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Por que o iPhone XR é o iPhone do ano - quase um review

Depois de um mês de uso, dá pra ter certeza que o iPhone XR é o modelo do ano de 2018

5 anos atrás

A Apple vem mudando bastante desde que Steve Jobs deixou a empresa para tratar o câncer, que vocês bem sabem onde terminou. Passamos de alguns fiascos como a Pencil que carrega no iPad Pro como se fosse um pirulito ou o mouse sem fio que carrega de cabeça pra baixo, para alguns produtos bem promissores, como o iPhone XR.

Os rumores apontavam para mais um iPhone de menor potência, mais simples e que seria um intermediário - exatamente como toda a indústria Android faz, com modelos menos poderosos. Não foi bem o que aconteceu e este modelo de iPhone nasceu com exatamente a mesma CPU e GPU dos iPhones mais caros, mesma quantidade de RAM do iPhone X lançado um ano antes e preço que, hoje (17), quase bate em 30% menos do que é cobrado pelos iPhones XS e XS Max.

Estive utilizando o modelo por quase um mês e também me aproximei de seus irmãos mais caros e, depois deste tempo todo, eu posso afirmar que o XR é o modelo do ano. É o modelo do ano por alguns pontos bem marcantes e que eu explico nos próximos parágrafos.

Vamos começar com um pequeno aviso, que tem como objetivo evitar os comentários do tipo, “mas é mais caro do que qualquer Android uai!”: este compara o iPhone XR com os outros dois lançamentos da Apple para este ano, que são os iPhones XS e XS Max. Ok? Bom, bora lá.

Mais barato e mais potente

Este é o primeiro ponto importante que você precisa ter em mente, se está pensando se vale a pena a economia de mais de R$ 2 mil ao não levar o XS, pra colocar o XR na mochila. Todos os três smartphones da Apple de 2018 compartilham o mesmo processador A12 Bionic, feito em litografia de 7 nanômetros, que roda seis núcleos de até 2.5 GHz e que é acompanhado de GPU da própria Apple, com quatro núcleos só pra ela.

A memória RAM é o único ponto desta curva que não é favorável ao iPhone XR, mas existe um truque na manga pra diferença não ser perceptível: a resolução é menor. Sim, ela é menor do que Full HD. Resolução menor, com mesmo processador e mesma placa gráfica, automaticamente gera desempenho superior.

É exatamente a mesma coisa que você pegar um jogo do PC e diminuir a resolução de 1080p pra 900p, ou menos. A taxa de quadros por segundo sobe no mesmo momento, já que há menos pixels sendo gerados e exibidos na tela. Matemática simples essa.

Ele terá melhor desempenho no longo prazo

Junto disso há a obsolescência programada, que atinge todos os smartphones criados por todas as fabricantes deste planeta - até mesmo pra quem compra na China e agora vai pagar dinheiros pra Anatel homologar o produto. Já que a CPU e a GPU trabalham com mais folga, daqui três ou quatro anos a folga permanecerá e a lentidão que os iPhones XS e XS Max sofrem será maior do que a do XR.
A quantidade de RAM pode ser um obstáculo e realmente é, mas se você tem um celular que já está gerações atrás do mais recente, sabe que abrir 57 aplicativos ao mesmo tempo e 40 abas do navegador pode não ser uma boa ideia.

Colorido, de verdade

Sim, eu sei que existem cores nos iPhones e em uma série de aparelhos do mundo, mas a Apple voltou a oferecer celulares coloridos em 2018.

Um iPhone azul calcinha 🙂

Ao todo são seis opções de cores no ato da compra, enquanto que pros XS e XS Max são três - é só o dobro. Tem azul, vermelho (minha preferida!), amarelo, branco, preto e coral - a última é meh, mas tá lá ué.

Uma câmera, que geralmente é melhor

Além da RAM menor, outra matemática do iPhone XR pro preço cair foi remover um sensor de imagens e um conjunto de lentes. Ao primeiro olhar a remoção é negativa, mas não é o tempo todo - o único sensor do XR é exatamente o mesmo dos XS e XS Max, com 12 megapixels, tamanho de 1,4 µm, lente que tem estabilização ótica e abertura de f/1.8.

O único momento em que eu sinto falta de duas lentes é na hora de fazer uma macro, que com o zoom ótico dos XS e XS Max fica melhor, mais nítido e definido. Ponto final, só neste momento e se você acompanhar meu Instagram, perceberá que mesmo quando eu utilizei o iPhone X por um ano (que tem duas lentes e faz macro com o zoom ótico), eu pouco utilizei este recurso.

Uma única e saltada lente de câmera

Do lado positivo, a Apple fez um serviço semelhante ao dos Pixel 3 com o modo retrato. No lugar de utilizar duas lentes pra desfocar o fundo, o iPhone XR utiliza a única que tem e se apoia em análise de imagem, via software, pra saber o que está na frente e o que está atrás. Funciona, sempre!

Em todas as vezes que tentei, funcionou e tem até mesmo outro trunfo desta única lente: o modo retrato é feito com uma lente de abertura f/1.8, não f/2.4 como nos outros iPhones do ano. Isso significa que modo retrato de noite fica sempre melhor, mais iluminado no iPhone XR, em todas as situações. Todas.

A câmera frontal é a mesma que nos outros modelos, com a mesma resolução, recursos, modos e reconhecimento facial com projeção 3D na cara do dito cujo. Tudo está lá, idêntico.

Maior autonomia do que todos os outros iPhones do ano

Em números, o iPhone XR tem 2.942 mAh, contra 2.658 mAh do iPhone XS e 3.174 mAh do iPhone XS Max. Vitória do Max, certo? Não. ACHOU ERRADO OT**IO!!

Voltando pra conta da resolução: se você tem menos pixels sendo exibidos, gasta menos energia pra mostrar tudo isso. Junte isso com um A12 Bionic que precisa trabalhar menos pra gerar estes pixels em menor quantidade, e a autonomia agradece ainda mais. Com isso, a própria Apple promete pouco mais de uma hora extra de bateria pro XR, quando comparado ao XS Max, que tem a maior bateria do ano - e maior tela, que consome mais energia.

Comparando com o XS normal, o XR ganha mais um ponto por durar mais fora da tomada e ainda assim ter tela maior. A diferença é pequena e só percebe quem tem os dois nas mãos, mas ela existe.

No ano que passei com o iPhone X nas mãos, notei que o XR volta pra casa com mais bateria do que o modelo anterior. A diferença é que o X voltava com uns 20% no tanque, contra 30% ou mais no meu atual XR. Dá pra entrar no Wi-Fi, receber um ( ͡° ͜ʖ ͡°) e só depois colocar na tomada.

Pontos que PODEM te deixar jururu

Existem dois pontos bem específicos no iPhone XR e que podem deixar alguns usuários desanimados, meio jururu. O primeiro é que a tela é um LCD IPS, que é inferior ao OLED dos outros modelos e que faz falta pra quem veio desta tecnologia. Se você sempre viu as telas dos iPhones 6, 7 ou 8 e sempre elogiou o que viu, não notará diferenças. Mas, no tecnês, sim a tela é inferior quando a luz solar tá bem na careca, queimando tudo que vê pela frente.

O segundo ponto é a falta do 3D Touch, que é a tecnologia que faz a tela do iPhone responder ao tanto de pressão que é exercida nela. Existem muitos atalhos que podem ser utilizados, como abrir o app de câmera direto na câmera frontal, ou acionar a lanterna na tela bloqueada.

Eu, sinceramente, senti falta em apenas um momento: quando há muitas notificações em uma pasta de apps. Você pode simplesmente abrir a pasta e procurar um por um, até encontrar onde está a notificação, ou pressionar mais forte pra ter a lista de aplicativos com notificação.

Foi neste momento que a remoção do recurso fez falta, mas bem conheço algumas pessoas que sentiram falta disso em outras situações. Então, bem, este pode ser um dos custos cortados que pode te fazer falta.

REVIEW EM QUATRO PARÁGRAFOS!

Ok, vamos lá: o iPhone XR tem corpo em alumínio nas bordas e isso é igual ao que os iPhones 7 e 8 já tinham. Ele tem um espaço pra chip da operadora, mas aceita um eSim que o Brasil ainda não aceita pros seus cidadãos. Pegada é boa, mas ele escorrega bastante e isso me dá medos e calafrios.

A tela é ótima, reproduz cores com a mesma riqueza de tonalidades do iPhone 8 Plus e tem tela maior do que ele - com corpo menor, graças ao famigerado notch. Ter menor resolução atrapalha? Não, eu vejo os mesmos ícones sem quadriculado, enorme quantidade de ruas no Waze e fotos ( ͡° ͜ʖ ͡°) ficam bem detalhadas.

Processador roda tudo da App Store e fará isso por uns três anos, com folga e todo jogo no máximo dos detalhes. Câmera tem os mesmos resultados do iPhone XS, custando menos. Fotos de dia ficam bem exibidas, Smart HDR faz mágica ainda maior e de noite o ruído é raro. Filma em 4K com 60 fps e câmera lenta com 240 fps em Full HD.

Mesmo mais de R$ 2 mil mais barato do que o iPhone XS, ele ainda é caro quando comparado aos Androids. A câmera frontal poderia ter lente mais clara e, não, ainda não dá pra colocar memória em um cartão microSD. O iOS 12 ainda é menos aberto do que o Android, mas tem ponto positivo e negativo nisso ao mesmo tempo. Não, o app Arquivos está anos-luz do que qualquer gerenciador de arquivos do Android consegue fazer. E, sim, as bordas dele são maiores do que as do iPhone X, mas eu me acostumei com isso no segundo dia de uso.

Ufa! Foi.

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