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Como a Epic tem garantido exclusividades para a sua loja

Tim Sweeney afirma que as exclusividades da Epic Sames Store são fruto de compromissos de marketing, fundos de desenvolvimento e garantias de receitas.

5 anos atrás

Quando recentemente escrevi sobre o The Walking Dead: The Final Season passar a ser exclusivo da Epic Games Store, eu afirmei que as exclusividades que a loja tem conseguido poderiam ser creditadas a melhor divisão de lucros oferecidas por lá. O que eu não sabia no entanto é que a explicação para isso pode ser muito mais complexa do que uma simples porcentagem maior para os estúdios.

O assunto voltou à tona quando uma pessoa criticou a loja por causa dessas exclusividades, afirmando que a prática vai contra o consumidor. Tim Sweeney, fundador da Epic Games, tratou então de dar a sua visão sobre a situação, dizendo o seguinte:

Cabe a vocês decidirem o que é anti-consumidor, mas o nosso objetivo com a Epic game Store é ser bastante competitivos. Em outras palavras, para competir como uma loja e encorajar a competição sadia entre lojas.

Quando várias lojas competem, o resultado é uma combinação de melhores preços para vocês, melhores negócios para os desenvolvedores e mais investimento em novos conteúdos e inovação. Esses exclusivos não chegam às lojas de graça; eles são o resultado de uma combinação de compromissos de marketing, fundos de desenvolvimento ou garantias de receitas. Tudo isso ajuda os desenvolvedores.

O que não ficou claro é se a Epic tem investido em todas essas áreas, mas como é alto o risco de não vender muitas cópias de um jogo por ele não estar disponível no Steam, é de se imaginar que a nova loja tenha mesmo oferecido bem mais do que “apenas” os 88% das vendas.

Bancar parte da produção sem dúvida é algo que atrairia muitas empresas, mas entre os chamarizes citados por Sweeney, talvez o mais interessante seja a garantia de receitas. Isso significa que a desenvolvedora conseguiria um determinado valor mesmo se o jogo não vendesse bem, com a Epic assumindo cobrindo o resto e assim garantindo que o estúdio não saia no prejuízo. Imagine lançar um game sabendo que pelo menos uma determinada quantia está garantida?

Além disso, não dá para ignorar os 18% a mais que será arrecadado com cada venda — no Steam o estúdio fica com 70%. Como disse o executivo, para muitas desenvolvedoras menores isso pode significar a diferença entre ser capaz de financiar a produção de um novo jogo ou não ter outra opção que seja a falência.

Com essas informações fica um pouco mais fácil entender porque alguns estúdios tem optado por deixar o Steam, preferindo disponibilizar suas criações na loja da Valve apenas depois do fim dessa exclusividade. A grande dúvida por enquanto é saber como os consumidores aceitarão essa estratégia. O próprio Sweeney admite que ter que nossas jogos espalhados por vários programas é algo chato, mas que este é um mal necessário para termos jogos melhores no futuro.

Por enquanto ainda é cedo para sabermos se essa investida da Epic terá sucesso, mas a verdade é que se há algumas semanas eu considerava o Steam como algo inatingível, hoje tenho a impressão de que este serviço de distribuição digital nunca viu um concorrente tão poderoso quanto a Epic Games Store.

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