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Windows 10 não será amiguinho do Dual Boot

Microsoft pode pressionar fabricantes a fazerem com que o Secure Boot - que impede dual boot no Windows 10 - seja obrigatório no sistema

9 anos atrás

Quando a Microsoft revelou os requerimentos mínimos para um PC rodar Windows 10, uma das dúvidas que ficaram no ar era a obrigatoriedade do hardware ser compatível com o UEFI Secure Boot, numa tentativa de combater a prática dos usuários do dual boot, ou seja, instalar dois sistemas operacionais numa mesma máquina.

A empresa já havia introduzido a novidade no Windows 8, mas seu uso era opcional, o que no fim das contas não mudou em nada a situação.

Com o novo sistema isso pode mudar, pois Redmond estaria interessada em fazer do recurso obrigatório.

O Secure Boot foi desenvolvido para proteger o hardware contra malwares e programas que reescrevam o processo de boot do computador: uma vez acionado, ele faz uma varredura dos programas ativos e caso encontre alguma irregularidade, o sistema não inicializa.

A Microsoft pressionou fabricantes de computadores e componentes entre 2011 e 2012 para que eles fizessem seus produtos compatíveis com a novidade, num claro movimento de combate ao Linux: muita gente utiliza o sistema do pinguim paralelamente ao Windows, e a Microsoft não estava mais com vontade de dividir o bolo.

No fim das contas, a solução encontrada foi de fato fazer com que PCs e placas-mãe fossem compatíveis, mas o recurso é hoje opcional: basta desativá-lo na BIOS e você poderá instalar qualquer distribuição Linux lado a lado com o Windows 8. Só que, pelo visto, a Microsoft não quer mais que isso continue.

Durante uma conferência de hardware em Shenzhen, na China, a Microsoft explicou mais uma vez sobre as exigências do Windows 10 e, embora não tenha clarificado os requisitos mínimos exatos para um computador rodar o SO, mais detalhes foram revelados sobre o Secure Boot: será decisão dos fabricantes oferecer ou não opção de desligar o feature, mas computadores que serão vendidos com o sistema instalado deverão ter o UEFI ativo por padrão.

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Isso pode limitar diversas distribuições que não possuam o pacote de assinaturas reconhecidas, o que vai impedir a instalação de outros SOs nessas máquinas caso optem por uma BIOS menos amigável. Já na parte de componentes é cedo para afirmar se isso será um problema: pela lógica fabricantes de placas-mãe não incluem restrições em seus modelos a fim de permitir que o usuário que prefere montar seu computador faça o que quiser com ele.

Não é essa a primeira vez que a empresa se manifesta contra o dual boot aliás: há cerca de um ano ela já bateu na cabeça da Asus por causa de um híbrido tablet/notebook que rodaria Windows 8 e Android (se bem que o Google também não gostou dele).

A postura da Microsoft é preocupante. Em prol de se aliar com a companhia muitos OEMs podem preferir não oferecer opção para desligar o Secure Boot, a fim de manter o sistema “seguro”. Isso pode, logo de cara, tornar notebooks e ultrabooks equipamentos que deixarão de ser amigos do dual boot, apenas para se adequarem à nova norma. Como dito acima, algumas distros do Linux passariam, mas é fato que àqueles que gostam de usar dois sistemas em uma mesma máquina poderão ter menos opções de hardware no futuro.

Com informações: ArsTechnica

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