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Jogos violentos estão afastando os eSports das Olímpiadas

Presidente do Comitê Olímpico Internacional volta a dizer que jogos violentos não serão aceitos nas Olimpíadas e coloca em dúvida a inclusão de eSports em futuras edições do evento.

5 anos e meio atrás

Desde o ano passado temos visto um movimento para que os jogos eletrônicos ganhem espaço nas Olimpíadas. Primeiro foram os responsáveis por Paris 2024, que pediram a realização de um torneio de games, para depois o próprio COI (Comitê Olímpico Internacional) admitir que estavam estudando esta possibilidade. A coisa ganhou força nos últimos meses, quando a entidade responsável pelos jogos olímpicos organizou um fórum, mas pelo jeito eles não estão mais tão abertos ao assunto.

Ao participar dos Jogos Asiáticos que aconteceram nos últimos dias, o presidente do COI explicou porque os videogames não deverão ser aceitos nas futuras Olimpíadas.

Nós não podemos ter no programa Olímpico um jogo que está promovendo a violência ou a discriminação,” declarou Thomas Bach. “Eles, pelo o nosso ponto de vista, são contraditórios aos valores Olímpicos e portanto não podem ser aceitos.

 

É claro que todos os esportes de combate tiveram as suas origens em lutas reais entre pessoas, mas os esportes são expressões civilizadas sobre isso. Se você possui egames sobre matar outra pessoa, isso não pode ser trazido para a linha dos valores Olímpicos.

Tal comentário pode ser considerado estranho, principalmente por ter sido feito por alguém que ganhou uma medalha de ouro na esgrima, mas eu consigo entender o temor de Bach. Numa época em que os games tem sido tão acusados por formar assassinos, é natural que o COI não queira estar associado a essa polêmica. Além disso, acho que existe uma boa diferença entre uma simulação de combate de floretes e uma partida de Counter-Striker ou Call of Duty. Ok, tais jogos também não passam de “simulações”, mas convenhamos se tratar de algo muito mais "gráfico".

Mas esteja o COI de falso moralismo ou não, o fato é que são eles quem mandam na brincadeira e quem acompanha notícias sobre esportes sabe o quanto a entidade costuma fazer jogo duro para aceitar novas modalidades. O futsal por exemplo vem lutando há vários anos por isso e mesmo o surf só foi aceito para a próxima edição do evento.

Além disso, em outra ocasião Bach já havia dito que não gostaria de ver jogos violentos no evento, afirmando que o interesse deles estava nos títulos que reproduzem esportes reais. Veja:

Queremos promover a não discriminação, a não violência e a paz entre as pessoas. Isso não combina com os videogames, que são sobre violência, explosões e mortes. É preciso traçar um limite claro. Então, se alguém está competindo ao jogar futebol virtualmente ou jogar outros esportes virtualmente, isso é do nosso alto interesse. Esperamos que, então, esses jogadores estejam realmente entregando performance esportiva. Se os fãs no final puderem jogar os esportes no mundo real, ficaríamos ainda mais felizes.

Portanto, o recente comentário não chega a ser uma grande surpresa, mas ainda assim ele cai como um grande balde de água sobre aqueles que gostariam de ver torneios de eSports nas Olimpíadas e principalmente, sobre os que um dia sonharam em ganhar uma medalha jogando videogame.

Fonte: Associated Press.

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