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Review — Lenovo Y700, um notebook gamer de respeito

Confira nosso review do Y700, o notebook gamer da Lenovo com foco nos detalhes e performance de ponta para conquistar os jogadores.

7 anos e meio atrás

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Notebook gamer. Há quem diga que essas duas palavras são mutuamente excludentes e até dou certa razão. Os membros da PC Gamer Master Race rejeitam com força a ideia de um hardware para jogar que não seja um desktop para lá de parrudo, pois podem configura-los a seu bel prazer e não são mais customizáveis, como as opções de upgrade são infinitas. O desktop é a versão moderna do Navio de Teseu: você pode trocar tudo dele, de cabo a rabo e ainda se dar ao luxo de dizer que “é o mesmo PC”, um belo de um paradoxo até hoje sem solução.

Só que os notebooks estão evoluindo e a passos bem largos. Embora não seja a Avell, a Dell (Alienware) ou a ASUS (ROG), a Lenovo resolveu entrar nessa briga ao introduzir o Y700, um notebook com configurações muito boas, acabamento de primeira e foco nos detalhes para quem trabalhar e jogar games mais recentes com qualidade.

Design

A primeira impressão do Y700 é de um notebook arrojado, feito para impressionar logo de cara. Suas linhas e o design de seus alto-falantes deixam claro para o consumidor de que ele não está diante de um hardware qualquer. Uma maior atenção no entanto revela sua vocação gamer: as teclas WASD, utilizadas como controle de direção estão visivelmente bem destacadas das demais.

 

A tampa curva e o acabamento em grafite passam a sensação de robustez que um equipamento desse porte precisa ter. O espaçamento entre o corpo e a tela é considerável e o teclado retroiluminado com LED vermelho (não há opções de customização) é o tipo de perfumaria que os gamers adoram, e as teclas em geral são bem espaçadas. Por se tratar de um modelo de 15,6 polegadas temos teclado numérico, o que é excelente tanto para trabalhar quanto para jogar (canhotos agradecem).

Performance

OK, falemos do desempenho do hardware em si. Começando pela tela, o display IPS de 15,6 polegadas é excelente para o que se propõe, uma tela decente para quem quer jogar. Com resolução Full HD e excelentes ajustes de contraste e brilho, e a presença de uma película antirreflexo ajuda a evitar distorções por conta de iluminação externa.

O sistema de som é outro show à parte: fornecido pela JBL, contamos aqui com dois alto-falantes de 2 W e um componente incomum na maioria dos notebooks: um subwoofer de 3 W. Sim, o Y700 possui sistema de som 2.1 e certificação Dolby Home Theater. A posição tanto das caixas quanto da câmara é estratégica, permitindo uma distribuição uniforme do áudio. O som foi equalizado, mas com o som no talo os graves sofrem uma leve atenuação. Mas nada que comprometa.

Com pouco mais de dois quilos e 39 cm de largura, o Y700 é um notebook até certa forma portátil, o que faz dele uma opção considerável para quem precisa de uma máquina potente para trabalhar remotamente, longe de casa e/ou do escritório. Só que para isso ele conta com um kit interno de responsa, capitaneado pelo i7-6700HQ, processador Intel da família SkyLake com quatro núcleos e clock de 2,6 GHz; com o TurboBoost ativado ele chega a até 3,5 GHz e é suportado por 6 MB de cache, ideal para acesso imediato.

Completam o conjunto do Y700 16 GB de RAM DDR4 funcionando a 2.133 MHz e um SSD de 512 GB, que permitem um boot do Windows 10 Home em menos de cinco segundos. Mas é a GPU a parte mais crítica do notebook: a Lenovo o equipou com uma GeForce GTX 960M, que embora possua 4 GB de RAM GDDR5 não é o modelo top da Série 9 da NVIDIA para notebooks (o Y700 foi lançado antes da chegada da Série 10). Isso não quer dizer que ele não vá rodar os games mais recentes: vai, com certa desenvoltura e com uma taxa de quadros decente, mas não espere configura-los no Ultra. Por outro lado, um teste com BioShock Infinite com todas as configurações no talo rodou macio, o conjunto nem suou graças aos coolers para os dois chips, placa de vídeo e processador.

Porém é preciso deixar claro que o computador possui um já esperado calcanhar de Aquiles: a bateria. Todos os produtos do segmento gamer, por contarem com componentes comilões por natureza pecam nesse quesito e o Y700 não é exceção. Somando processador, GPU, coolers, som de ponta e tela a autonomia nunca seria grande coisa: em condições normais de temperatura e pressão, trabalhando moderadamente e executando vídeos ela durou em torno de 2 horas e 40 minutos; já jogando a coisa muda de figura: ela não aguentou nem uma hora.

Portanto a mensagem é clara: independente do que for fazer, mantenha o Y700 preferencialmente na tomada; na hora de jogar é imperativo.

As opções de conexão são várias. Temos duas portas USB 3.0 para transmissão de dados em alta velocidade, uma porta USB 2.0 energizada para dados e carregamento, uma HDMI e uma porta Ethernet, o que faz sentido: uma máquina gamer que se preze não pode depender de Wi-Fi exclusivamente, a jogatina online depende de conexões cabeadas. Não obstante meu PS4 está conectado ao roteador via RJ-45.

Para os interessados em atualizações de hardware: o acesso ao SSD e RAM não é tão simples, depende da remoção de todo o tampo traseiro. No entanto, por contar com dois slots DDR4 o Y700 é perfeitamente expansível até 32 GB de memória.

O Preço

Hora de falar do bode na sala. Com valor sugerido de R$ 10.799,00, o Y700 não é nem de longe uma alternativa acessível e muitos que gostam de jogar no PC atentarão que montam uma máquina melhor por esse preço. Concordo, mas ninguém carrega desktop, teclado e monitor debaixo do braço o tempo todo. O valor não é muito diferente do que a Dell cobra no Alienware 15, com a diferença que o hardware da Lenovo é mais leve do que o concorrente.

Por outro lado, o Alienware 15 com a 980M (essa sim a GPU de ponta da Linha 9 para notebooks) é pouca coisa mais caro, em torno de R$ 12.508,00. Para quem está disposto a pagar quase R$ 11 mil no Y700, a diferença é irrisória.

Especificações

Hora da listinha fria:

  • processador: Intel Core i7-6700HQ, quad-core baseado na arquitetura SkyLake com clock de 2,6 GHz (TurboBoost até 3,5 GHz) e 6 MB de Cache;
  • memória RAM: 16 GB DDR4 e frequência de 2.133 MHz;
  • display: IPS de 15,6 polegadas com resolução Full HD (141 ppi);
  • GPU: NVIDIA GeForce GTX 960M, com 4 GB GDDR5 e 640 núcleos CUDA;
  • armazenamento: SSD de 512 GB;
  • conexões: duas portas USB 3.0, uma USB 2.0 energizada, HDMI, Ethernet, saída P2 para fone de ouvido e leitor de cartões de memória 4 em 1 (SD/SDHC/SDXC/MMC);
  • conectividade: Wi-Fi 802.11ac e Bluetooth 4.0;
  • áudio: sistema de som JBL com dois alto-falantes de 2 W e câmara subwoofer de 3 W, mais certificação Dolby Home Theater;
  • extras: câmera 3D RealSense de 1 megapixel e que captura em HD, teclado retroiluminado em LED vermelho, teclas WASD destacadas para gamers exigentes;
  • bateria: 4 células e 60 Wh, autonomia de 2:40 em condições normais de temperatura e pressão; jogando, menos de uma hora;
  • dimensões: 387 x 277 x 25,9 mm;
  • peso: 2,6 kg;
  • sistema operacional: Windows 10 Home.

Conclusão

A Lenovo acertou em sua primeira tentativa de conquistar o público gamer, com um notebook bonito e de performance decente que se não irá atrair o PC Gamer Master Race, se mostra uma opção interessante para quem deseja uma máquina portátil para trabalhar com programas pesados como AutoCAD, Photoshop, Litghtroom e etc. e pretende jogar nas horas vagas. O fato de contar com uma 960M, que hoje não é a faca mais afiada da gaveta da NVIDIA não justifica completamente o preço elevado, bem como a autonomia energética bem fraca; porém o design e a atenção aos detalhes impressionam.

Nota: 4 de 5 Lord Gaben. Quem quiser jogar os games mais recentes com tudo no máximo não vai querer este notebook, mas se você procura uma máquina parruda para trabalho e diversão e tiver uns cobres a mais no bolso, o Lenovo Y700 irá te deixar bem feliz.

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