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Resenha: The Orville — a melhor Star Trek desde Star Trek

Finalmente saiu, The Orville, a série de Seth MacFarlane que estava sendo mais esperada do que a própria nova série de Star Trek. E quer saber? Não decepcionou! Clique e leia nossa resenha torta e entusiasmada!

6 anos e meio atrás

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Seth MacFarlane é uma figura polarizadora. Quem não gosta de Family Guy odeia o sujeito. O que é uma pena. Não reconhece que por trás das piadas sujas (e ótimas) ele é um geek incurável que usa seu trabalho para se aproximar de seus ídolos. Não é à toa que Patrick Stewart é voz fixa em American Dad, e graças a Seth tivemos o excelente Cosmos com o famoso astro… — digo, Neil DeGrasse Tyson.

Ele ama Star Trek, isso é evidente em seus trabalhos, e como todo mundo sentia falta de uma Star Trek de raiz, uma Star Trek moleque, de várzea, otimista até o osso, com todos os seus exageros. E na falta dessa Star Trek, Seth criou sua própria.

The Orville não é o festival de comédia pastelão que os trailers passam. Sim, há bastante piadas, mas não é uma paródia de Star Trek. É basicamente Galaxy Quest: uma declaração de amor à Série Clássica.

O episódio, dirigido por Jon Fraveau, começa em 2418. Não há mais pobreza, guerras, fome mas há cornos. Ed Mercer (Seth MacFarlane) chega em casa só para descobrir sua esposa, Kelly Grayson, na cama com um alienígena azul. Ele entra em crise e sua carreira promissora vai para o ralo.

Um ano depois ele é convocado por um almirante e ganha um comando, por pura falta de opções. Ainda na primeira missão ele descobre que Kelly, a ex-esposa é a primeira-oficial da nave. Sim, puro climão.

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Eles seguem em uma missão de rotina, apenas para descobrir que os cientistas de um posto avançado desenvolveram uma tecnologia que seria terrível na mão dos Krills, os inimigos-padrão da série. Os Krills claro aparecem e só depois de muito custo a Orville derrota a nave inimiga e todos voltam para casa. A primeira-oficial salvou o dia, e o capitão acaba pedindo que ela fique na nave.

Como episódio é bem mediano, mas é como aquele bombom velho que você acha no fundo da mochila quando está morrendo de fome: é delicioso. É a Star Trek que a gente sentia falta desde a Nova Geração. É a Star Trek do Q, É a Star Trek de Harry Mudd.

Em muitas partes você acha que está vendo Star Trek, depois reclama que não está. Eles não têm teletransporte, usam shuttles o tempo todo. A terminologia também é toda “errada”. A gente QUER que seja Star Trek.

Algumas cenas são referências diretas:

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Sim, tem a clássica cena do capitão indo a bordo em um shuttle, a diferença é que Gordon, o timoneiro da Orville está tomando uma cerveja.

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Para quem está com medo de a nova série de Star Trek ir lacradora, Orville é o antídoto. Assim como a boa e velha Star Trek, a tripulação é multiétnica multigênero e multirracial, mas não faz disso uma bandeira. Orville não tem ranço e sinto que teremos ótimas cenas com Isaac, uma forma de vida cibernética de uma espécie “legendariamente racista”, que considera todas as formas de vida biológicas inferiores.

Visualmente Orville se esforça para se distanciar de Star Trek. Ou seja: não são preguiçosos. Fazem as homenagens e referências mas no resto das cenas buscam identidades próprias. Eles têm até cintos de segurança!

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Por causa disso a movimentação das naves é estranha: é muito mais fluída do que o normal.

Os 44 minutos do primeiro episódio passam voando, não há enrolação. Nos primeiros 7 minutos o capitão já está na nave, a impressão é que como todos conhecemos as tropes envolvidas, não perderam tempo explicando nada. E funcionou.

FilmTrailerZone — THE ORVILLE Comic-Con Trailer 2 (2017) Seth MacFarlane Comedy Series HD

Conclusão

The Orville não é zoeira com Star Trek, não é comédia pastelão e não é Family Guy. Orville é uma série inteira só dos episódios mais engraçados de Star Trek. Se você gostou de Kirk (e Sisko) enrolados com Pingos, se gosta do Q aporrinhando o Picard, se gosta de Tom Paris vivendo no Holodeck da Voyager uma aventura em preto-e-branco estilo Flash Gordon, vai amar The Orville.

Por outro lado, se ficção científica pra você tem que ter muito comentário social, se você achou Perdido em Marte muito bobo e acha que toda série tem que ser igual a Battlestar Galactica, não perca seu tempo.

The Orville passa aos domingos na FOX da civilização, e aqui na locadora do Paulo Coelho.


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