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O Truque que o DETRAN não quer que você saiba: como enganar os radares

Estudantes calcularam uma forma de usar as Leis da Física para tornar seu carro invisível aos radares da indústria de multas capitalista do patriarcado illuminati

10 anos atrás

Eu levei um tempão para entender o motivo dos pardais (ou radar de velocidade, se você mora fora do Rio) serem tão odiados. Até um dia em que um taxista explicou: com o guarda, se ele ver que foi multado pode voltar, conversar, dar um jeitinho. Com o robô, com a câmera automática, não há conversa. Também não dá para confiar na segurança por números. Se todo mundo avançar o limite, o guarda só consegue multar alguns. A câmera, todos.

Andar dentro do limite nunca ocorreu a essas pessoas, que tentam mil esquemas, de colar pedaços de CDs na placa a colocar fitinhas do Senhor do Bonfim amarradas no lacre, na esperança de que o vento fará com que elas tampem a numeração. Um gesto de má-fé e malícia que se fosse EU, o Evil Overlord dessa joça, puniria com esmigalhamento o carro do sujeito que tentasse isso. Como? Claro que o sujeito poderá sair do carro antes. Se souber abrir algemas, claro…

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Agora um grupo de estudantes de Física e Astronomia da Universidade de Leicester descobriu uma forma de evitar ser multado por radares que é absolutamente legal, científico e criativo o suficiente para ganhar meu respeito de Evil Overlord. Não, não é nada Stealth, é mais sutil que isso. Eles calcularam que é possível se tornar invisível aos radares usando… Efeito Doppler.

É um dos fenômenos mais conhecidos da Física. Uma onda se aproximando do observador tem sua frequência aumentada, já quando se afasta, a frequência diminui. Daí o vrruuuuuuóóóóm dos carros de F1, sirenes de ambulância e a Expansão do Universo. Sim, o mesmo fenômeno que faz você saber que os puliça estão vindo ou indo é usado para determinar a velocidade com que as galáxias de afastam uma das outras.

Os tais estudantes teorizaram que se o carro estiver rápido o suficiente, a luz que ele emite sofrerá um aumento de frequência suficiente para sair do campo de sensibilidade da câmera, caindo no Ultravioleta. Segundo as contas deles, o carro deverá passar pela câmera a 0,178 c; ou 53.360 km/s. Um tiquinho mais rápido que um Bugatti Veyron, mesmo com o Stig pilotando. É mais rápido que o Mach 5, que o Kitt, que o Herbie.

Um objeto nessa velocidade começa a sofrer efeitos relativísticos, e coisas estranhas acontecem. Eles calcularam que uma Ferrari 458 viajando a 1/6 da velocidade da luz encolheria 7,3 cm. E se há uma coisa que um sujeito que compra uma Ferrari não pode passar é perder 7,3 cm.

O estudo, como tantos outros, não tem aplicação prática imediata. é mesmo só um exercício de imaginação, mas serve como lembrete de que nenhum problema é insolúvel, apenas a solução pode ser incrivelmente complexa e anti-prática. Como Arthur Clarke dizia, todo problema de engenharia pode ser resolvido com tempo e dinheiro suficientes.

O Paper, com as contas, pode ser lido neste PDF aqui.

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