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Testamos o G Flex e eis aqui nossa opinião nada flexível

Testamos o G Flex, o smartphone com tela gigante e curvada da LG. Será que o formato inédito compensa os problemas como textura na tela? Saiba tudo no nosso review!

10 anos atrás

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Testei o LG G Flex por 15 dias, com sua gigantesca tela P-OLED de 6 polegadas e um formato curvo que se adapta ao rosto (e ao bolso) do usuário, além de uma traseira com uma camada auto-regenerativa para proteção contra arranhões. Uma das primeiras impressões é que o G Flex é um aparelho surpreendentemente leve para seu tamanho, pesando apenas 177 gramas. A câmera de 13 megapixels tira boas fotos com cores vivas, que ficam melhores ainda quando exibidas na tela P-OLED, que chama muito a atenção, mas nem sempre por um bom motivo.

Na tela P-OLED, o vidro usado nos OLEDs é trocado por plástico, o que permite que ela seja curva. A tela tem a proteção de uma fina camada de vidro Gorilla Glass da Corning, que também é flexível. A bateria usada no G Flex é curva, e a LG garante que esta é a primeira do seu tipo produzida no mundo. No papel, tudo isto soa muito bem, mas infelizmente, o smartphone também tem problemas decorrentes da tecnologia usada na tela.

O grande truque do design em curva do G Flex é a tela P-OLED, mas até por ser o primeiro aparelho a usar esta tecnologia, infelizmente é possível perceber uma certa textura quando o brilho não está praticamente no máximo, o que não é recomendável para quem quer poupar bateria. A tela que supostamente é o ponto forte do G Flex, poderia ter uma resolução maior do que os 1280 × 720 pixels. Sim, é uma resolução inferior à do LG G2 em uma tela muito maior, assim a densidade de pixels fica prejudicada, com apenas 245 pontos por polegada.

Quando você muda de uma imagem escura para algo claro, também pode ver um traço da imagem anterior na tela, possivelmente causado pela tecnologia P-OLED do G Flex. Este é o preço que se paga por um aparelho que é praticamente um protótipo, mas que também tem coisas boas. Como disse no começo do texto, a proposta da curva é oferecer mais imersão ao usuário, seja assistindo a um vídeo ou jogando um game, e no dia a dia, isso realmente acontece. Na hora de usar o aparelho sob a luz do sol, o design curvo também facilita a tarefa de se livrar dos reflexos na tela.

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Segundo relatos, também é possível se sentar com o G Flex no bolso de trás sem problemas, mas eu definitivamente não recomendo, assim como ficar esticando o aparelho para depois ver ele voltar para o seu formato em curva. Para quem for fazer isto de qualquer forma, fica um aviso: isto tende a gerar pequenas bolhas na tela, que se não atrapalham tanto na teoria, na prática vão tirar toda a graça de olhar para o G Flex. Segundo a LG, as bolhas desaparecem depois de um tempo, ou podem ser pressionadas para sumir, mas melhor ainda é não deixar que elas apareçam.

Equipado com processador quad-core Snapdragon 800 e GPU Adreno 330 (assim como o LG G2), o G Flex é bem rápido e estável. A bateria de de 3.400 mAh também dá conta do recado, a não ser que você aumente demais o brilho na tentativa de compensar a textura na tela. Antes de testar e ver o resultado com meus próprios olhos, eu achei que a tal camada protetora na parte de trás era só um truque de marketing, mas o recurso realmente funciona, desde que o arranhão não seja muito grande. Não recomendo que o proprietário do G Flex teste a proteção para ver se ela funciona, apenas que agradeça por ela existir.

A largura de 81 mm torna impossível usar o aparelho com uma só mão, por isto sugiro nem tentar para não causar um acidente. Com todo seu tamanho, os botões na lateral não fariam sentido, assim o G Flex conta com o mesmo esquema de colocar todos os botões centralizados na parte de trás do seu irmão menor, o G2. Ele é tão grande, que por vezes é difícil alcançar o botão, mas depois de alguns dias de uso, você acaba se acostumando com isto, assim como com o tamanho da tela.

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Confesso que não sou o usuário ideal para testar deste tipo de smartphone, pois prefiro algo menor. Depois de um mês de experiência testando os duelistas da foto acima, G Flex e o Nokia 1520 (leia o review do Cardoso), devo dizer que a minha opinião foi reforçada, mas a verdade é que uma tela de 6 polegadas também pode ter seus atrativos, mesmo para quem não é fotógrafo ou trabalha com edição de vídeos.

A LG diz que uma das vantagens do formato em curva é que o G Flex se encaixa melhor no seu rosto, e isto é a mais pura verdade. Para quem não vê sentido em um produto como este, se eu quisesse ter um aparelho com uma tela tão grande, acredito que iria optar por um com design curvo, desde que resolvidas as questões da tela, algo normal para uma primeira versão da tecnologia P-OLED, mas que acaba penalizando o consumidor que está pagando um preço acima da média mesmo para um topo de linha.

Infelizmente o aparelho vem com o Android 4.2.2 Jelly Bean, com uma interface proprietária que é muito grande e pesada, deixando menos de 24 GB livres para o usuário, muito pouco perto dos 32 GB originais. Como ele não tem slot para cartões micro-SD, isso pode fazer a diferença. Existem indícios de que a LG pode liberar em breve um update para o Android 4.4 KitKat que daria a capacidade de gravar vídeos em 4K com a câmera, além do uso do Knock Code, mas por enquanto, nada feito.

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Com todos os seus defeitos, o G Flex tem o seu lugar no mercado por ter muita personalidade, e por ser tão diferente de seus concorrentes. Como o G3 deve ser lançado neste mês (lá fora), é possível que a gente veja no segundo semestre uma segunda versão melhorada do G Flex, quem sabe corrigindo os seus defeitos. Hoje em dia, os smartphones com telas gigantes trazem um grande apelo para aqueles que preferem não levar o tablet na mochila, resolvendo todas as suas necessidades com seu smartphone. Não à toa que este é o segmento que mais cresce no mercado mobile, e que até mesmo a Apple estaria pensando em lançar duas versões do iPhone, uma delas com uma tela muito maior do que a atual.

Mesmo que eu ache a tela grande demais, fique meio chateado com a textura nas imagens, não concorde com o preço (que é bem salgado), ou precise me acostumar mais com o design curvado, reconheço que a LG foi ousada neste lançamento. Se você gostou, pode comprar o G Flex no Submarino com um desconto sobre o preço original de R$ 2.699 com desconto especial por R$ 2.307,65 no boleto (preço válido por tempo limitado).

Confira as especificações completas do G Flex no GSM Arena, ou no site da LG Brasil.

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