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For Honor — Review

Com uma jogabilidade muito interessante e difícil de ser dominada, For Honor mostra que é possível criar um divertido multiplayer com batalhas corpo a corpo. Saiba o que esperar do título da Ubisoft lendo o nosso review.

7 anos atrás

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Existem jogos que desde muito cedo conseguem chamar nossa atenção e devido a expectativa que criamos, corremos o sério risco de nos decepcionarmos. Porém, temos também aqueles que passam quase despercebidos por nós e no caso do For Honor, tenho que admitir que comigo aconteceu a segunda situação.

Ok, os primeiros trailers divulgados pela Ubisoft eram bacanas, o jogo parecia muito bonito e as batalhas com armas brancas mostravam potencial, mas ainda assim não me agradava muito o foco nas partidas multiplayer competitivas e provavelmente por isso o jogo nunca entrou na minha listas dos mais aguardados.

O que eu não poderia imaginar era o quão divertido poderia ser participar de sangrentas batalhas entre vikings, cavaleiros medievais e samurais, por mais maluca que essa mistura possa soar e após passar algumas horas nessa nova franquia, posso dizer que ela tem sido uma grata surpresa.

Uma farofa cultural

Uma das coisas que mais me surpreendeu em relação ao For Honor foi descobrir que ele possuía uma campanha, mas infelizmente nem tudo são elogios quando se trata dela e explico o por quê.

Entregando uma história simplesmente irrelevante onde acompanharemos vários personagens por algumas missões, no fundo o modo single-player do jogo serve como um extenso tutorial, onde aprenderemos os comandos e principalmente, a diferença de estilo de batalha que existe entre cada classe.

Por esse lado, há de se reconhecer que a campanha é interessante, afinal seria extremamente maçante ter que passar horas e mais horas apenas para aprendermos tudo o que o jogo tem a oferecer, mesmo que o incentivo dados pelos criadores tenha sido entregue com um enredo muito fraco. Quer saber por exemplo porque os três exércitos estão se enfrentando? Sinceramente, não faz muita diferença.


Vida de Gamer — For Honor | Live Gameplay

A arte da guerra

Já quando se trata do multiplayer é que o For Honor realmente brilha. Com uma boa quantidade de modos à nossa disposição, como Eliminações, confrontos mata-mata entre oito combatentes e disputas por territórios, o que me agradou nisso tudo é que além de participarmos de partidas entre jogadores, podemos também encarar os modos apenas contra a inteligência artificial ou ainda com uma equipe sendo formada por pessoas e a outra pela máquina.

Embora possa parecer um desperdício recorrer à IA em um jogo multiplayer, isso pode ser de grande serventia aos iniciantes, que poderão assim praticar contra o computador antes de entrar na verdadeira guerra, que são as partidas entre pessoas.

Mas existe ainda outra boa ideia implementada no For Honor, que são as as disputas por territórios. Graças a elas temos um sistema que nos dá pontos após uma partida e caberá ao jogador definir como usá-los no mapa geral. Isso porque a cada seis horas acontece uma atualização e a facção que tiver colocado mais recursos em determinadas regiões ganhará controle sobre elas. Funcionando como algo que pode ser resumido como uma versão do jogo War (Risk), o interessante é que será isso o que definirá onde ocorrerão as próximas partidas e a aparência de cada mapa adotará.

Porém, essa mecânica é bem mais complexa, funcionando ainda por rounds, que durarão por duas semanas e temporadas, que terminarão após a realização de cinco rounds. No fim de cada etapa, aqueles que participaram serão premiados de acordo com o desempenho de suas facções.

Um verdadeiro jogo de luta (massivo)

No entanto, nada disso teria muita importância se o jogo não nos entregasse uma boa jogabilidade e por se tratar de um título onde os combates acontecem geralmente a curtas distâncias, seria fundamental que a Ubisoft conseguisse entregar uma mecânica bem construída. Pois é justamente aí que entram tanto a principal qualidade quanto a maior barreira do For Honor.

Basicamente, o que podemos dizer é que este é um jogo difícil. Na verdade, sair dando espadadas e machadadas pelos campos de batalhas é algo relativamente simples, bastando escolher a postura do nosso personagem e desferir um golpe fraco ou forte. Já para nos defendermos, só precisamos que nossa postura esteja na mesma posição em que o golpe do adversário estiver vindo.

No entanto, fazer isso enquanto estamos rodeados por dois ou três adversários se torna uma tarefa complicada, ainda mais quando eles estiverem variando suas posturas constantemente e dependendo de suas habilidades, atacando-o numa velocidade quase sobre-humana.

Ou seja, jogar For Honor é algo que muitos conseguirão fazer sem muito esforço, mas se você quiser ser minimamente competitivo, saiba que precisará de muito reflexo, dedicação e uma boa memória para decorar os muitos combos disponíveis para cada herói. Ah, e tem um detalhe, só nesse início são 12 deles, sendo que a dificuldade em controlá-lo variará de acordo com a classe.

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O comércio em tempos de guerra (ou, as microtransações)

E por falar em um grande número de personagens para escolhermos, vale salientar que apenas três estarão disponíveis inicialmente e para desbloquear os outros, teremos que juntar uma moeda do jogo e adquirí-los no menu. O detalhe é que embora isso possa ser feito apenas jogando, prepare-se para passar um bom tempo até conseguir a quantia necessária.

Para piorar a situação, praticamente tudo o que quisermos comprar no jogo usará a mesma moeda, então se você quiser adquirir itens cosméticos para o seu personagem, cedo ou tarde esbarrará na dúvida entre pegar um capacete mais invocado ou juntar moedas para liberar um novo herói.

E como era de se esperar, a Ubisoft pode te ajudar a contornar isso, desde que é claro, você esteja disposto a comprar créditos com dinheiro real. Funcionando de maneira muito parecida com o que temos no Rainbow Six Siege, não dá pra dizer que foi uma surpresa ver a tática sendo repetida no For Honor, mas para quem gosta de liberar tudo o que o jogo tem a oferecer, não deixa de ser um tanto frustrante.

Até o limite da honra

Talvez o principal mérito do For Honor seja a sua tentativa de inovar, de entregar partidas multiplayer focadas em combates corpo a corpo, além da sua capacidade de nos colocar em situações memoráveis, como conseguirmos sair vivos mesmo com três pessoas nos atacando (mas lembre-se, se estiver em desvantagem númerica, não tenha vergonha de fugir).

Apesar de sua aparente simplicidade inicial, é bom ter consciência de que com tantas classes disponíveis e tantas sequências de golpes a serem aprendidas, o jogo exigirá muita dedicação para ser dominado e se você não tem muita paciência para aprender as nuances de algo tão complexo, prepare-se para sofrer um pouco quando for jogar contra outras pessoas.

Por outro lado, é justamente essa dificuldade que salta ao olhos quando jogamos For Honor, com a Ubisoft tendo conseguido entregar uma jogabilidade que por exemplo a Crytek falhou em alcançar com o Ryse: Son of Rome e que mostrou-se divertida mesmo em um título voltado para os mata-matas.

Como o jogo tem potencial para muitas expansões e balanceamentos, ao que tudo indica ainda ouviremos falar muito do For Honor.


Ubisoft Brasil — For Honor - Trailer de Lançamento

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