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Projeto tenta comprovar o teorema de Macacos e Shakespeare

Um teatro em Londres criou um experimento interessante: analisando o fluxo de mensagens postadas no Twitter, estão datilografando as obras completas de Shakespeare, à medida em que cada palavra na ordem certa aparece em algum tweet postado pelo mundo.

8 anos atrás

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Quando a gente começa a estudar Grandes Números e probabilidade acaba caindo no Teorema dos Macacos Infinitos, que determina que um grupo infinito de macacos com máquinas de escrever em um espaço de tempo infinito eventualmente por puro acaso escreveriam as obras completas de Shakespeare.

Matematicamente é correto, e nada impede de acontecer a qualquer momento. Nada a não ser a probabilidade, claro. Estatisticamente NADA impede que flutuações quânticas aleatórias no Mar de Dirac gerem uma cópia idêntica da Luciana Vendramini, aparecendo de pé ao meu lado, assim que eu apertar ENTER… agora.

Spoiler: não rolou.

Agora o Twitter está tentando uma versão mais light do Teorema dos Macacos Infinitos, e desta vez os macacos somos nós. Junto com o Globe Theater de Londres eles criaram uma geringonça que faz parte do projeto Word By Word. É bem legal, tecnologia espacial, se você for brasileiro, claro:

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Essa obra de pura ficção científica está ligada a um computador que mantém em memória as obras completas de Shakespeare e monitora o streaming do Twitter. Digamos que ele esteja em Troilo e Créssida, ato V, cena II. Ele tem que escrever:

Impudente cortesã, impudente cortesã. O demônio. Luxúria com suas ancas gordas e dedo abatatado…”

Um comentarista de portal em Miracema do Norte escreve que “A Dilma foi impudente” ao invés de “imprudente” e pimba, a máquina escreve a palavra. Em Chapecó do Mato-Dentro uma vidente responde a uma pergunta de sua manicure sobre vidas passadas. “Você foi cortesã de Luís XV” pimba, outra palavra.

Com bilhões de tweets e palavras escritos todos os dias, rapidamente a máquina terá escrito todos os textos do Bardo, certo?

Errado. A fonte dos dados não são macacos, não são palavras aleatórias. Como Shakespeare escrevia em inglês a grande maioria dos tweets não são aproveitados, e mesmo os países angloparlantes geram um problema que não havia sido antecipado: línguas evoluem.

O inglês de Shakespeare é bem diferente do inglês coloquial moderno, tanto em forma quanto em gramática. Muitos termos caíram em desuso, além dos nomes. Teobaldo, Aemilius, Artemidorus, Bassianus. Ninguém escreve isso normalmente, muito menos usa o termo “honorificabilitudinitatibus”, também presente nos textos dele.

A solução está sendo… trapacear. Quando a máquina engasga o perfil oficial no Twitter pede que as pessoas escrevam um tweet com a palavra que falta. Meh.

Fonte: The Verge.

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