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Trump e Xi Jinping ajudarão ZTE a voltar aos negócios, após sanções impostas pelos EUA

Após virtualmente deixar de existir devido a sanções, a ZTE pode voltar à ativa graças a Donald Trump e Xi Jinping, que estão negociando uma concessão à empresa; medida busca evitar escalada da recente guerra comercial entre EUA e China.

6 anos atrás

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As sanções impostas à chinesa ZTE pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, que a impedem de comprar componentes essenciais de companhias norte-americanas por sete anos virtualmente destruiu a empresa, que foi obrigada a encerrar a maior parte de suas operações; no processo muitos funcionários foram demitidos e bilhões de dólares em negócios foram perdidos, com inclusive parceiras americanas tendo perdido um de seus principais clientes: a ZTE é uma das maiores empresas de telecomunicações do oriente e oferece não só dispositivos móveis, como também soluções de rede.

A ação tomada pelo Departamento de Comércio, embora severa é justificada: ela furou as sanções impostas a países como Irã e Coreia do Norte, tendo vendido milhares de dólares em software e hardware para ambos países, no que foi considerado crime de espionagem industrial: fornecimento de tecnologia norte-americana a países com sanções impostas. Em 2017, após admitir a culpa a ZTE concordou em demitir quatro funcionários sêniores e cortar os bônus pelo menos outros 35.

A proibição imposta a companhias dos EUA de vender componentes e software à  ZTE por sete anos foi mortal, visto que seus dispositivos e soluções dependem de peças e softwares de parceiros como Google, Qualcomm, Microsoft e Intel, entre outras locais em qualquer outro mercado e dessa forma, não só a chinesa foi basicamente exterminada como as mencionadas deixarão de fazer muito dinheiro.

E tal desdobramento é menos do que o ideal para os chefes de estado dos EUA e China, Donald Trump e Xi Jinping.

Através de seu Twitter, Trump anunciou que está negociando diretamente com o premiê chinês uma concessão que permitirá à ZTE “voltar aos negócios”, e teria instruído o Departamento de Comércio para resolver a situação. O presidente fala de “muitos empregos perdidos na China” mas o buraco é muito mais embaixo, não só é uma forma de manter negócios com uma das maiores empresas de tecnologia da China e evitar que as parceiras americanas passem por maus bocados, como uma forma de por panos quentes na “guerra comercial” que ambos países vêm travando nos últimos tempos.

Tudo começou quando os EUA impuseram uma taxação de 25% e 10% sobre as importações de aço e alumínio respectivamente, mirando principalmente na China mas também estendida a outros países (União Europeia, Canadá, México e até o Brasil entraram na dança a princípio, porém as taxações desses países foram retiradas depois… temporariamente), com um foco mais concentrado no País do Meio posteriormente com uma tarifa de US$ 50 bilhões sobre mais de 1,3 mil produtos chineses, alegando violação de propriedade intelectual.

A China obviamente revidou, com uma taxação de 25% sobre 128 produtos americanos como soja, carros, aviões, carne e produtos químicos e tal qual briga de criança, os EUA re-revidaram com mais US$ 100 bilhões em sobretaxas. Economistas avaliam que essa política de Talião acabará por deixar o mundo inteiro cego, com EUA e China empurrando todas as nações para um período de longa e profunda recessão, pondo em risco as negociações entre países e a globalização como um todo.

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Xi Jinping e Trump estariam se esforçando para resolver a guerra comercial entre China e EUA; reabilitar a ZTE seria o primeiro passo

A declaração de Trump vem a tempo da primeira rodada de negociações entre EUA e China, que serão realizadas nesta semana em Washington para resolver a atual queda de braço entre as duas potências; o governo chinês já teria pedido no início deste mês que as sanções contra a ZTE fossem aliviadas, e caso a decisão seja de fato revertida não só a tensão será abrandada, mas companhias menores que fornecem componentes para a empresa chinesa poderão respirar mais aliviadas: a Acacia Communications e a Oclaro Inc., por exemplo tiveram grandes prejuízos com a queda de suas ações na Bolsa de Valores, assim que o veto foi imposto.

Até o momento nenhuma das partes envolvidas (seja o Departamento de Comércio dos EUA, a Casa Branca, o governo chinês ou a ZTE) se pronunciaram oficialmente e tudo o que temos é o tweet do Trump, mas dada a atual situação entre EUA e China é muito provável que para evitar um cenário que prejudique ambos países e o comércio global por tabela, a ZTE acabe sendo resgatada e volte a realizar comércio com empresas americanas. De qualquer forma, nos resta esperar pelos próximos capítulos.

Fonte: Reuters.

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