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Fãs de Veronica Mars descobrem que toda boa ação tem sempre uma punição

Lembra de Veronica Mars? Pois é, nem eu, mas juram que há quem goste, tanto que os supostos fãs investiram mais de US$ 5 milhões via Kickstarter para que fosse produzido um filme. Resultado? A Warner está distribuindo online em um site que ninguém usa e quando usa não funciona. Digamos que não são o fandom mais feliz do momento...

10 anos atrás

Kristen Bell – Leia Organa

Nota: eu nunca assisti Veronica Mars, não sei nem do que se trata, então preferi colocar uma foto da Kristen bell de Slave Leia em Fanboys. Reclamações com a gerência.

O crowdfunding surgiu como uma excelente forma de financiar protótipos de produtos que raramente chegarão a ser produzidos, mas o que vale é a esperança. Entre as várias propostas, uma que se mostrou bem atraente é o financiamento direto de conteúdo que tenha uma boa base de fãs mas não seja popular o suficiente para ficar no ar com as próprias pernas.

Um dos primeiros a fazer isso foi Veronica Mars, série de detetives (thanks, Wikipedia) do UPN e depois do CW. Foram 3 temporadas, terminando em 2007, mas tanto os criadores quanto os fãs queriam mais. Como nenhum estúdio topou, a idéia ficou na gaveta até o advento do Kickstarter, quando uma campanha pedindo US$ 2 milhões foi lançada. Os fãs vieram em peso, mais de US$ 5 milhões foram arrecadados, a grande maioria escolhendo a cópia digital do filme, quando ficasse pronto.

A Warner Bros, detentora dos direitos da série liberou o uso do material e se prontificou a distribuir o filme, e aí que o bicho pega.

O longa ficou pronto, ganhou excelentes avaliações da crítica e foi pra rua dia 14. Problema: a cópia digital, que todo mundo que financiou primeiro o filme queria, está sendo distribuído pelo Flixster, um Netflix de Pobre com pretensões de iTunes, mas que NUNCA SERÁ.

O problema não é o Flixster ter DRM. O Netflix tem DRM até no talo. Se você digitar no Google “como copiar filme da Netflix”, antes de a página aparecer um ED-209 arrebenta sua parede. A diferença é que o DRM do Netflix é completamente transparente. Ele toca em qualquer coisa, tem cliente Netflix até pra Lada Niva. Eu estou pouco me lixando se o bicho está torturando minha CPU atrás de provas de má-conduta, se quando saio do iPad e vou pro PC tudo toca redondinho do ponto onde parei.

Já o Flixster, comprado pela Warner quando estava em franca decadência e ainda basicamente na mesma. Como resultado é cheio de bugs. Um monte de usuários não conseguiu baixar, outros não conseguiram executar, outros não conseguiram fazer a TV reconhecer o app do Flixster e teve até gente fora dos EUA que tomou na fuça um daqueles avisos simpáticos de acesso negado por você morar no país errado.

Os fãs obviamente ficaram enfurecidos, e xingaram muito no Twitter. Ao final a Warner acabou tendo que apelar. Ofereceram o dinheiro de volta (US$ 10,00). Só que o fã quer assistir o filme, não quer US$ 10,00. E efetivamente o filme estava disponível no iTunes e na Amazon, mas os incompetentes dos distribuidores não conseguiram conceber que algum fã não ficaria satisfeito e encantado com a opção do Flixster.

Como resultado tiveram que tomar uma atitude de emergência. Comunicaram que se o fã comprar o filme no iTunes ou na Amazon, o que custa US$ 19,99; poderá pedir restituição integral junto aos produtores. O dinheiro que ganharam pra fazer o filme correm o risco de devolver o dobro.

Vemos um caso clássico da velha mídia não querendo largar o osso, não entendendo que a solução deles é inferior e que o consumidor está SIM disposto a pagar pelo conteúdo, mas nos seus termos: na hora, sem DRM (visível), sem restrições que não sejam razoáveis e sem engasgos.

É preciso abrir mão de controle, não é possível ter o melhor de dois mundos, com distribuição digital e engajamento, mantendo um cadáver na beira da estrada.

Fonte: LAT.

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