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Mafia III está sendo acusado de glamorizar o IRA

Políticos irlandeses criticam o Mafia III por o jogo nos colocar numa missão em que devemos ajudar o IRA. Para eles, criadores do game foram insensíveis com as vítimas do grupo e ainda estariam glorificando a violência.

7 anos e meio atrás

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Além de ter a violência como um dos seu pilares, o Mafia III aborda uma série de temas bastante sensíveis, como o próprio crime organizado, a Guerra do Vietnã e até a possibilidade de massacrarmos membros da Ku Klux Klan. Porém, existe um vespeiro em que o pessoal da Hangar 13 talvez não deveria ter metido a mão.

O problema é que além da existência de uma bandeira da Irlanda do Norte pichada com a palavra “Traidores”, em determinado ponto da história conhecemos Thomas Burke, um irlandês com forte influência na versão fictícia da Nova Orleans presente do jogo e uma missão que ele nos dá se chama “The IRA Don't Ask”. Nela objetivo é roubar veículos que serão usados como carros-bombas para o Exército Republicano Irlandês e alguns políticos não gostaram da ideia.

O IRA foi uma organização terrorista que assassinou muitos homens, mulheres e crianças inocentes na Irlanda do Norte e em outras partes do Reino Unido,” disse Jeffrey Donaldson, membro do Democratic Unionist Party (DUP). “Embora esse jogo possa parecer uma obra de ficção para alguns, ele poderia ser visto como uma banalização do sofrimento das vítimas inocentes e o mal que é representado por todas as formas de terrorismo.

 

Eu convidei os criadores desse jogo a virem à Irlanda do Norte conhecer algumas das vítimas inocentes do IRA e então considerar se o conteúdo é apropriado. Espero que eles possam ser persuadidos a retirar isso do jogo e pensar novamente.

Tal opinião foi compartilhada por Jim Allister, o responsável pelo Traditional Unionist Voice (TUV) que disse que o entretenimento tem o papel de evitar glorificar a violência e que utilizar um grupo que existe na vida real foi uma decisão insensível, mesmo com o jogo tendo alguma veracidade histórica. Para o político, “isso pode ser visto por alguns como uma esperta maneira de ganhar dinheiro, mas é insensível com as vítimas.

Tendo forte motivação religiosa e visando fazer com que a Irlanda do Norte saísse do Reino Unido e fosse reintegrada à República da Irlanda, o IRA ficou conhecido pelos ataques a bomba realizados contra políticos e figuras importantes do protestantismo, o que fez com que milhares de pessoas fossem mortas e o grupo católico fosse citados em filmes, séries de TV, livros e até músicas.

Devido a essa “popularidade” que o IRA adquiriu ao longo dos anos, acho que os games também devem ter o direito de abordar sua existência, afinal isso pode fazer com que os mais novos procurem saber as atrocidades cometidas por aqueles que buscavam igualdade usando o terrorismo. Por outro lado, é compreensível que as pessoas temam a glamorização de grupos assim e por isso não considero que as reclamações sejam infundadas.

Fonte: The Irish News.

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