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Stephen Hawking: inteligência artificial nos superará em 100 anos

Físico acredita que a inteligência artificial evoluirá a um ponto em que as máquinas nos superarão, a menos que seus objetivos se alinhem com os nossos

9 anos atrás

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Uma das tropes mais antigas, desde antes da popularização da internet é a revolta da inteligência artificial criada pelo homem. Uma consciência fabricada, originalmente para servir à humanidade se torna consciente e conclui que sapiens bom é sapiens morto. O tema vem sendo utilizado pela mídia há décadas e bem antes de Westworld, que inspirou O Exterminador do Futuro.

Frank Herbert pincelou em Duna como sendo um grande mal superado. Clarke escreveu sobre, Asimov também. O grande medo do homem é ver uma criação superar seu progenitor, mas é fato que nossas vidas já são gerenciadas por robôs há tempos. Em um carro moderno quem manda é o computador, e ele em tese pode tomar uma decisão não muito agradável para o motorista. Nossas transações financeiras são controladas por robôs. Sistemas de trânsito, aviões, é tudo automatizado.

É diferente, entretanto de um programa adquirir consciência. Uma coisa é uma máquina fingir que é um humano, outra é ter consciência de que é uma máquina. O grande medo de gente do calibre de Elon Musk é de que nos anos a seguir, os computadores possam ficar tão inteligentes a ponto de se tornarem uma ameaça real. Não que seja possível (nem sabemos se dá para um emaranhado de circuitos adquirir consciência), a questão é que há a possibilidade.

Stephen Hawking também não vê a IA com bons olhos. Para o físico a evolução das máquinas é um caminho sem volta, e que a nós caberia apenas “alinhar seus interesses com os nossos”. Caso contrário, em 100 anos veremos as máquinas assumindo o controle da situação.

Hawking acredita que o futuro da humanidade reside num meio termo entre o avanço da tecnologia e o saber até onde ela pode ser utilizada. Em suma, a longo termo nossa preocupação deveria de focar em saber se uma inteligência artificial pode ser controlada ou não.

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É uma questão complexa. O Watson, de longe o supercomputador mais consciente que temos e que é capaz de “falar” (sem voz) e entender contexto não é consciente. A própria construção da mente humana se deu através de milhões de anos de evolução e ao contrário do que muitos pensam, nosso cérebro é uma bela gambiarra evolutiva, que vê e ouve coisas que não existem e chega a ignorar informações recebidas. Este vídeo é um ótimo exemplo.

Daí partimos para a possibilidade de criar uma rede neural capaz de um determinado momento se dar conta que existe, que é algo que pensa e sente. As leis de Asimov se aplicariam a um robô, uma IA que pensa por si só? Ela não seria capaz de sobrescrever o código com suas próprias prioridades? Ao dar uma mente humana a uma máquina, é natural que ela queira o mesmo que nós. Se ela se tocar disso e começar a construir mais e mais versões suas, melhores e mais rápidas estaremos obsoletos em pouco tempo.

A bem da verdade, nós nem sabemos se é possível criar uma máquina realmente pensante. O processo de formação da consciência humana não foi totalmente desvendado, pode ser que a pesquisa nunca consiga chegar ao objetivo. Como pode ser que como Clarke escreveu em 3001, a humanidade seja apenas um estágio da evolução e as máquinas sejam a forma de inteligência suprema, tendo superado o limite da vida.

Em todo caso, embora Hawking seja pessimista ao extremo os pesquisadores em geral veem o desenvolvimento da IA com otimismo. Pode ser que acabemos criando nossos carrascos ou nossos melhores aliados, ainda não sabemos. Quero acreditar na segunda opção mas isso, só o tempo dirá.

Fonte: Tech World.

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