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Baixas vendas levam fabricantes Android a deixarem os tablets de lado

Mercado de tablets chegando ao limite: ASUS e Acer irão reduzir a oferta de dispositivos; já a MSI desistiu completamente do mercado.

7 anos e meio atrás

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Fonepad 8, da ASUS: nem deu as caras por aqui

Uma verdade que ficou bastante clara de 2010 para cá é que não importa o preço, as funcionalidades ou a praticidade, as pessoas não querem tablets; querem iPads. Mesmo grandes players como Samsung, LG e Sony já perceberam que bater de frente com a Apple nesse mercado (e nem ela vende mais tantos iPads como outrora) é perda de tempo e dinheiro, e estão muito mais comedidos.

E quanto aos menores? Acer, ASUS e MSI também sentiram o reflexo das baixas vendas e estão se adequando à nova realidade, passando a mirar em outras direções.

Em 2010 a Apple fez a festa com o iPad e nos primeiros anos as vendas de seu tablet foram muito satisfatórias. A concorrência logo tratou de se mexer e apresentou diversos aparelhos concorrentes, mirando não só no mercado já coberto pela maçã mas também em outros form factors (como as linhas Galaxy Tab e Nexus, menores e/ou com formato de tela widescreeen contra o 4:3 do iPad). Com o tempo Cupertino diversificou a oferta para cobrir essas lacunas, tanto os de tablets compactos com o iPad mini como o de dispositivos mais poderosos com a linha Pro, apontando seus canhões obviamente para o Microsoft Surface.

Só que com o tempo a Apple percebeu uma coisa: embora o público de tablets prefira muito mais os seus produtos aos da concorrência, mesmo estes sendo mais baratos o consumidor não é o mesmo de smartphones, esses mais propensos a trocar de aparelho todo ano. As vendas começaram a cair visto que quem queria um já comprou, e o ciclo de substituições é bem mais longo. O valor de revenda dos iPads, que não consegue se equiparar ao dos iPhones é outro fator que força os usuários a manterem seus iGadgets por mais tempo.

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Até mesmo a linha iPad não vende mais como nos bons e velhos tempos

Se a Apple não vende mais tantos iPads assim, para a concorrência a situação é bem pior. A oferta de tablets dos grandes player vem diminuindo bastante, a Samsung basicamente mantém apenas a linha premium Tab S (o S3 deve dar as caras esta semana) e ofertas mais de entrada, como o J Max (que apesar das 7″ é vendido como um smartphone). Já a Sony parou no Xperia Z2 Tablet e a LG, no G Pad II (que nem chegou ao Brasil; ficamos só com a linha G Pad de 2014).

Sem falar dos dispositivos que rodavam Windows RT, plataforma que os fabricantes abandonaram sistematicamente; o Lumia 2520 foi o último a morrer, junto com a versão do sistema operacional da Microsoft voltado para tablets.

Os outros players também estão se adequando à nova realidade em que todo mundo já tem um tablet e não pretende ficar trocando todo ano: a ASUS, cujo último aparelho lançado no Brasil foi o Fonepad 7 em 2013 (o Fonepad 8 não veio para cá) já fez as contas: a estimativa é que ela envie às lojas menos de 3 milhões de unidades em 2016 (o que não significa aparelhos vendidos). Portanto, a empresa está mudando o foco para principalmente RV, Realidade Aumentada e obviamente P&D de smartphones. A linha de tablets não será extinta, mas veremos cada vez menos lançamentos.

A Acer também está redefinindo suas prioridades: ela, que era conhecida mais por sua linha de tablets acessíveis da linha Iconia anunciou recentemente que irá limitar a produção de novos modelos. Já a MSI, uma concorrente direta da Dell com sua linha de notebooks gamers e que também mantinha um set de tablets baratos foi ainda mais radical: ela abandonou completamente o mercado e se focará em outros produtos mais lucrativos.

O futuro dos tablets não parece ser dos melhores. Obviamente que eles não sumirão do mercado, entretanto é evidente que o modelo de negócios praticado até aqui não se sustenta mais; os fabricantes terão que bolar novas estratégias para continuar vendendo e sendo sincero, eu consigo imaginar um cenário em que restarão somente a Apple e a Samsung brigando pelos consumidores, com talvez a LG correndo por fora. Os demais dificilmente conseguirão se manter por mais tempo com as vendas cada vez mais fracas.

Fonte: DigiTimes.

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