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Era esperado: vendas de smartphones no Brasil caem 13,4% em 2015

Crise financeira e fim da Lei do Bem afetaram as vendas de smartphones em solo brasileiro; IDC prevê queda de mais 13% nas vendas em 2016

8 anos atrás

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A gente viu esse cenário se formando, portanto tal notícia nem chega a surpreender: após cinco anos de crescimento a crise puxou as vendas de smartphones no Brasil para baixo pela primeira vez, registrando uma queda considerável em 2015. E a projeção para este ano é dos números continuarem a descer a ladeira.

O levantamento realizado pela IDC Brasil concluiu que o número de dispositivos móveis comercializados no país, entre todas as marcas disponíveis fechou em 47 milhões de unidades, uma redução de 13,4% nas vendas em comparação ao ano anterior: em 2014, as fabricantes venderam 54,5 milhões de dispositivos. O número de linhas ativas em smartphones sofreu um recuo de 8,2%; significando o fim de cerca de 23 milhões de pontos de acesso. É muita gente.

Não é preciso pensar muito para entender o que aconteceu: a crise pegou todo mundo de calças curtas, a alta desenfreada do dólar transformou o real em confete e os fabricantes não tiveram como segurar os preços de seus lançamentos de 2015 lá embaixo: os aparelhos top de linha chegaram aqui com preços começando na casa dos R$ 3 mil (a linha Moto by Lenovo é a única exceção relevante, mas ainda assim ela sofreu reajustes severos em relação à linha 2014) e os intermediários também não estavam mais tão atraentes. Como consequência, os tempos de bonança dos fabricantes de smartphones no Brasil acabaram.

O golpe de misericórdia veio no quarto trimestre: tradicionalmente o melhor período de vendas, a acentuação da crise e o fim da Lei do Bem, que se refletiu em reajustes imediatos nas linhas mid e de entrada acabou por afugentar o consumidor de vez, sabotando as compras de fim de ano de boa parte da população. O período fechou com 11,6 milhões de smartphones vendidos, 32% a menos do que o mesmo período de 2014.

E para 2016? As projeções são tão pessimistas quando. O IDC calcula que o mercado irá vender 13% a menos que em 2015, chegando a 41 milhões de dispositivos comercializados. Embora a participação do Brasil nas vendas de smartphones na América Latina tenha caído de 42% para 34% e no cenário global de 4,4% para 3,4%, o país ainda é o quarto maior consumidor de dispositivos móveis do planeta, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Índia.

É preciso levar em conta que com a Lei do Bem extinta, aparelhos baratos e competentes se tornarão cada vez mais raros (teremos uma ou outra característica, não as duas) enquanto os tops de linha chegarão aqui com preços cada vez mais altos, o que pode desestimular as vendas cada vez mais.

Um bom indicador de quanto os high-ends custarão por aqui em 2016 será o anúncio dos Galaxy S7 e S7 Edge no Brasil, em evento da Samsung na próxima quinta-feira em São Paulo. O MeioBit estará presente e trará os valores dos tops da fabricante sul-coreana em primeira mão.

Fonte: Reuters.

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