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Diretor fala sobre a diferença entre a SEGA e a Nintendo

Atual diretor de operações da SEGA fala sobre como o desenvolvimento do F-Zero GX serviu para lhe mostrar porque a empresa perdeu a guerra dos consoles para a Nintendo e revela que a série Yakuza poderia ter aparecido nos consoles de Nintendo e Microsoft.

5 anos e meio atrás

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Talvez isso se deva à minha eterna paixão pela SEGA, mas a verdade é que sempre achei a história da Casa do Sonic uma das mais fascinantes da indústria. Saindo de uma das maiores fabricantes de consoles do planeta para se tornar uma “mera” desenvolvedora/editora de jogos, ainda existe muitos detalhes sobre a história da companhia que não conhecemos e alguns acabam de ser revelados por Toshihiro Nagoshi.

Em uma matéria publicada na última edição da revista Edge, o atual diretor de operações da SEGA e produtor da série Yakuza falou sobre a criação do F-Zero GX e ao fazer isso, explicou a diferença entre eles e a Nintendo.

Comparados a nós, num cenário mais amplo, somos similares. Mas nos pequenos detalhes – suas tomadas de decisões e timing – as coisas são diferentes e aprendi muito com eles. Resumindo, trata-se de objetividade. (…) É difícil descrever, mas quando eu digo algo sobre a parte de um jogo como ‘Está ok assim, não está?’, eles dizem, ‘A nossa companhia não permite esse tipo de coisa. Nunca.’ Eu não consegui mudar a opinião deles sobre nada. Nem mesmo uma vez. Mas é por isso que a Nintendo tem uma marca tão forte, mesmo após todos esses anos. É por isso que perdemos a guerra dos consoles.

Nagoshi então seguiu dizendo que na época em que o estúdio Amusement Vision fechou a parceria para criar aquele F-Zero, eles propuseram trabalhar com outras franquias, como por exemplo a Metroid, mas que por já ter desenvolvido outros jogos de corrida, ele se sentia mais confortável em desenvolver algo no estilo – embora fosse um jogo futurista.

A partir daquele momento a equipe da SEGA decidiu encarar o projeto com todas as forças, quase como uma questão de honra para mostrar à Nintendo que, mesmo tendo perdido a guerra dos consoles, eles continuavam sendo uma grande empresa. As pessoas envolvidas com o F-Zero GX então criaram diversos personagens e circuitos, entregando os melhores gráficos que a tecnologia atual permitia e o resultado foi a venda de 1,5 milhão de cópias.

Para Toshihiro Nagoshi, o sucesso comercial do jogo mostrou que a SEGA nunca soube vender hardware, mas que em se tratando de jogos, eles não deveriam ser pessimistas. O interessante é que após o título ser lançado, o game designer chegou a receber uma ligação da BigN, onde eles pediam para ver o código fonte do jogo e entender como o seu estúdio tinha conseguido entregar um jogo tão bom num tempo tão curto e com um orçamento tão pequeno. Ou seja, pelo menos naquele momento eles haviam superado a outrora sua grande concorrente.

Na matéria Nagoshi também revela que em se tratando da série Yakuza a história poderia ter sido bem diferente. Isso porque embora hoje a franquia esteja diretamente associada à família PlayStation, a SEGA chegou a oferecê-la tanto para a Nintendo quanto para a Microsoft, mas ambas disseram que não tinham interesse. Para ele, tais empresas não entenderam a razão pela qual a SEGA estava criando aquele jogo e hoje as duas gostariam de vê-lo em suas plataformas. Por fim, ele ainda explicou como por pouco o Yakuza nem chegou a ser produzido:

Os meus chefes precisaram ser convencidos. Fiz uma apresentação duas vezes e não consegui a aprovação. (…) A SEGA estava lutando por dinheiro e estava muito perto da falência, então se fundiu com a Sammy. Assim que isso aconteceu, fui me encontrar com o dono e apresentar o jogo para ele, buscando a sua aprovação. Profissionalmente, isso era muito irregular e bastante errado. Mas eu sabia que se ele dissesse sim, seria bom para toda a companhia. Consegui a sua aprovação, mas o nosso CEO ficou realmente maluco com isso (risos). Ele disse que aquilo foi injusto.

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