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Rumor — Nintendo NX utilizaria cartuchos em vez de mídia óptica (e isso faz sentido)

Nada de Blu-ray 4K para a Big N — a Macronix, fornecedora de chips ROM, deixa escapar que Nintendo NX poderia utilizar cartuchos em vez de mídias ópticas. Ao contrário do que ocorreu no N64, faz todo o sentido hoje.

8 anos atrás

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A Big N sabe como esconder seus segredos, especialmente sobre o Nintendo NX. O lançamento mundial em março de 2017 é basicamente a única informação oficial mais atual que a empresa divulgou de forma oficial sobre o novo console.

Até o final do presente ano, quando a Nintendo fizer algum evento de lançamento, teremos que nos contentar com rumores e vazamentos, alguns totalmente falsos. Outros parecem fazer muito sentido.

É o caso do mais novo rumor sobre o Nintendo NX, novo console que aparentemente utilizará cartuchos em vez de mídia óptica.

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Alguns de meus cartuchos do Game Boy, Game Boy Advance, Nintendo DS, 3DS e PlayStation Vita

A Macronix deixou escapar que estaria por receber grande encomenda da Nintendo para o começo de 2017 (Q4 FY 2016). A Macronix é a principal fornecedora de chips ROM para os atuais consoles portáteis da Nintendo.

No caso o Nintendo 3DS e o New 3DS utilizam cartuchos cujos chips ROM são litografados no processo de 75 nm e têm capacidade máxima de armazenamento de 8 GB. A Macronix já está testando chips ROM fabricados no processo de 32 nm e que armazenam cada um um máximo de 32 GB, por enquanto.

O rumor mais frequente sobre o Nintendo NX é que o novo console será constituído por duas partes independentes com os mesmos jogos: uma parte portátil e o console de mesa propriamente dito. Como o modus operandi da japonesa quase sempre tem sido o de dar retrocompatibilidade nos portáteis, é praticamente certo que o NX portátil rodará os velhos jogos de (New) 3DS por hardware.

Assim podemos inferir que o rumor se refere principalmente aos cartuchos do NX portátil. Só que tanto o NX portátil quanto o NX de mesa rodariam os mesmos jogos. Se rodam os mesmos jogos, por que enfiar uma mídia óptica no console de mesa? Bom, no máximo seria para uma retrocompatibilidade com as mídias físicas do Nintendo Wii U. Só que mídia óptica representaria maior custo para a japonesa.

Aliás, quando falamos em mídia física para jogos nos consoles, que características ela deve possuir?

Vamos recapitular:

  1. capacidade de armazenamento adequada ao tamanho da grande maioria dos jogos daquela geração;
  2. a mais alta taxa de transferência de dados possível;
  3. a menor latência na busca dos dados que a tecnologia contemporânea permita;
  4. o mais baixo custo possível.

Desde a quinta geração de consoles que as mídias ópticas vêm sendo a principal forma offline para distribuir e comercializar os jogos: a capacidade de armazenamento e o baixo custo de replicação sempre compensou a baixa taxa de transferência e a alta latência (na casa dos milissegundos).

Em portáteis, mídia óptica só existiu na aberração chamada PlayStation Portable (PSP) ao final da sexta geração. A própria Nintendo muito relutantemente só adotou mídia óptica na sexta geração, escolhendo a tecnologia da Matsushita (Panasonic) no Gamecube. Essa mesma parceria entre a Nintendo e a Panasonic resultou nos discos ópticos proprietários do Wii e Wii U, este com formato e capacidade de armazenamento semelhantes ao Blu-ray.

Problema: a maioria dos jogos AAA da oitava geração exigem altas taxas de transferência dos dados e baixa latência que nem as atuais mídias ópticas (estou a falar do Ultra HD Blu-ray 4K) conseguem oferecer. Traduzindo: tanto o Xbox One quanto o PlayStation 4 exigem que os jogos sejam instalados nos respectivos discos rígidos por questão de performance.

Se o Nintendo NX utilizar cartuchos, o console poderá rodar os jogos sem estes precisarem ser instalados no armazenamento interno do novo console: os cartuchos conseguirão taxas de transferências bem maiores que mídias ópticas e latência na casa dos nanossegundos. A Nintendo poderia inclusive economizar dinheiro ao colocar pouco ou nenhum armazenamento interno no Nintendo NX. Qualquer coisa, o usuário compraria um HD externo à parte para armazenar as compras digitais, compras como os jogos do velho Wii U no eShop do NX.

E não, não temos uma situação semelhante ao Nintendo 64 no século passado: os atuais jogos do (New) 3DS em cartucho são vendidos a no máximo US$ 40 (não falo de edições especiais). Com a Nintendo e outras editoras podendo cobrar até US$ 60 pelos jogos AAA do NX, é um rumor que faz sentido.

Talvez o único entrave seja o tamanho máximo inicial de 32 GB, mas nada impede de termos cartuchos mais caros de até 128 GB. Bastaria uma atualização no firmware do console.

Fonte: Screen Critics UK via IGN US.

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