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Review: Novo Moto E, o smartphone sem público definido

Confira nossa análise do Novo Moto E, o smartphone da Motorola que devido ao preço não pode ser exatamente considerado um aparelho de entrada

9 anos atrás

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A Motorola até então havia dedicado seus dispositivos mobile a perfis de consumidores bem distintos. O Moto X, tanto em sua primeira quanto na segunda versão é voltado ao usuário premium, o Moto G de primeira e segunda geração são destinados ao mercado intermediário e o Moto Maxx por sua vez é um produto para o hard user.

O Moto E era a opção barata, um aparelho criado para concorrer com os Androids de entrada (principalmente os da Samsung). Só que sua mais nova versão traz um pequeno problema de identidade: ele foi atualizado, o que é bom para todo mundo, mas as inúmeras novidades e recursos que ele traz hoje fizeram seu preço dar um salto nada modesto, o fazendo ser bem mais caro do que um low-end típico.

Por isso surge a dúvida: para quem o Novo Moto E é uma boa pedida?

Primeiras Impressões

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O Novo Moto E é um aparelho pequeno, portanto vai bem em qualquer tamanho de bolso. Entretanto ele passa uma sensação de conforto e tem uma excelente pegada. A tela cresceu um pouco, indo de 4,3 para 4,5 polegadas e resolução de 960 × 540 pixels, a mesma da geração anterior. A qualidade portanto não é muito boa, e particularmente acho que a Motorola deveria ter caprichado mais, tendo colocado ao menos um display HD.

Por outro lado a empresa se preocupou em dar uma identidade própria ao Moto E, como tem feito com seus mais recentes aparelhos. O Maxx possui a traseira de kevlar, o X tem a opção de customização e o G as Moto Shells. Já o Novo Moto E ganhou as chamadas Motorola Bands, molduras plásticas que protegem as entradas dos chips SIM e do cartão de memória, bem como de uma curiosa língua plástica com o selo da Anatel e outras informações. Por conta disso a bateria de 2.390 mAh agora é embutida.

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Performance

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A performance em geral do Novo Moto E está dentro do esperado para um aparelho de sua categoria. A versão que testei, com 16 GB de espaço interno utiliza o Snapdragon 410, um quad-core Cortex-A53 64 bits com clock de 1,2 GHz e GPU Adreno 306. Curiosamente ele é mais potente do que o encontrado no Novo Moto G, mas isso não quer dizer que a experiência de uso é 100% fluida: alguns travamentos foram constatados principalmente ao realizar multitarefa. O Android 5.0.2 Lollipop não faz feio e no fim das contas, assistir vídeos, jogar games simples e realizar outras tarefas não é nada de outro mundo para o smartphone.

As novidades introduzidas nos seus irmãos mais velhos se fazem presente aqui também: o Moto Assist e o Moto Tela são recursos muito úteis para evitar toda hora checar notificações ou lidar com compromissos durante o dia, através dos perfis pré-configurados. Claro, assim como ocorre no Moto G a função do Moto Tela é ativada através do giroscópio devido ausência dos sensores de proximidade. Portanto é preciso pegar o celular e não só levar a mão até ele, como fazemos no Novo Moto X ou no Moto Maxx.

Câmera

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Ainda um ponto fraco, mas melhorou. Continua com os 5 MP do modelo anterior mas pelo menos não é mais de foco fixo. Isso permite algumas brincadeiras em ambientes internos e externos, mas não espere nada além de um recurso básico que foi levemente melhorado. E a adição da câmera frontal, ausente no Moto E original é mais um ponto a favor. A primeira foto foi tirada dentro de casa com resolução máxima, já a segunda é um HDR em 3,7 MP. Atende as expectativas tão somente (clique nas imagens para vê-las no tamanho original).

Ah sim, assim como nos outros aparelhos também é possível abrir o app da câmera chacoalhando o Moto E.

O Problema

O grande revés do Novo Moto E é sem dúvida o preço. O smartphone foi originalmente pensado para ser uma opção ao mercado de entrada, só que a nova encarnação sofreu um desagradável upgrade no valor talvez para acompanhar os acréscimos que recebeu, principalmente a conectividade 4G. O modelo básico, com 8 GB de espaço interno e apenas 3G custa R$ 549, mas ele tem um belo revés: é equipado com o mesmo Snapdragon 200 da versão anterior, um dual-core Cortex-A7 com clock de 1,2 GHz e GPU Adreno 302.

Considerando os valores das versões 4G, temos o de 8 GB custando R$ 549, o com 16 GB e três Motorola Bands pelo valor de R$ 699 e o top, com 16 GB de espaço, TV digital e três Motorola Bands saindo por salgados R$ 729. O Novo Moto G foi oficialmente reajustado (R$ 879 pelo de 16 GB com TV e R$ 929 na versão 4G, com 16 GB de espaço) mas no varejo é possível encontrá-lo por um preço bem similar. Sendo assim, qual a vantagem?

Na minha opinião, se a intenção é comprar um aparelho de entrada com capacidades minimamente decentes, o Moto G leva vantagem. A estratégia da Motorola talvez tenha sido afetada pela alta enlouquecida do dólar, o que pode ter forçado o preço do Novo Moto E mas é fato que atualmente ele não é a melhor opção se observarmos a relação custo/benefício.

O único cenário em que o Moto E se destaca é caso o usuário deseje um aparelho 4G barato, já que o Novo Moto G custa bem mais. Mas a verdade é uma só: não dá mais para chamá-lo de smartphone de entrada.

Pontos fortes:

  • dual-SIM;
  • opção barata de aparelho com 4G;

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Pontos fracos:

  • câmera apenas razoável;
  • preço alto o removeu da categoria smartphone de entrada.

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