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E o recorde mundial de transações financeiras móveis vai para… Quênia!

Um lado curioso da tecnologia é que ela é explorada e aprimorada onde há necessidade. Enquanto o mundo rico engatinha nas áreas de pagamento mobile, com um monte de soluções que ninguém usa, o campeão mundial de transações é o Quênia, que se resolve muito bem sem smartphones, só nos Nokias humildões.

8 anos atrás

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Quem viveu o tempo da hiperinflação lembra de como as coisas aumentavam de preço literalmente todos os dias, salários depositados na sexta compensando só na segunda eram puro terror. Os bancos precisavam de uma agilidade inédita no resto do mundo, e assim o fizeram. Isso resultou em um sistema bancário sem igual. Enquanto a gringalhada ainda se arrastava com a Western Union já tínhamos DOCs: a capilaridade do nosso sistema é invejável. 

A necessidade é a mãe da Invenção, e isso se repete na África, onde a infraestrutura de telecomunicações sempre foi muito precária, era complicado montar postos bancários no interior, e a tecnologia clássica foi atropelada pelas redes de celular, mas com um diferencial.

Isaac Mkalia, 20 years old, a teacher by profession is checking his mobil phone.

Como a situação de pobreza por lá é bem pior, não há realmente um mercado de smartphones, então as soluções bancárias se adaptaram para celulares comuns. Se adaptaram e se expandiram. Quem mora a dias de viagem de um banco não precisa mais sacar dinheiro. Dá para fazer tudo pelo celular, pagar contas, comprar em lojas, enviar e receber dinheiro.

A M-Pesa é a principal operadora dessas microtransações, hoje funciona em uma penca de países e está se expandido para a Europa Oriental. Eles provêm um serviço essencial, ao proporcionar acesso a serviços bancários para gente que não atende os requisitos para abrir conta em bancos.

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Isso fez com que os quenianos corressem (não que seja novidade) para abraçar esses serviços, e agora em 2015 o país registrou US$ 27 bilhões em transações móveis. Americanos empacados com o Apple Pay? Brasileiros com sistema pronto pra pagamento via RFID mas perdidos na burocracia? Ficou todo mundo para trás.

Do mesmo jeito que um brasileiro achava absurdo um norte-americano não poder sacar dinheiro em qualquer agência de seu banco, os quenianos devem achar ridículo não poder comprar um picolé com o celular.

Lembrando que 20 anos atrás esses mesmos celulares custavam fortunas e no Brasil você só conseguia linha com carta-convite. Essa é a maravilha da tecnologia, ela se torna mais barata mas não menos útil.

Fonte: Russia Today.

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