Meio Bit » Arquivo » Hardware » Da série “que fim levou?”: Project Ara

Da série “que fim levou?”: Project Ara

MIA? Silêncio do Google sobre o Project Ara, o smartphone modular levanta dúvidas sobre a continuidade do projeto

8 anos atrás

project-ara

Alguém se lembra do Project Ara? O tal smartphone modular foi um dos assuntos mais quentes do Google em 2014, já que a ideia de oferecer um dispositivo altamente customizável, barato e decente era muito atraente. Só que houveram alguns probleminhas e o tal dispositivo deu uma bela sumida… até agora.

O projeto em si é, ou era (não sabemos) bastante ambicioso e inovador. A divisão ATAP, antes pertencente à Motorola e que fora absorvida começou os trabalhos em torno do dispositivo, com a proposta de fornecer um smartphone capaz de ser plenamente customizável: através de módulos fixados em sua carcaça o usuário poderia trocar SoC, adicionar mais RAM, mais espaço de armazenamento, uma câmera melhor (ou mais de uma), etc. Emfim, deixar seu gadget realmente com a sua cara e adaptá-lo a suas necessidades particulares.

Só que o tempo foi passando e nada do Ara aparecer. O Google ATAP, capitaneado pela ex-DARPA Regina E. Duncan funciona sob seu estilo de trabalho que é a norma da agência: cada projeto tem um ciclo de vida de 24 meses entre o rascunho e a execução, e depois disso o idealizador pula fora. Isso é norma para manter tudo sempre em caráter de urgência, reflexo da Guerra Fria em que órgão de defesa dos EUA tinha que se preocupar com a União Soviética.

No caso o responsável pelo Ara era o engenheiro Paul Eremenko, que deu o pontapé inicial do Ara em abril de 2013 seguiu a norma à risca: em maio de 2015 ele saiu do Google e foi para a AirBus, mas o smartphone modular... não estava pronto.

A promessa inicial era de que o Project Ara chegaria ao mercado consumidor em janeiro de 2015, com preços bem decentes: o kit inicial do smartphone, composto de chassi, display de 5 polegadas HD e módulo Wi-Fi custaria apenas US$ 50. O Porto Rico foi escolhido como o primeiro país a testar a novidade, mas de qualquer forma ele já chegaria atrasado.

http://www.youtube.com/watch?v=intua_p4kE0Google ATAP — Project Ara: Part of it

Pois nem tudo deu certo: o plano piloto foi cancelado em cima da hora e logo descobriu-se o motivo, o Project Ara era altamente desmontável. A solução baseada em eletroímãs permanentes não se provou sólida o bastante e o smartphone fracassou veementemente no Drop Test, com pecinhas voando para tudo quanto é lado. Resultado, a contra-gosto do ATAP (e certamente para o ódio dos executivos do Google) ele voltou para a prancheta.

Desde então não se ouviu falar dele. A conta do Project Ara no Twitter está em silêncio desde dezembro. As da divisão ATAP, tanto lá quanto no Google+ não o mencionam há tempos. Com a reestruturação da empresa não é tão difícil pensar que a Alphabet, hoje a holding do setor possa muito bem ter cancelado tudo por ver que nada virá dele de qualquer forma. Só que agora alguns sinais de atividade foram detectados pelos equipamentos da UTI.

Duas semanas atrás o site oficial foi remodelado. Não há nada lá, apenas um formulário de contato e o link para o Twitter mas já é um começo. Alguns dias depois usuários de Android começaram a relatar que o app Opinion Rewards, que já anda fazendo uma pesquisa sobre o Android N lançou outra a respeito do Project Ara:

As perguntas, questionando o usuário sobre quanto ele estaria disposto em pagar a cada seis meses por melhorias dá uma ideia de que o Google está delineando quanto cada módulo adicional do smartphone custará num lançamento futuro. É interessante e dá uma ideia de que talvez ele não seja tão barato quanto se esperava (se cada módulo custar a partir de US$ 25, o custo total de um gadget funcional poderá jogá-lo dentro da categoria de mid-highs, o que não era a ideia inicial).

Claro que tudo isso são especulações em cima das poucas informações que o Google compartilha no momento, mas pelo menos há sinais de que o Ara ainda não morreu.

relacionados


Comentários