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Desocup-digo, cientistas pesquisam a internet atrás de viajantes do tempo

Em uma pesquisa tão questionável em sua utilidade quanto coerente em sua proposta, dos físicos usaram a Internet para tentar localizar… viajantes do tempo. Qual o resultado da pesquisa? Leia no post de ontem…

10 anos atrás

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Uma história clássica conta que Benjamin Franklin, em 1783 assistiu na França uma das primeiras demonstrações do balão dos Irmãos Montgolfier. Um nobre teria questionado a utilidade dos balões, ao que Franklin teria respondido com “qual a utilidade de um recém-nascido?

Essa história muito provavelmente, assim como os relatos que enviei para a Revista Fórum não passam de devaneios esperançosos de uma mente criativa, mas a questão é real: ciência básica nem sempre tem uma utilidade imediata. Entre Einstein desenvolver a Relatividade Geral e nossos celulares acessarem informações de GPSs há um certo intervalo.

Por isso penso duas vezes antes de gongar qualquer pesquisa científica, com exceção daquelas que são bobagem desde o princípio, como uma clássica tese de doutorado sobre grafitos de banheiro na USP. Mesmo assim é preciso um danado esforço de imaginação pra não detonar o trabalho de Robert Nemiroff e Teresa Wilson, do Departamento de Física da Universidade de Michigan.

Os dois publicaram um paper detalhando uma pesquisa onde usaram a Internet para tentar encontrar… viajantes do tempo.

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Eles deixaram de lado os detalhes técnicos, não importa se os viajantes usaram o velho truque de estilingar atrás do Sol, um Capacitor de Fluxo, o Guardião da Eternidade ou mesmo uma caixa de correio. A questão era identificar mensagens na internet incompatíveis com a linha do tempo natural. Dois exemplos de anacronismos: menções ao Papa Francisco e ao Cometa ISON, antes da eleição do primeiro e da descoberta do segundo.

Eles pesquisaram Google, Facebook, Twitter e Google Plus, no último provavelmente para tentar descobrir se algum funcionário do Google era um viajante temporal. Também pediram, em setembro de 2013 que qualquer viajante do tempo enviasse um e-mail para eles, em agosto ou antes, com a hashtag “#ICanChangeThePast2” ou “#ICannotChangeThePast2”.

Para surpresa de, bem, de ninguém a pesquisa não achou indicação de atividade de viajantes temporais, nem as solicitações de contato foram atendidas.

Embora não proibido pela física teórica, a viagem temporal pode muito bem ser difícil demais, ou apenas proibida, estando fora do alcance de cidadãos comuns. Em Star Trek há o Departamento de Investigações Temporais, que monitora e corrige a maioria das alterações na Linha do Tempo. Há inclusive uma Primeira Diretriz Temporal, que proíbe qualquer oficial da Frota Estelar de alterar o passado.

Do mesmo jeito que a viagem transatlântica por barco nunca se tornou uma atividade individual corriqueira, talvez somente pessoas altamente treinadas e responsáveis façam viagens no tempo, e essas com certeza são espertas o bastante para pesquisar anacronismos na Internet ou responder consultas sobre suas identidades secretas.

Ou talvez o único meio de viagem no tempo seja a tal Tardis, e a internet daquela porcaria é dial-up, então nenhum viajante do tempo tem paciência pra usar o Google.

Fonte: BB.

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