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Eric Schmidt está deixando a presidência da Alphabet Inc., holding do Google

Um dos pilares do Google está de saída: Eric Schmidt, ex-CEO da companhia e atual presidente da Alphabet Inc. deixará o cargo e passará a ser conselheiro técnico; executivo permanecerá no conselho diretor da holding.

6 anos atrás

Uma das figuras mais importantes da história do Google está tirando o time de campo: Eric Schmidt, ex-CEO da gigante das buscas e atual presidente da holding Alphabet Inc. está deixando o cargo e assumirá uma função menor de conselheiro técnico, visando se afastar para tocar empreendimentos próprios; seu substituto será eventualmente apontado pelo conselho no tempo oportuno.

Schmidt se uniu ao Google como em 2001, ao ser recrutado pelos fundadores Larry Page e Sergey Brin para tocar a companhia sob a tutela de John Doerr e Michael Moritz, investidores e hoje membros do conselho diretor da companhia. O executivo começou sua carreira como engenheiro de software da Sun Microsystems em 1983, e em 1997 ele assumiu como CEO e líder do conselho diretor da Novell, no meio da turbulenta transição dos protocolos IPX para TCP/IP, o que depreciou profundamente a empresa. Ele saiu em 2001, pouco antes de ser sondado pelo Google quando a Novell adquiriu a CTP.

À frente do Google, Schmidt transformou uma pequena companhia criada por dois jovens em uma potência global, tendo sido encarregado de preparar toda a infraestrutura necessária para suportar o crescimento exponencial da empresa; seu algoritmo de buscas, muito mais poderoso do que os recursos de indexação manuais do Yahoo! e cia. estavam se pagando, e coube a ele preparar o terreno não só para que sua companhia crescesse e engolisse o mercado, mas que começasse a se ramificar.

Uma das jogadas mais ousadas e controversas de Schmidt foi justamente o Android. Em 2006, após o Google comprar a companhia pertencente a Andy Rubin (que pretendia originalmente fazer do SO móvel um sistema para câmeras digitais) ele entrou para o corpo de diretores da Apple, e é de conhecimento público que Schmidt teve acesso a informações privilegiadas a respeito do iPhone e do iOS. Claro, Steve Jobs não era burro e obviamente viu Schmidt como um espião infiltrado (e estava certo) e limitou seu acesso, o que levou ao barata-voa no Google quando o iPhone foi revelado: a primeira versão do Android, que até então estava mais próxima do que o BlackBerry era foi descartada e começaram tudo de novo, e o sistema só deu as caras um ano depois.

No fim, o executivo saiu do conselho da maçã em 2009 por "conflito de interesses", uma forma gentil de dizer que Schmidt foi crucial no desenvolvimento do Android ao afanar conhecimento relativo ao iOS; Jobs mais de uma vez se referiu ao sistema móvel do Google como "um produto roubado" e enquanto vivo, fez o que pôde para atomizar o sistema rival; a Apple até tentou por um tempo dar continuidade à guerra termonuclear iniciada por ele, mas eventualmente desistiu e hoje o Apple Music até roda no robozinho, fora o fato de que vira e mexe um sistema copia o outro.

Outro episódio interessante envolvendo Schmidt resultou num produto que a comunidade adora: em 2013 o executivo questionou o fundador Eben Upton, o fundador da Raspberry Pi Foundation sobre o futuro; este responder que na sequência do lançamento do primeiro Raspberry Pi, que era ainda novo a companhia pretendia lançar computadores mais poderosos e consequentemente mais caros. Schmidt não só reprovou a ideia como deu-lhe o conselho de "fazer mais pelo mesmo preço, e então oferecer um produto igual ou levemente melhor por um valor menor". O resultado? O Raspberry Pi Zero, uma solução completa de ridículos cinco dólares que hoje conta com uma versão com Wi-Fi de US$ 10; já o Raspberry Pi hoje, em sua terceira versão é mais poderoso e permanece US$ 35.

Schmidt deixa as funções ativas da Alphabet mas permanecerá como membro do conselho diretor da holding, bem como atuará como conselheiro em questões pertinentes a novos empreendimentos em tecnologia e ciência. Ele só deixará de ter voz de comando executiva, mas ainda terá poder de decisão nas questões administrativas e de negócios da empresa. A verdade é que ele terá mais tempo livre para se dedicar à filantropia e investir em novos negócios e empresas, já que o Google não mais precisa dele por perto. O que é bom para ele e a empresa, de certa forma.

Fonte: Alphabet.

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