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Samsung diz ter desenvolvido método de produção de grafeno em larga escala

Samsung e Universidade sul-coreana publicam pesquisa em que conseguiram desenvolver um método de produção de grafeno em larga escala

10 anos atrás

graphene-sheet

Hoje em dia grafeno está na moda. Assim como com gorilas tudo fica melhor com ele. As propriedades desse material parecem até saídas das HQs de tão boas: finíssimo, leve, flexível, mais resistente que o diamante, 100 vezes mais eficiente que o silício e cobre e poderia resolver grandes problemas tanto da informática como de outros setores. Os problemas entretanto são vários: a pesquisa ainda é recente, a produção de grafeno é bem complicada (já que falamos de lâminas de um átomo de espessura) e o material tem a tendência a perder suas propriedades quando manipulado.

Só que a Samsung alega que conseguiu driblar as limitações e seria capaz de produzir grafeno em larga escala. O anúncio foi feito na última semana através de uma pesquisa publicada na Science. O processo todo é complexo, mas permite a reutilização dos materiais empregados, de tal forma que se torna possível a manufatura dos cristais de grafeno de forma mais rápida do que se fazia até então.

O processo desenvolvido pela Samsung em conjunto com pesquisadores da Universidade de Sungkyunkwan em Seul consiste em utilizar um wafer comum de silício, porém coberto com uma fina camada de germânio. Ele é então mergulhado em uma solução de ácido fluorídrico, que remove o óxido de germânio; uma camada de hidrogênio s forma com falhas, onde as ligações do germânio ficam expostas. Ele então vai para um forno, onde átomos de hidrogênio se acomodam nas falhas e as ligações formam uma película, um cristal de grafeno de um átomo de espessura. Como o carbono não adere ao germânio ele pode ser facilmente removido após o processo, enquanto o wafer será reutilizado.

grafeno-processo-samsung

A imagem acima ilustra o processo. Os pontos amarelos são átomos de germânio, os azuis hidrogênio e os pretos carbono. Os que se ligam diretamente ao germânio são as bases que os outros utilizam para se arranjar na forma de uma película de grafeno, facilmente removível. E o mais importante: as propriedades do material não se perderam com a manipulação.

A Samsung não perdeu tempo e disse que a descoberta é ideal para permitir produtos como wereables, telas flexíveis e seus próprios dispositivos futuros, mas a bem da verdade o grafeno pode resolver o problema do crescimento do clock de processadores de silício. Por limitações físicas eles só podem operar em frequências até 5 GHz, além do problema do calor atrapalhas seu funcionamento. Um processador hipotético de grafeno poderia funcionar a 500 GHz, sem aquecer e consumindo menos energia. Baterias de grafeno seriam muito mais eficientes e seguras que as de hoje. As aplicações são inúmeras.

Ainda pode demorar bastante para os primeiros produtos a base de grafeno aparecem no mercado, mas a Samsung pode ter dado um passo importante nessa pesquisa e ter nos aproximado de uma realidade em que não precisaremos do silício, já que carbono é o que mais existe no universo.

Fonte: ET.

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