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Um software que identifica crateras de artilharia

Por incrível que pareça depois que uma bomba explode não é tão simples identificar de longe que algo ali explodiu. Para facilitar a detecção de ataques de artilharia e foguetes uma ONG e uma Universidade desenvolveram um software que automatiza esse processo, analisando imagens até do Google e dizendo de onde veio o tiro.

8 anos atrás

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Do chão é bem simples identificar uma cratera de bomba, mas paradoxalmente se você se afastar elas se tornam menos óbvias, sendo facilmente confundidas com a paisagem. Isso é ruim quando é preciso realizar um trabalho forense para determinar a origem de um ataque.

Existem radares especializados em rastrear disparos de artilharia e calcular a origem dos tiros, em geral isso é automatizado até, mas gente comum, que geralmente está no alvo onde esses tiros vão cair não dispõe dessa tecnologia, e só no olhômetro simplesmente não dá para dizer de onde veio o tiro.

Até porque, ficar do lado errado de uma salva de artilharia é uma das situações mais aterrorizantes que um ser humano pode passar. Duvida? Assista este vídeo, depois diga se mesmo na segurança do seu lar você não se encolheu quando ouviu o segundo tiro chegando.

Best sound effect of Artillery shelling • عتيق عبد الحفيظ

Os investigadores costumam visitar pessoalmente as zonas de tiro, o que não é muito boa idéia, raios caem sim duas vezes no mesmo lugar e artilharia costuma ser bem mais fiel a essa tradição. Para agilizar a identificação dos pontos de origem dos ataques, uma ONG chamada Rudiment está com uma proposta ousada:

Eles criaram, junto com o Centro de Computação Visual da Universidade de Bradford o ARtillery Crater Analysis and Detection Engine (ARCADE). Baseado no MatLab, ARCADE utiliza reconhecimento de imagem e inteligência artificial para identificar padrões de terreno deslocado por cargas de artilharia:

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A ferramenta é voltada para investigadores independentes, ONGs e jornalistas, pode ser usada com arquivos do Google Maps ou outros, o objetivo é que os interessados façam a própria pesquisa, sem depender de fontes oficiais. Isso é especialmente útil em casos onde vale a máxima que filho feio não tem pai, e depois de ataques todos os envolvidos negam participação.

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A versão atual consegue calcular a direção de onde os tiros vieram, o que já é alguma coisa, visto que a maioria das linhas de frente não é um círculo. Dá para automatizar bastante e usar um conjunto variado de imagens, resolvendo o problema do exame manual de cada fotografia.

O ARCADE é OpenSource, roda em Windows e está disponibilizado neste link aqui do GitHub. É uma excelente contribuição para a sociedade, mostrando que nem todo mundo que aprendeu a programa precisa necessariamente criar outra rede social.

Fonte: Popular Science.

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