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Atores buscando proteção contra zumbificação

Celebridades de Hollywood estão descobrindo que vão continuar a trabalhar mesmo depois de mortas. A tecnologia para ressuscitar atores já praticamente existe, e os mais vivos já estão revendo seus contratos e se preocupando com isso.

7 anos atrás

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No ótimo porém incompreendido O Último Grande Herói, de 1993 em uma das muitas gags visuais temos um momento em que na improvável delegacia cinematográfica um policial é apresentado a seu novo parceiro, a imagem digitalizada de Humphrey Bogart. Foi um dos primeiros casos onde uma celebridade já falecida foi ressuscitada para participar de um filme, mas não seria a última vez.

Como a tecnologia é muito cara e os resultados não são satisfatórios: esse recurso é mais usado em emergências, como fizeram com Paul Walker no Velozes e Furiosos 7, e com Oliver Reed, que morreu logo antes de terminar de filmar Gladiador. Só que como tudo, era questão de tempo da qualidade melhorar e produzirem resultados magníficos como este comercial de chocolate com a Audrey Hepburn:


Clarisse Pinheiros — Audrey Hepburn "Alive Again" For a Chocolat Comercial! HD

Alguns dizem que isso vulgariza a imagem das estrelas de Hollywood, mas sejamos realistas: esse pessoal quando vivo fazia comerciais direto. Só que a discussão já passou desse ponto. Rogue One ressuscitou Peter Cushing, não com cenas de arquivo adaptadas mas com auxílio de um outro ator e composição digital:

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Isso é uma (senhora) evolução de uma técnica já comum, a troca digital de rostos. Em Jurassic Park quando a garotinha cai e fica pendurada, o rosto da dublê foi trocado pelo da atriz. E isso lá pelos idos de 1860.

Quem não está gostando são os atores: a idéia de que depois de mortos irão participar de filmes escolhidos por seus parentes, aqueles sanguessugas não é atraente. Vários tentam se proteger. Robin Williams antes de morrer deixou documentado que sua imagem não poderá ser utilizada para fins comerciais até 2039. Outros estão seguindo a mesma linha, mas convenhamos isso é problema para poucos.

Quem vai gastar tempo e dinheiro reproduzindo digitalmente o sujeito que fez o Jango Fett, ou um coadjuvante de Breaking Bad? O mais provável é que em vez de banimento geral atores comecem a negociar cláusulas post-mortem em seus contratos, especificando o tipo de filmes que aceitariam fazer, quais diretores e quanta liberdade a família teria em negociar isso tudo.

Ser pago agora por um filme que você fará depois de morto não deixa de ser um belo negócio.

Fonte: Reuters.

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