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Ressurge making of sobre Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca

38 anos depois de ter sido gravado, o making of de Star Wars: O Império Contra-Ataca finalmente está disponível na íntegra no YouTube.

5 anos atrás

Em 1980, o francês Michel Parbot finalizou seu documentário sobre a produção e as filmagens do segundo episódio de uma saga de ficção científica que tinha feito história nas bilheterias alguns anos antes, e também criado um novo mercado de licenciamento, entrando no imaginário da população mundial, onde permanece até hoje. O filme era Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca, mas o making of acabou se perdendo, quem sabe engolido pelo Sarlacc nas areias de Tatooine.

Carrie Fisher no making of de O Império Contra-Ataca dirigido por Michel Parbot

Apesar de ter alguns trechos online, gravados de uma transmissão da TV holandesa, o documentário estava efetivamente perdido, mas para a surpresa dos fãs, ressurgiu no mês passado no YouTube em uma versão completa, 38 anos depois de ter sido gravado, ainda que em uma qualidade abaixo do ideal, mas já bem melhor do a que dos dois trechos citados acima, e o que é mais importante, na íntegra, do começo ao fim.

Aqui vale lembrar de um documentário sobre O Império Contra-Ataca bem mais conhecido, SPFX: The Empire Strikes Back, que acompanha os extras do DVD na versão lançada em 2011 e é ótimo, mas não traz as imperdíveis entrevistas e outras preciosidades escondidas do making of de Michel Parbot.

Harrison Ford e Mark Hamill no making of de O Império Contra-Ataca dirigido por Michel Parbot

O responsável pela recuperação dessa preciosidade de documentário foi Adywan, que fez a conversão de um DVD de um anônimo que tinha sido adquirido em um leilão. Para os fanáticos de longa data de Star Wars, o nome de Adywan pode soar familiar, e isso não é por acaso, ele foi o responsável pela remasterização da trilogia original, o Star Wars Revisited, um trabalho meticuloso e digno de aplausos, feito de fã para fã.

Em algum canto do Google vi que o filme original fazia parte da coleção de Gary Kurtz, que infelizmente nos deixou em setembro deste ano, e essa matriz certamente deve ter uma qualidade muito melhor. Fica aqui minha torcida pra que este documentário seja lançado de verdade um dia. De qualquer forma, mesmo com a qualidade sofrível e abaixo da crítica, é realmente muito interessante assistir o making of, ele é uma verdadeira viagem no tempo, com entrevistas interessantes e informativas sobre um dos melhores filmes que eu já vi.

Como a trilogia original foi feita com efeitos visuais práticos, o making of é ainda mais interessante, mas antes de continuar, preciso fazer um disclaimer: não sei se já deu pra perceber, mas eu sou muito, mas muito suspeito pra falar de qualquer coisa relacionada ao Episódio V de Star Wars. Nesse post vou falar um bocado sobre as minhas impressões pessoais sobre este documentário, então se quiser assistir antes de ler, o vídeo está no final do texto.

Não sei se vocês sabem (ou se importam), mas o Império Contra-Ataca é o meu filme favorito desde que o assisti no cinema, em julho de 1980. Claro que existem muitos, muitos outros que estão entre os meus favoritos, amo vários filmes que são grandiosos e espetaculares, e fazem parte da gloriosa história da sétima arte, mas mesmo que alguém me dê todos os argumentos explicando por qual motivo eles são melhores que a sequência de Star Wars, não tem jeito, em qualquer lista que eu faça, este filme estará sempre na liderança.

Voltando a Michel Parbot, o curioso é que um ano antes de fazer este making of, o documentarista francês tinha dirigido 007 in Rio, um documentário sobre as gravações de 007 Contra o Foguete da Morte (Moonraker) na minha cidade natal, só que ao contrário do seu filme sobre o Episódio V, que tem quase uma hora de duração, este era apenas um curta.

Gary Kurtz e Irvin Kershner em cenas do making of de Império Contra Ataca.

No making of, os saudosos Irvin Kershner e Gary Kurtz falam sobre os detalhes e os desafios de produção e da montagem dos cenários para a gravação das cenas. Kershner fala sobre a importância de ter um produtor como Kurtz ao seu lado, que realmente sabia o que estava fazendo.

Mark Hamill fala sobre as diferenças entre o formato desta história em relação ao primeiro filme. Ele, Harrison Ford e Carrie Fisher também falam sobre o triângulo amoroso, já que o documentário foi gravado bem antes de George Lucas mostrar que Luke Skywalker e Leia Organa eram irmãos em o Retorno de Jedi, que ainda estava na sua imaginação neste ponto. Harrison Ford também fala sobre como este filme é pesado e diferente dos demais. O documentário também mostra Peter Mayhew, Anthony Daniels e muitos outros atores.

Em outro trecho do making of, você vê um Mark Hamill realmente cansado depois de alguns ensaios para os duelos de sabre de luz com David Prowse. Os duelos do filme são muito mais ambiciosos que os do primeiro Star Wars, que depois veio a ser chamado de Episódio IV: Uma Nova Esperança.

É muito legal ver como o estúdio todo montado como o planeta gelado de Hoth, que teve suas cenas abertas filmadas na Noruega, onde o filme mostra a chegada da produção, em trens, tratores, e limpadores de neve. Tudo bem que em certa parte do filme você fica um tempão assistindo os tratores andando pra lá e pra cá ao som de John Williams, mas mesmo isto é interessante para entrar no clima da produção.

A trilha sonora se encaixa perfeitamente em outro momento do making of, quando uma nevasca interrompe as filmagens e a equipe tem que cobrir um snowspeeder com plástico para recomeçar depois. No documentário também temos a resposta para a pergunta, quantas pessoas são necessárias para levantar um Wampa várias vezes?

Stuart Freeborn apresenta Yoda em cenas do making of de Império Contra Ataca.

Uma das partes mais legais do filme é que a nos mostra o departamento de arte, com direito a um depoimento do mestre Stuart Freeborn apresentando um pequeno personagem chamado Yoda. O trabalho com miniaturas também é um dos pontos altos do documentário.

É muito bom poder ver como eles fizeram um filme tão incrível com tantos efeitos antes da chegada dos computadores, de uma forma artística e muito especial. Um belo exemplo disto é a retirada manual quadro a quadro dos fios dos snowspeeder na frente voando ao redor das pernas do AT-AT, que são depois gravadas através de uma enorme câmera. Foi usando técnicas rudimentares, mas efetivas que Han Solo conseguiu pilotar a Millennium Falcon no meio dos asteróides. Os fundos pintados de cena de Bespin também são incríveis.

O making of nos leva ao laboratório de sons do genial Ben Burtt, responsável por tantos efeitos sonoros maravilhosos que fazem parte do filme, e aos Anvil Studios, onde vemos um John Williams compenetrado ensaiando a Marcha Imperial com a London Symphony Orchestra. Não importa o departamento envolvido, o trabalho artístico que foi criado para transformar os sonhos de George Lucas em realidade é realmente espetacular.

Enfim, vou parar de escrever agora para não contar absolutamente tudo sobre o filme, se é que já não fiz isso. Sobre o documentário de Michel Parbot, minha última recomendação é que ele seja assistido, pois ele é um bom aperitivo pra esperar pelo misterioso Episódio IX, do qual só sabemos mesmo quem será dirigido por J.J. Abrams e terá a presença de atores novos e outros bem conhecidos dos fãs.

Se você for fã, e por acaso ainda não tiver visto o making of, faça um favor a si mesmo e assista o vídeo clicando abaixo, apesar da qualidade pra lá de sofrível.

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