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Intel troca processo tick-tock de atualização de processadores por modelo de três ciclos

Ao não conseguir acompanhar Lei de Moore, Intel abandona a estratégia tick-tock e adota modelo PAO de três ciclos: processo, arquitetura e otimização

8 anos atrás

processors

A Lei de Moore aparentemente chegou ao limite. A declaração dada pelo fundadora da Intel Gordon E. Moore em 1965 de que o poder computacional dos processadores (originalmente a citação se referia ao número de transístores) dobraria a cada dois anos foi seguida à risca pela indústria por quase 50 anos, mas nos últimos tempos os pesquisadores vêm enfrentando dificuldades para reduzir o tamanho dos componentes de um processador.

Embora a IBM e a Samsung estejam conseguindo alguns resultados interessantes com técnicas alternativas (os coreanos não mostraram nada, é bom frisar), a Intel vinha enfrentando sérias complicações para manter o passo da Lei. Tradicionalmente ela emprega o modelo “tick-tock” no desenvolvimento de processadores: o “tick” diz respeito à redução do espaço entre os transístores, permitindo a adição de uma maior número deles; já o “tock” representa mudanças profundas no microcódigo para fins de otimização do consumo energético. Ou seja, processo e arquitetura.

O último “tick” da Intel foi em 2014, com a introdução dos chips Broadwell de 14 nanômetros. O “tock”, a linha Skylake lançada no ano passado e refinamento do processo de litografia chegou atrasada, mas até então pensava-se que a Intel conseguiria manter o cronograma e apresentar o novo “tick” com a linha Cannonlake, de 10 nanômetros.

Pois bem, não é o caso. A companhia, para não se complicar mais acabou por decidir esticar o prazo de atualização do processo de litografia de dois para três anos. Os processadores Cannonlake só darão as caras em 2017, enquanto neste anos seremos apresentados à linha Kaby Lake, que vem sendo chamada de “semi-tock”. Porém a nomenclatura não faz mais sentido dessa forma.

A ideia da Intel é introduzir um novo ciclo permanente e não só agora quando teve problemas, que passaria a funcionar de acordo com o seguinte fluxo: o processo de litografia é atualizado, no ano seguinte a arquitetura é aprimorada e posteriormente o conjunto em si é completamente otimizado. Processo, arquitetura e otimização, o que está sendo chamado de “Estratégia PAO”.

A companhia até divulgou um gráfico ilustrando como as coisas serão de agora em diante:

PAO

A estratégia da Intel aponta para o inevitável limite físico do silício. Embora teoricamente a barreira final seja um processo de apenas um nanômetro (um átomo de espaço entre os transístores), se para chegar em 10 nm a Intel já enfrenta problemas… quanto à IBM, embora tenha conseguido melhores resultados (eu ainda não boto minha mão no fogo pela Samsung), os processadores da concorrente chegarão ao mercado um ano antes.

Fonte: Intel (cuidado, PDF).

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