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Prelude: novo lançamento da Samsung. 600 mil toneladas. Não é um celular.

A Samsung não faz só celulares. Uma das muitas divisões da mega-corporação é a naval, e agora ela está terminando o Prelude, nada menos que o maior navio do mundo, um monstro para Kaiju nenhum botar defeito, e que você vê no vídeo anexo, quando foi ao mar pela primeira vez.

10 anos atrás

grandenaosaoseusolhos

Em 1962 entrou em serviço o USS Enterprise. Primeiro porta-aviões nuclear, nau-capitânea da armada dos EUA. Ele serviu com orgulho por 51 anos, sendo descomissionado em 2013, mas até 2025 outro será construído, pois se há algo que aprendemos em Star Trek é que sempre haverá uma nave chamada Enterprise.

Até hoje o Big E é o maior navio de guerra já construído, com 342 m de comprimento. é 9 m mais comprido que um Classe Nimitz, mas perde em deslocamento, 94 mil toneladas, versus 110 mil. Mesmo assim ambos SOMEM diante do Prelude FLNG.

Construído para a Shell pelos estaleiros da Samsung na Pior Coréia, o Prelude é um monstro, sob qualquer ponto de vista. Resultado de 18 milhões de homens-horas de projeto e planejamento. e 14 meses de estaleiro (menos tempo que o INPE leva pra fazer uma daquelas caixas de barata) o Prelude desloca 600 MIL toneladas. Enquanto o USS Nimitz tem 333 m de comprimento e 77 m de largura, o Prelude FLNG tem 488 m de comprimento, 74 de largura e mais que o dobro da altura do Nimitz.

Essa grosseria toda tem razão de ser. Ele vai para a costa da Austrália, onde será ancorado e passará as próximas décadas processando gás natural dos poços da região. Um dos problemas desse tipo de combustível é que se você levar em estado natural, não é economicamente viável. Ele precisa ser condensado, resfriado e liquefeito. Isso exige instalações industriais imensas, exatamente o que o Prelude é.

O curioso é que ele não tem… motor. Quer dizer, até tem, 3 de 6.700 HP, mas são usados para fornecer energia e mover os estabilizadores que manterão o bicho no lugar, mesmo em furacões de Categoria 5. Não faz sentido economicamente ocupar espaço, aumentar o peso e gastar uma fortuna com um motor que só seria usado uma vez, na viagem até a Austrália, então ele será… rebocado.

Portanto tecnicamente o Prelude é uma barcaça.

Aqui abaixo o vídeo do Prelude indo ao mar pela primeira vez, atravessando o porto e chegando no local onde sua construção será finalizada.

Shell — Prelude's maiden voyage

Vivemos cercados de software, gadgets minúsculos e delicados, e, de vez em quando, perdemos a noção de que há um universo de maquinário pesado, de indústria “de verdade” que é tão importante quanto qualquer celular. É bom ver sites como a Wired dando espaço para esses projetos, se dependermos do Discovery e do History, é capaz de dizerem que um navio desse porte só pode ser obra de aliens.

Fonte: Wired.

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