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A triste história do jogador número um de Clash of Clans

Jorge Yao, outrora jogador número um de Clash of Clans revela em entrevista que o período em que esteve ativo no game não foi dos mais felizes

10 anos atrás

Clash of Clans

Até bem pouco tempo atrás pouca gente conhecia o estúdio Supercell, responsável pelo game para smartphones e tablets Clash of Clans, estúdio esse que conseguiu há pouco tempo a façanha de arrecadar um milhão por dia, mais uma prova de que coisas grandes estão acontecendo na Finlândia. Os jogadores assíduos de CoC por seis meses compartilhavam de um objetivo comum, que era superar o jogador número um do mundo, conhecido apenas como Jorge Yao. Tendo sido o primeiro a conseguir ultrapassar a marca dos 4 mil troféus, marca impressionante para qualquer um.

Porém como tudo na vida tem um fim, o jogador agora revelado como o analista de TI da Provident Financial George Yao (não muito original, hein?) resolveu em maio sair do game por cima como Michael Jordan (como ele mesmo mencionou no Facebook), para tristeza de muitos que o viam como um adversário a ser batido. Entretanto, por mais atenção que ele tenha recebido Yao não apreciou muito a experiência, e revelou em entrevista ao  New York Times que ele se ingressou no game para combater a solidão.

Yao relata que ao se formar em economia pela Universidade Federal do Estado da Pensilvânia, entediado e vendo que seu namoro estava chegando ao fim, ele aceitou a oferta de emprego da Provident como meio de mudar de ares e se mandou para San Francisco. Sozinho, sem amigos e com um emprego que ele odeia - palavras dele -, ele buscou outras formas de entretenimento quando em 2012, passeando pela App Store encontrou o game.

George Yao, o outrora jogador número um de Clash of Clans

Dado seu perfil introspectivo Yao se viu completamente absorvido pelo game. Ele se viu em pouco tempo na obrigação de dominar o game, ser o primeiro do mundo. Os membros do North 44, o clã ao qual pertencia o faziam sentir-se menos isolado. Yao chegava  agastar US$ 250 por semana em compras in-app até que um aliado de clã da Turquia se comprometeu a financiá-lo, de modo que ele se tornasse o número um, título que ele alcançou e segurou com unhas e dentes por seis meses. Foi nesse meio tempo que as coisas começaram a degringolar.

George Yao ficou tão obcecado com Clash of Clans que ele chegava a jogar 48 horas ininterruptas apenas para recuperar troféus perdidos por conta de um erro cometido. Ele comprava contas de membros de seu clã que paravam de jogar para que esses jogadores atacassem a sua, de modo a aumentar seu próprio score. Em pouco tempo ele perdeu nove quilos sem sequer notar. Ele chegou a cometer a insânia de levar CINCO IPADS para o chuveiro, cada um embalado num saco plástico para não deixar nenhuma de suas contas inativas. Foi então que ele percebeu:

"Depois de um certo tempo, o jogo se tornou um emprego. Isso matou toda a diversão."

Yao diz o quão louco ele estava, mas entende que ser um cara em uma cidade estranha, vivendo num cubículo e sem nenhuma interação social o tornou muito suscetível a passar por essa experiência nada agradável, ainda que ele tenha colhido alguns frutos disso. Hoje ele sequer pode abrir o app, ou sequer vê-lo. Chega a se irônico que enquanto muita gente queria ser Jorge Yao, o próprio aos poucos estava definhando, vítima de um vício causado por pura solidão.

Fonte: NY Times.

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