Meio Bit » Arquivo » Games » Análise - Resident Evil 5

Análise - Resident Evil 5

15 anos atrás

Continuações de jogos históricos como é no caso de Resident Evil, são sempre aguardados demais pelos fãs e pela mídia. O que falar de Resident Evil 5? Chamá-lo de jogo do ano pode parecer um precoce exagero, mas até o momento nesse ano, não foi lançado nada que chegasse ao nível que esse jogo chega. Foi testada a fundo a versão de Xbox 360, idêntica a versão de Playstation 3 (testada brevemente para comparações). O jogo é distribuído no Brasil exclusivamente pela Synergex do Brasil.

spencer_re5_20.03.09_05

Esqueçam os Ganados, chegou a hora dos Majinis

Alguns anos após Leon S. Kennedy ter extinguido os problemas que o parasita Las Plagas causou na Europa criando os Ganados, Chris Redfield é enviado à África para investigar acontecimentos parecidos na região de Kijuju. Percebe-se de cara que o povo local não gosta muito de um estranho no meio deles e Chris ao lado da local Sheva Alomar vão investigar o que está acontecendo por lá. Ambos fazem parte da BSAA, Aliança Investigadora de Segurança Bioterrorista (Bioterrorism Security Assessment Alliance) e juntos descobrem que uma vertente superior ao Las Plagas está sendo usado na população local e é ai que a história começa a pegar fogo.

A história vai se desenrolando e muita coisa que vai sendo descoberta, faz Chris se lembrar do seu passado e sentir falta de sua antiga parceira Jill Valentine, que participava com ele da STARS. Juntos investigaram uma série de assassinatos brutais ocorridos em uma pequena cidade do meio-oeste norte americano chamada de Raccoon City (por um acaso, a história do primeiro Resident Evil). Apesar de ter se passado 10 anos dos acontecimentos em Raccoon City e também anos após o fim da Umbrella Corp., Resident Evil 5 tem muito assunto relacionado e entrelaçado com o primeiro jogo da série.

O poder de Resident Evil

Resident Evil 5 possui um poder gráfico incomparável, em primeiro plano o visual assusta, as feições dos personagens, movimentações, gesticulações... perfeitos. Percebi um errinho aos personagens andarem, seus pescoços são muito rígidos. Sério, só percebi isso. Não vi nenhum jogo chegar a esse nível, principalmente com detalhes tão ricos assim. Um destaque especial para as animações faciais, principalmente da personagem Sheva, que parece ser um pouco mais “emotiva”. São movimentos muito reais, nada forçado como normalmente é visto em sobrancelhas, bocas... nada. Chris é mais durão, mais frio, e percebe-se isso claramente nas cenas que conversam entre si. Até achei que era uma falha de criação, mas com o tempo percebe-se que o personagem é realmente mais frio, tendo em vista todo o histórico que Chris Redfield passou nesses 10 anos desde o primeiro jogo (acreditem, isso faz sentido)o personagem passou. Os personagens comuns também foram bem caprichados, logo no começo do jogo há uma cena em que os habitantes locais estão espancando algo dentro de um saco, ao Chris se aproximar, eles param e começam a encará-lo. A cena é aterrorizante, mesmo você tendo certeza que nada ia acontecer. Os detalhes visuais não param por ai, os casebres, gramados, plantas, animais mortos. Olha, dá para se entender o porquê um jogo como esse demorou tantos anos para ficar pronto (está em produção desde 2005).

O som sempre foi um ponto marcante da série, desde sua primeira versão que era apenas estéreo. O jogo conta com efeitos e uma engenharia de som de primeira linha, incluindo a trilha q tem faixas orquestradas de verdade, a Capcom aproveita e abusa das tecnologias hoje, fazendo os efeitos empregados de maneira ilustre. Ouve-se inimigos mais silenciosos te procurando, te caçando, além de todo som ambiental do vilarejo. A música entra sempre nos elementos de maior tensão ou de alívio, seguindo o nervosismo do jogador. Grande parte do terror psicológico da série Resident Evil está realmente no som.

O ponto negativo do jogo fica por conta da jogabilidade. Ela é bem semelhante a quarta versão, porém sente-se uma falta de evolução nisso. O controle de movimentação dos personagens é pesada, ele não vira e esquiva facilmente. Em um ambiente repleto de inimigos, essas limitações fazem do jogo bem frustrante. É fácil se adaptar a jogabilidade? É sim, mas essas limitações podem ajudar o jogo a não ser jogado muitas vezes. O sistema de mira e tiro é bom, porém a dureza dos controles fazem realmente a tempestade acontecer num copo de água. Os produtores do jogo disseram que esse fator negativo é proposital, deixar o controle duro cria mais tensão, pois você não tem uma resposta imediata de como reagir a tais ações e chega a entrar em desespero (parabéns, vocês conseguiram).

On-line

O jogo foi desenvolvido para ser jogado em cooperativo, e no caso de não haver um segundo jogador, este será controlado pelo computador, portanto não há opção para se jogar 100% sozinho. O primeiro jogador (e o host) sempre será Chris Redfield, e o segundo jogador fica por conta da musa Sheva Alomar. Além dos dois irem mandando bala nos inimigos, os dois colaboram entre si em muitas ações. Para subir em um local de difícil acesso, Chris arremessa a Sheva e ela resolve o problema por outro caminho. Quando há uma legião de inimigos, os dois podem trocar ou doar itens um ao outro e além disso, podem se ajudar em momentos de desespero ou feridos.

A Capcom lançará um modo versus que poderá ser comprado na Live ou na PSN, alguns modos multiplayers serão incluídos, além de um modo cooperativo em 4 pessoas, interessante não? A minha curiosidade fica por conta do modo versus, com essa jogabilidade, Resident Evil 5 será divertido no mata mata?

veredicto

Resident Evil 5 é um marco, veio para o mercado com a expectativa de impactar e acho que o fez com muita categoria. Gráficos de primeira. As animações faciais e movimentações dos personagens são reais demais. O som como sempre faz a diferença, muito detalhado e bem feito. A jogabilidade deixou bem a desejar, faltou interatividade. Acho que uma mudança radical nos controles seria uma boa solução para a sexta versão, gostou da idéia Capcom? Por ser Coop o jogo traz a oportunidade de jogar mais de uma vez até o fim bem possível, mas será o suficiente? O conteúdo extra será uma carta na manga Capcom?

pros

- Gráficos soberbos, animação divina, detalhes de tirar o fôlego. Um dos mais belos visuais vistos nessa nova geração.
- A história é surpreendente. A Capcom um dia pensou, vou fazer um survival horror sem zumbis e sem muita escuridão. Objetivo foi muito mais que alcançado em Resident Evil 4, ultrapassado e humilhado em Resident Evil 5.
- Finalmente um modo cooperativo decente e olha, mesmo com a Sheva sendo o computador ela não faz feio não.
- Inteligência artificial de primeira, os ganados já eram chatos em RE4, esses majinis são muito piores de se enfrentar.

contras

- A Capcom elevou a série toda em um nível marcante e exemplar, porém ela esqueceu de fazer isso com a jogabilidade. Matar um inimigo bem próximo é um inferno, o simples ato de se locomover com o personagem já é difícil, e executar muitas ações então...
- Para quem gosta de jogar novamente um jogo, Resident Evil 5 é bem limitado nesse aspecto. Ele não convida o jogador a fazer a história novamente. Porém os modos que se abrem depois de terminá-lo valem a pena.

spencer_re5_20.03.09
 
spencer_re5_20.03.09_02 spencer_re5_20.03.09_03 spencer_re5_20.03.09_04

relacionados


Comentários