Meio Bit » Arquivo » Ciência » Emissões de dióxido de carbono em um mapa conveniente (desenhado pros negacionistas entenderem)

Emissões de dióxido de carbono em um mapa conveniente (desenhado pros negacionistas entenderem)

Um estudo ao longo de 13 anos mostra um mapa de emissões de CO2 no mundo todo, ajudando a entender qual o papel do homem nas mudanças climáticas.

9 anos e meio atrás

ftd-china-pequim-poluicao-ar2

Pequim: não é neblina, é fumaça mesmo.

Os gases do efeito estufa envolvem a Terra e absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo que a radiação escape para o espaço, mantendo a Terra quentinha. Porém, se houver excesso de gases na atmosfera, o planeta esquentará muito mais, resultando em mudanças climáticas (negacionistas, não comecem a chilicar ainda).

Todos nós conhecemos o dióxido de carbono, CO2, aquele vilão que é gerado pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) e que é um dos gases do efeito estufa. Ele não é o pior, o gás metano, CH4, produzido pela decomposição de matéria orgânica, é 20 vezes mais eficiente na captura de radiação que o dióxido de carbono. Existem outros gases, como os clorofluorcarbonetos, que, além de serem gases estufas, prejudicam a camada de ozônio. Porém, deixaremos eles para outro dia.

Vamos focar no dióxido de carbono pois é o gás que mais contribui para o aquecimento, uma vez que representa 55% do total das emissões mundiais de gases do efeito estufa e aproximadamente 78% da emissão desse gás é resultante da ação do homem. Isso sem contar o tempo de sua permanência na atmosfera que é, no mínimo, de 100 anos, com impactos no clima ao longo de séculos.

Dito isso, não faltam motivos para monitorar a emissão de dióxido de carbono, além de buscar alternativas aos combustíveis fósseis e desenvolver técnicas de captura do carbono na atmosfera. Contudo, nunca foi fácil culpar um país ou outro pela emissão dos gases do efeito estufa. Quando chega a hora de falar de política (durante as negociações climáticas da ONU, por exemplo), os totais nacionais para os principais emissores entram na conversa, muitas vezes para argumentar que algum país deve ser o único a começar a fazer todo o trabalho ambiental.

Para buscar os focos das emissões de dióxido de carbono, um grupo de pesquisadores liderados por Salvi Asefi-Najafabady, da Arizona State University, produziu um mapa de alta resolução de emissões do gás, tornando mais tangível a realidade de que o excesso de gás carbônico pode agravar o efeito estufa. Sim, desenharam para os negacionistas poderem entender.

Usando uma série de conjuntos de dados, os pesquisadores produziram mapas globais de emissões com uma resolução de 0,1° de latitude e longitude (cerca de 11 km no equador) nos anos de 1997 a 2010. Eles tiveram o cuidado de usar os totais de emissões nacionais, mas para cada célula da grade, as emissões foram calculadas com base em fatores como a densidade populacional, a atividade econômica, a intensidade das emissões e os registros de usinas de energia.

O resultado final é um mapa que demonstra o quanto dióxido de carbono é emitido a partir da queima de combustíveis fósseis, com detalhes suficientes para escolher cidades individuais. Como no exemplo do ano de 2010:

mapa

Clique aqui para uma versão em tamanho maior

O mapa mostra exatamente as regiões onde há o maior impacto. Podemos então traçar estratégias para amenizar os problemas de acordo com a necessidade e a realidade de cada local, e para uma sociedade que busca reduzir o uso de combustíveis fósseis e se tornar mais sustentável, isso pode ser uma ferramenta extremamente valiosa.

Diversas comparações com anos anteriores foram feitas e analisou-se algumas tendências: lugares como a China e a Índia tiveram crescimento nas emissões de gases do efeito estufa, enquanto em outras regiões houveram ligeiras reduções, mas com crescimento concentrado em áreas urbanas. A crise de 2010 também foi perceptível principalmente nos Estados Unidos, pois enquanto as emissões aumentaram no norte do leste dos EUA, ainda havia um declínio no sul, causado pela crise econômica da época. Isso é especialmente notável pois o inverso desse padrão estava presente em 2006.

Imagens valem mais que mil palavras. Estas imagens podem valer um pouco mais. E com essa quantidade toda de dióxido de carbono na atmosfera, há quem diga que o homem não tem nenhuma influência no aquecimento global. E pior, querem ensinar isso em escolas. Entenda uma coisa, você pode negar a influência humana nas mudanças climáticas o quanto quiser mas algumas coisas são reais, quer você acredite ou não.

Fonte: AT.

Leia mais sobre: , .

relacionados


Comentários