Meio Bit » Games » Call of Duty: Black Ops 4 — Review

Call of Duty: Black Ops 4 — Review

Com uma jogabilidade focada na socialização, Call of Duty: Black Ops 4 traz várias novidades que podem agradar ou incomodar os fãs. Confira nossa análise.

5 anos atrás

A franquia Call of Duty é a galinha de ovos de ouro da Activision, tanto que é atualizada anualmente e tocada por três desenvolvedoras diferentes, que se revezam a cada novo título. Em 2018, a Treyarch recebeu a missão de não só suceder o excelente CoD: WWII, mas também de injetar novidades consideráveis na série.

O resultado é Call of Duty: Black Ops 4, que traz novos modos de jogo, renova alguns clássicos e toma uma decisão polêmica, a de remover completamente o modo Campanha.

Call of Duty: Black Ops 4

Um Call of Duty sem modo Campanha?

A decisão é estranha e causou bastante polêmica quando a Treyarch comfirmou os boatos, mas é compreensível. Ainda que muita gente goste de curtir os títulos da franquia nos modos offline e aprecie uma boa história, a maioria esmagadora dos consumidores fiéis não passava nem perto do modo Campanha, e pulava direto para o multiplayer. Assim, o foco foi concentrado onde mais interessa, os modos de jogo mais populares.

Isso não quer dizer que o game é 100% online ou totalmente desprovido de uma historinha, mas as opções são limitadas. É possível jogar os tutoriais de cada uma das dez classes de personagens disponíveis no modo multiplayer, os chamados especialistas e ao finalizar cada um deles, o jogo libera vídeos curtos que contam uma narrativa ligada diretamente a eventos anteriores da subfranquia Black Ops. E como a ordem é economizar, as únicas vozes famosas do jogo são dos atores Evangeline Lilly (Homem-Formiga e a Vespa) e Sam Worthington, que você só vai ouvir se mudar a linguagem de seu console.

Isso deixou CoD: Black Ops 4 bastante parecido com Overwatch e o primeiro Titanfall, com um foco individual nos especialistas. O tutorial serve para fazer o jogador se familiarizar com as habilidades de cada um deles, de modo que eles possam se sair bem na hora do confronto. E com um foco pesado no online, o jogo leva você a interagir mais com os membros do seu esquadrão e adversários. Sim, a franquia agora incentiva a socialização.

Call of Duty: Black Ops 4

Cada especialista possui habilidades diferentes, que variam desde montar um escudo poderoso, utilizar drones, cães de combate, revólveres que perfuram qualquer coisa, ganchos para percorrer grandes distâncias em pouco tempo e até reatores nucleares, que contaminam uma área considerável do mapa por um período de tempo. Saber o que cada um deles pode fazer é essencial para montar uma equipe forte e detonar os adversários.

O multiplayer possui oito modos de combate, entre eles os clássicos Controle, Contra Todos, Baixa Confirmada, Localizar e Destruir, Dominação, Mata-Mata em Equipe e Zona de Conflito, mas com algumas modificações. No Controle, por exemplo o respawn é limitado a 25 vezes por time, e aquele que zerar tudo perde a partida. Logo, o piorzinho que vive morrendo pode comprometer enormemente o sucesso de sua equipe.

Mas o destaque mesmo é o modo Assalto, kibado da franquia Counter-Strike na cara dura. Nele, cada equipe começa com uma certa quantidade de dinheiro e ganha mais conforme o número de abates. A grana é utilizada para melhorar seus equipamentos e ganha o time que extrair primeiro toda a bufunfa, ou eliminar todos os inimigos.

Call of Duty: Black Ops 4

Modo Blackout, o Battle Royale da vez

Não dá para negar, o gênero popularizado por PlayerUnknown's Battlegrounds e que levou a Epic Games a dominar o mercado com Fortnite: Battle Royale é o mais lucrativo do momento, ponto. Assim, todas as desenvolvedoras de jogos de tiro trataram de correr atrás e tirar uma casquinha da modalidade enquanto é tempo.

Era inevitável a adesão da Activision à moda do momento, assim Black Ops 4 ganha seu próprio modo chamado Blackout. A fórmula é a mesma, um grande mapa dinâmico em que até 100 jogadores lutam uns contra os outros, até que reste apenas um (ou dupla, ou equipe) no final. A diferença crucial, entretanto é a adição da expertise da Treyarch.

A mescla entre o Battle Royale e a jogabilidade da franquia foi perfeita, e o resultado é um dos melhores modos do gênero disponíveis no mercado. Ele roda a 60 frames por segundo o tempo todo (há controvérsias; mais sobre isso adiante) e o ritmo é frenético, mas mesmo um jogador inexperiente possui chances de vencer.

Call of Duty: Black Ops 4

O mapa se comprime bem mais rápido do que em Fortnite: Battle Royale e há uma grande quantidade de armas e veículos disponíveis por todo o lado. Não é preciso garimpar muito e em pouco tempo você ja consegue um equipamento minimamente decente para mandar seus adversários para a vala, mas claro que quem procurar, vai achar coisa melhor.

A única limitação é óbvia, o fato de Blackout ser um modo de jogo atrelado a um game AAA. Caso ele fosse um stand alone, gratuito como Fortnite: Battle Royale ou tivesse um preço acessível como PUBG, ele poderia em pouco tempo se tornar a referência no gênero. A reclamação obrigatória, a interface poderia ter sido melhor trabalhada; selecionar um item ou granada no menu é mais complicado do que deveria.

Zumbis para que te quero

O terceiro modo de jogo e um dos preferidos da galera também marca presença, mas recebeu um banho de loja. Agora há quatro mapas diferentes e historinhas distintas, e a matança de zumbis acontece a bordo do Titanic, em Alcatraz, em uma arena de gladiadores e no modo Confidencial, disponível apenas para quem possui o Season Pass, no Pentágono e na Área 51.

Há desde novos personagens e velhos conhecidos da franquia, como Edward Richtofen e "Tank" Dempsey, mas grande novidade fica por conta dos pilares de habilidades.

Call of Duty: Black Ops 4

Há quatro deles espalhados pelo mapa, com cada um concedendo uma vantagem específica; há também os baús misteriosos, que oferecem armas e itens aleatórios. No mais, a fórmula permanece a mesma de fazer pontos e com eles, abrir portas e conseguir armas e itens melhores.

O ritmo, no entanto está bem mais desesperador. Em alguns momentos os mapas parecem confusos e os zumbis não dão trégua nem por um segundo, mas com o tempo você irá memorizar os lugares pelos quais você passou e a partida fluirá melhor. Como sempre, o modo Zumbis é bastante divertido e viciante.

Problemas irritantes

Tecnicamente Call of Duty: Black Ops 4 mantém o padrão da franquia, com bons gráficos ainda que não espetaculares, próximos do nível visto em WWII. O som é excelente e a jogabilidade é sólida e frenética como é sua marca registrada, mas nem tudo é perfeito. O modo Multiplayer sofre com uma alta latência nos servidores, e no início operava com uma taxa de atualização de 20 Hz ao invés de 60 Hz.

Isso significa que o jogo recebia os comandos três vezes mais lento, e isso causa uma série de problemas como mortes bestas, inimigos que estavam em um lugar e obviamente, detonam toda a diversão. A Treyarch está ciente dos problemas e prometeu aplicar correções, hoje o jogo já roda em 30 Hz mas deve levar um tempo até ele estar 100%.

Call of Duty: Black Ops 4

É bizarro se pararmos para pensar, afinal é um Call of Duty em que o multiplayer não funciona direito e com pouco conteúdo offline, mas sabemos que ele não deverá ficar assim para sempre.

Conclusão

Eu fiquei bastante contente com Call of Duty: WWII voltando às origens, porque sempre preferi jogos de tiro históricos a modernos. No entanto, CoD: Black Ops 4 conseguiu me agradar em vários pontos e sendo sincero, ele é um bom título e pode se tornar o melhor de sua categoria em 2018, isso se Battlefield V não surpreender.

O jogo, claro não é perfeito. Os servidores continuam um caos mesmo duas semanas após o lançamento, com uma latência altíssima e isso causa diversos problemas na hora da jogatina. A remoção do modo Campanha também deverá irritar quem gosta de curtir uma história elaborada no modo offline, mas a verdade é que a Activision e a Treyarch seguiram a trilha do dinheiro. vide a inclusão do modo Blackout, que apesar dos pesares é bem feito e divertido.

No fim das contas, Call of Duty: Black Ops 4 mantém o padrão de qualidade da franquia e traz mais pontos positivos do que negativos, além de ter soprado uma lufada de ar fresco na franquia.

Nota:

Quatro de cinco Scarlett Rhodes, a ruiva da vez.

Call of Duty: Black Ops 4

Ficha Técnica

  • Título — Call of Duty: Black Ops 4;
  • Plataformas —PS4, Xbox One e PC;
  • Desenvolvedora — Treyarch;
  • Distribuidora — Activision;
  • Preço — R$ 229,90 para PS4, R$ 230,00 para Xbox One e R$ 199,90 para PC via Battle.net;
  • Pontos Fortes — modo multiplayer sólido, com várias opções de jogo; modos Zumbis e Blackout extremamente divertidos e bem feitos; foco pesado na socialização;
  • Pontos Fracos — remoção do modo Campanha limita as opções para quem prefere jogar offline; servidores ainda com alta latência.

Meio Bit analisou Call of Duty: Black Ops 4 no PS4 Pro com uma cópia digital cedida pela Activision.

relacionados


Comentários