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Review — Lenovo Vibe A7010

Testamos o Lenovo Vibe A7010, o smartphone mid-end da fabricante chinesa.

8 anos atrás

Lenovo Vibe A7010

Primeiro aparelho vendido no Brasil com a marca própria da fabricante chinesa, o Lenovo Vibe A7010 é um smartphone mid-end que compete na mesma faixa do Zenfone 2 Laser, Galaxy J7 e até os irmãos Moto G e Moto X Style.

Num setor com tanta competição, o Vibe vale a pena?

Hardware

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O Vibe A7010 tem um design diferente dos aparelhos da Motorola, mas conta com alguns detalhes bastante comuns na irmã, como a falta do nome da fabricante na parte frontal do aparelho e a traseira curvada para deixar o telefone mais ergonômico. A construção em plástico deixa a desejar quando comparada com aparelhos como o Moto X Play, mas não dá muita impressão de fragilidade.

Os botões são capacitivos e tem um detalhe bastante estranho para quem está acostumado com Android: os botões Voltar e Multitarefa estão ao contrário do padrão adotado pelo Google, em especial nos aparelhos com botões virtuais. Apesar disso confundir um pouco, acabei gostando da mudança: sou destro e ao usar o telefone com uma mão o botão Voltar fica mais fácil de acertar.

Os alto-falantes contam com a tecnologia Dolby Atmos e o som realmente melhora com ele ativado. Além disso, o volume da voz em conversas parece mais alto que o convencional, e achava que liguei o viva-voz por engano.

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E finalmente o leitor de digitais chega a um aparelho da Lenovo/Motorola (isso é, depois do Atrix): o do Vibe é bastante rápido e basta encostar o dedo para desbloquear o aparelho, não precisando nem mesmo de um clique como no Touch ID dos iPhones.

Porém, como nos Android sem botões físicos, o leitor de digitais fica na traseira do aparelho, o que impede que você desbloqueie o telefone rapidamente se ele estiver em cima da mesa. Até pela localização do sensor, só é possível cadastrar dois dedos no telefone: usar o sensor com qualquer coisa que não sejam os indicadores é bastante desconfortável.

Um recurso interessante do sensor de digitais é poder usá-lo como um botão: por exemplo, um toque no sensor enquanto na câmera irá tirar uma foto.

Infelizmente tive problemas com algo que geralmente nem cito em reviews: o GPS. Apesar de configurado para o modo de alta precisão, em várias ocasiões o GPS errava minha localização por uma ou duas quadras. No carro, o Google Maps nem sequer entrava no modo curva-a-curva. Usando o GPS Test, minha impressão é que o telefone não consegue fixar num satélite GPS mas também não usa as torres celular para conseguir uma localização mais precisa.

Por dentro, o Lenovo Vibe tem um SoC MediaTek MT6753 com oito núcleos, 2 GB de RAM, 32 GB de armazenamento e câmeras de 13 Mp (traseira) e 5 Mp (frontal).

A tela, de 5,5 polegadas tem resolução Full HD (1.920 × 1.080 pixels), mas apesar de ter um painel IPS tem as cores meio lavadas… A bateria tem 3.300 mAh e não é removível, ainda que a tampa traseira seja. Na caixa vem um carregador de 2 A, mais lento que os carregadores Turbo da Motorola mas ainda melhor que o usual.

Apesar da bateria enorme, não achei que a duração foi das melhores. No meu uso normal, ela durava entre 8 e 9 horas. No GeekBench, chegou a 8 h, o que me deixou bem surpreso — os Moto X costumam fazer cerca de 4 h 30 min nesse teste, e minha experiência com o Moto X Force é que a bateria dele dura mais que a do Vibe.

Software

Se no hardware as diferenças entre o aparelho da Lenovo e os da Motorola são pequenas, ainda que facilmente reconhecíveis, no software é que o Vibe se mostra bastante diferente. Ao invés da filosofia de manter o Android puro com apenas alguns ajustes e apps adicionais, a Lenovo tem uma interface própria chamada de Vibe UI.

A maioria dos apps embutidos é até útil, entre eles está um gravador de voz, gerenciador de arquivos, contador de passos e bússola, mas outros são mais questionáveis, como o Lenovo Companion, que faz atualização do sistema (algo já nativo no Android) e diagnósticos. Até lembra bastante o Thinkvantage, incluído pela Lenovo nos ThinkPads.

As personalizações da Lenovo até trazem alguns diferenciais interessantes, como a área segura: é como se fosse um perfil de usuário diferente, isolado do perfil comum do aparelho, com direito à poder registrar senhas e digitais diferentes para desbloquear o aparelho. Mas não deixo de ficar em dúvida se tanta modificação não impacta na performance: no geral o Vibe é bem rápido mas com uso mais intenso o botão de limpar RAM na tela de multitarefa se mostra bastante útil.

O Vibe A7010 vem com Android 5.1 e ainda não há previsão de quando a Lenovo lançará o upgrade pro Android 6.0.

Câmera

As câmeras do Lenovo Vibe, tanto a frontal como a traseira, tem desempenho ok. Tira boas fotos em cenas bem iluminadas mas gera imagens com bastante ruído em condições ruins de luz.

Vale a Pena?

Considerando os preços dos aparelhos mid-end atuais, o Vibe A7010 está num preço bom mas com bastante concorrência na mesma faixa. O desempenho não é muito diferente de aparelhos com UI customizadas, como o Zenfone ou os Galaxies, mas os problemas que tive com o GPS são bem sérios…

O grande diferencial do Vibe é o leitor de digitais, que não está presente em nenhum concorrente direto, e nisso não perde em nada para os aparelhos mais caros. Mas talvez isso seja pouco.

Nisso, fica claro quão confusas as opções da Motorola estão: nessa faixa entre R$ 1.000 e R$ 1.500, o Moto X Play é um aparelho bem melhor. Talvez até aparelhos de 2014, como o LG G3 ou o Galaxy S5 sejam uma opção mais interessante.

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