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BioBots, a impressora 3D de tecidos vivos

Conheça a BioBots, uma impressora 3D capaz de produzir tecidos e órgãos em miniatura; equipamento pode ser alternativa mais eficiente aos testes com animais

9 anos atrás

biobots

Imagine uma ferramenta que permita a indústria farmacêutica testar novos medicamentos com maior eficácia do que hoje em dia e melhor, sem ter que utilizar animais no processo. E mais, através de um método mais barato do que os de biofabricação disponíveis hoje. É o que a startup BioBots pretende com seu primeiro produto, uma impressora 3D compacta de biomateriais.

Segundo o co-fundador da BioBots Danny Cabrera é fornecer um equipamento que reduza em muito o custo de procedimentos de cultivo de tecidos vivos para pesquisas. A técnica em si não é nova, cientistas e vem desenvolvendo há pelo menos uma década. O grande problema é o preço dos equipamentos: produzir um órgão em miniatura custa uma pequena fortuna, cultivar tecidos para testes de medicamentos não é muito distante disso, o que obriga os pesquisadores a continuar dependendo de testes em animais. Hoje em dia os valores giram em torno de US$ 100 mil e US$ 500 mil. A BioBots por sua vez será vendida para pesquisadores por US$ 5 mil, e o primeiro kit refil por US$ 700.

Cabrera se inspirou nas impressoras 3D convencionais, que estão ficando cada vez menores e mais acessíveis para desenvolver a BioBots, uma variante que obviamente utiliza uma tinta especial, que pode ser combinada com células vivas e/ou biomateriais a fim de construir tecido vivo, chegando a até mesmo ser capaz de confeccionar órgãos em tamanho reduzido. A tinta contém um composto foto-inicializador que reage com a luz azul que é emitida pela impressora, ao invés de se utilizar de raios ultravioleta ou pressão como em técnicas similares — de acordo com Cabrera o uso desse método é mais eficiente pois não danifica as células.

Durante demonstração no palco do TechCrunch Disrupt NY, a BioBots produziu uma pequena amostra do que pode fazer: segundo os desenvolvedores, uma réplica da orelha de Vincent Van Gogh.

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A startup diz que atualmente o equipamento está sendo utilizado em testes de medicamentos, com melhores resultados do que utilizando animais em seu lugar. A curto prazo a BioBots espera que a impressora ajude a fomentar terapias especializadas, permitindo que sejam construídos tecidos e estruturas com as células sadias do próprio paciente. Claro, ainda estou um pouco cético no fim das contas mas estou achando tudo muito interessante, podem vir coisas boas daí.

Ainda é muito cedo para vermos uma impressora ser capaz de produzir um coração, um rim ou um braço funcional, mas é bom ver que a pesquisa está avançando a passos largos e já estamos nos encaminhando para uma etapa importante que é cortar custos. E quanto mais gente estiver nesse barco, sejam pesquisadores ou startups dispostas a investir seu dinheiro e tempo nisso, melhor.

Fonte: Tech Crunch.

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