em jogos e softwares para toda a família (como ela sempre fez), enquanto o PS4 e o Xbox One seriam voltados para jogadores hardcore. Em suma, para Iwata quem compra um Wii U ou um 3DS o faz principalmente para jogar títulos da Nintendo, não por games AAA. Ele ainda adiantou que a Nintendo lançará inúmeros jogos em breve “visando toda a família: pais, avós e crianças”. Podemos citar dois bem díspares que ilustram bem essa diversidade: Super Mario 3D World e Bayonetta 2.

Pode ser que essa estratégia acabe por transformar o Wii U num console exclusivo de games da Nintendo, mas a empresa não parece se preocupar: mesmo que seu público se reduza, a parcela de fãs que permanecerá fiel parece ser o suficiente. Resta saber se eles manterão as finanças da empresa.

Fonte: Nintendo.

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