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Review — Moto G6 Plus: intermediário só no nome, em todos os sentidos

Confira nossa resenha do Moto G6 Plus, o modelo mais avançado da linha intermediária da Motorola que conta com belo design, boa performance e um preço um pouco puxado para a categoria.

6 anos atrás

Dentre os modelos de smartphones intermediários da Motorola lançados em 2018, o Moto G6 Plus é o modelo com as melhores especificações e performance geral. Com um Snapdragon 630, 4 GB de RAM e 64 GB de espaço interno, ele  não faz feio mesmo na hora de rodar apps pesados ou games, e no dia a dia é um dispositivo muito bom para navegar, tirar fotos, consumir conteúdo e dizem, fazer ligações.

No entanto, o preço sugerido de R$ 1.699,00 (o valor foi reajustado em R$ 100 pouco tempo depois do lançamento) o coloca como um modelo intermediário premium, muito mais próximo do Moto X4 e dessa forma, espanta os com bolsos menos fundos.

O investimento vale a pena ou não? Estas são as minhas impressões após um mês de testes; acompanhe a resenha e descubra.

Design

À primeira vista o Moto G6 Plus é um aparelho muito bonito, com o acabamento traseiro em vidro e a moldura em plástico brilhante, imitando metal dão a ele um aspecto de produto premium, o que é uma boa coisa. A curvatura do aparelho oferece uma pegada firme, mesmo o smartphone sendo bastante liso e até mesmo pessoas com mãos menores poderão segura-lo e opera-lo facilmente.

Como não dá para evitar as marcas de dedos, a Motorola envia junto com o gadget uma capinha de silicone básica, boa para proteger o vidro traseiro mas que não é suficiente para disfarçar o calombo já clássico do conjunto principal de câmeras. Curiosamente, ele é um pouco mais alto no G6 Plus do que no G6.

Embora o design tenha melhorado, o Moto G6 Plus ainda é vítima de velhos vícios. Na parte da frente, embora o display ocupe boa parte da parte frontal ele ainda precisa dividir espaço não apenas com o leitor de digitais, mas com o logo da companhia. Ao contrário da maioria das fabricantes de dispositivos Android (até a Samsung abandonou a prática), a Motorola insiste em imprimir seu nome e ocupar uma área que poderia ser melhor aproveitada.

O smartphone possui o botão Power e os controles de volume na parte direita, mantendo a esquerda livre. No topo, a porta para dois chips SIM e o cartão de memória microSD dedicado, logo o usuário pode utilizar dois números e expandir o espaço interno ao mesmo tempo, algo que nem todos os fabricantes entendem que é um recurso importante.

A saída de áudio do Moto G6 Plus é apenas satisfatória. O volume não é muito alto e ainda por cima vai ficar estourando, o que é levemente amenizado ao ativar a opção Dolby Audio. A melhor opção para se ouvir música, curtir filmes e séries ou assistir TV digital (o kit vem com uma antena para ser ligada na saída P2, nas opções HD e 1-Seg; como sempre, a qualidade do sinal depende de onde você estiver) é utilizar fones de ouvido ou caixas de som Bluetooth de boa qualidade.

O display de 5,9 polegadas, proporção 18:9 e resolução de 2.160 x 1.080 pixels é um LCD IPS de alta qualidade, com cores fortes, sem muita saturação e um bom ângulo de visão, mas o brilho tende a ser mais baixo do que o ideal. Vai ser complicado ver o conteúdo da tela debaixo de Sol forte, e o ajuste automático é mais lento do que deveria. Por fim, as bordas superior e inferior ainda são bastante grandes.

O leitor de impressões digitais, como é de praxe oferece controles de navegação, para quando o usuário não quiser utilizar os botões virtuais do Android. Ativando o modo, ao deslizar para a esquerda aciona o comando Voltar, para a direita abre a gaveta de apps em segundo plano e um toque rápido ativa a função Home. Fora isso ele ficou menor, sendo espremido pelo logo da Motorola.

Performance e Autonomia

O hardware do Moto G6 Plus não faz feio: com um Snapdragon 630 e 4 GB de RAM, ele é basicamente um Moto X4 melhorado. Ele não trava mesmo rodando apps pesados, embora eu tenha notado leves lentidões em alguns games, como Horizon Chase e Dissidia Final Fantasy: Opera Omnia. E com 64 GB de espaço interno e a possibilidade de injetar mais 256 GB com um cartão microSD, você poderá instalar muitos apps e games.

A bem da verdade eu forcei um pouco a barra, a ideia deste dispositivo é ser um smartphone que aguente principalmente multitarefa, um dos calcanhares de Aquiles do X4; onde o smartphone lançado em 2017 chora na rampa com vários aplicativos abertos, o Moto G6 Plus passeia. Claro, desde que os limites sejam respeitados.

Minha principal reclamação nesse sentido é o fato da Motorola nunca ter incluído o Sistema de Som sem Fios em outros aparelhos; o recurso, presente apenas no Moto X4 permite conectar mais de um dispositivo de áudio Bluetooth ao mesmo tempo, desde que o usuário possua uma rede Wi-Fi de 5 GHz.

Nos testes de benchmark o Moto G6 Plus se saiu bem, marcando 90.326 pontos no AnTuTu, 839/709 no 3DMark e 880/4.156 no Geekbench. Não são números estelares, mas para a categoria de smartphones intermediários está muito bom.

A bateria, com 3.200 mAh é suficiente para um pouco mais de um dia de uso moderado; nos testes, ao tirá-lo da tomada às 8:00 e rodando três horas de Netflix, uma hora de música via fones/caixas de som Bluetooth, uma hora de games pesados e navegação e redes sociais ao longo do dia, às 23 horas ela havia descido para 30%.

É um bom número, mas não tente forçar a barra o tempo todo: em situações de estresse contínuo a carga só dura em torno de seis horas. Se ficar sem energia, uma carga de 0 a 100% leva em torno de 80 minutos, graças ao carregador TurboCharge.

Câmeras

A Motorola possui um problema: as câmeras de seus smartphones têm dificuldades com ambientes noturnos ou internos com pouca luz. E isso não é de hoje, mas ao que tudo indica ainda vai levar uns bons anos para resolverem isso.

O conjunto principal do Moto G6 Plus, com 12 megapixels com abertura f/1,7 e 5 MP com f/2,2 é bom, tira fotos de qualidade com muita luz e em ambientes externos, em dias ensolarados ela faz bonito. O HDR é sutil e poucas serão as vezes em que você se dará ao trabalho de liga-lo ou desliga-lo, o melhor é manter no automático e deixar o smartphone cuidar dessa parte.

Os problemas da Motorola voltam a aparecer à noite: o nível de ruído é alto e o pós-processamento vai detonar a qualidade das fotos ao tentar corrigi-las. Por mais irônico que seja, a melhor opção nesses casos é utilizar um tripé e manter o Moto G6 Plus parado na hora do clique, mas quem anda com um quase sempre possui uma câmera profissional o acompanhando.

Com muita luz, o ruído permanece em níveis aceitáveis e as cores são bem fiéis, e o HDR é mais perceptível em fotos internas em ambientes iluminados. Ainda assim, a qualidade das capturas é boa e deve satisfazer a maioria dos usuários.

E por se tratar de um conjunto duplo, o Moto G6 Plus conta com o modo de profundidade que emula efeitos de bokeh das câmeras DSLR, destacando o elemento à frente e desfocando o fundo. Aqui ele está um pouquinho mais inteligente, mas falhas podem ser percebidas.

O algoritmo da câmera possui dificuldade em identificar os limites do objeto que precisa manter em foco, e não raras serão as ocasiões em que partes do mesmo serão confundidas com o fundo. Note como as laterais e o topo do timer acima estão fora de foco.

No fim, o Modo Retrato (como é chamado aqui) é mais uma brincadeira do que um recurso verdadeiramente útil, ainda que erre menos do que em aparelhos mais antigos; você só terá que insistir um pouco mais até o clique sair perfeito.

E assim como em outros modelos, a câmera do Moto G6 Plus possui recursos que permite a identificação de elementos, leitura de códigos QR, OCR e outros, embora o aparelho seja um pouco lerdo para atender as solicitações.

A câmera selfie, com 8 MP e abertura f/2,2 é boa, mas também depende muito da iluminação. Tirar fotos em ambientes externos tudo bem, já fazê-lo dentro de casa cobrará seu preço na qualidade da imagem. Nesse caso, o Flash LED pode ajudar bastante.

A câmera selfie também pode ser utilizada para reconhecimento facial, mas o modo é bem mais lento do que o desbloqueio com a digital e após um dia de uso, o abandonei completamente.

Você encontra as fotos originais no Flickr.

Conclusão

A Motorola não fez um bom trabalho no Moto G6 "vanilla", que possui uma performance um tanto irregular e sofre com travadinhas constantes, mas isso não ocorre com o Moto G6 Plus. Este aparelho oferece o mesmo design de seu irmão menos favorecido, porém com uma experiência de uso mais uniforme, sem falar no dobro do espaço de armazenamento interno.

Claro que qualidade superior significa preço superior, e R$ 1.699,00 não é um valor adequado para um produto da linha de smartphones que contava com a melhor relação custo/benefício, e que a tornou a queridinha dos usuários das classes C e D por um bom tempo.

A meu ver a Motorola posiciona este dispositivo como o sucessor legítimo do Moto X4, ao invés de um membro da família Moto G e dessa forma, o preço sugerido acabou acompanhando essa mudança. Sendo assim, o Moto G6 Plus é uma boa pedida desde que possa ser adquirido com desconto: alguns lojistas já o oferecem com preços entre R$ 1.389,00 e R$ 1.444,00, é só garimpar.

Especificações

  • SoC Snapdragon 630 da Qualcomm, octa-core Cortex-A53 com clock de 2,2 GHz e GPU Adreno 508;
  • 4 GB de memória RAM;
  • 64 GB de armazenamento interno, expansível via cartão microSD de até 256 GB com bandeja dedicada;
  • display LCD IPS de 5,9 polegadas com resolução Full HD+ (2.160 x 1.080 pixels, 409 ppi);
  • conjunto principal de câmeras duplo de 12 megapixels com abertura ƒ/1,7, autofoco com detecção de fase e 5 MP com lente grande angular e abertura ƒ/2,2, Flash LED Dual-Tone, HDR e filma em 4K a 30 fps;
  • câmera selfie de 8 MP com abertura ƒ/2,2, Flash LED e que filma em 1080p;
  • leitor de impressões digitais com suporte a gestos;
  • 4G/LTE Dual-SIM, Wi-Fi 802.11ac, Bluetooth 5.0, BLE, NFC, A-GPS, GLONASS, GALILEO, BDS;
  • bateria de 3.000 mAh;
  • saída para fone de ouvido estéreo;
  • porta USB 2.0 Type-C 1.0;
  • Android 8.0 Oreo;
  • dimensões: 160 × 75,6 × 8 mm;
  • peso: 167 g.

Pontos Fortes:

  • bom acabamento;
  • tela grande e de boa qualidade.

Pontos Fracos:

  • as câmeras podiam ser melhores;
  • o áudio externo não decepciona, mas também não surpreende.

O Meio Bit agradece à Motorola por gentilmente nos ceder o Moto G6 Plus para testes.

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