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Mouse Razer DeathAdder Elite: a evolução de um clássico — Review

Com um sensor poderoso e construção sólida, o Razer DeathAdder Elite é a nova versão de um clássico entre os mouses voltados para o público gamer

5 anos atrás

O Razer DeathAdder Elite é um mouse gamer que mantém uma tradição: a de uma linha conhecida por introduzir sensores ópticos novos e poderosos. Só por isso, a linha DeathAdder é considerada uma referência no mercado, e cada nova versão se torna o mouse a ser batido por todos os concorrentes.

No modelo de 2018 as coisas foram um pouquinho diferentes: o DeathAdder Elite conta com um sensor customizado e exclusivo, que não só o torna um dos mouses mais poderosos do mercado, como aliado a outros fatores, fazem dele o melhor periférico do tipo que a Razer já colocou nas lojas. O que em tese, justifica o salgado preço médio de R$ 329.

Razer DeathAdder Elite

Afinal, o Razer DeathAdder Elite é mesmo tudo isso? Me acompanhe na análise a seguir e descubra.

Design

O Razer DeathAdder Elite é um mouse gamer, antes de mais nada, e por isso mesmo ele possui um form factor ergonômico para proporcionar uma melhor pegada. O problema dessa abordagem é óbvio, ele só pode ser melhor aproveitado por destros, ou por pessoas que se habituaram a usar o mouse com a mão direita, mesmo sendo canhotos, que é o meu caso.

Tirando isso, ele é um periférico muito bom. Ele possui um tamanho correto, e o formato dele permite uma empunhadura agradável independente de como o usuário segura um mouse. No geral, existem três tipos de pegada, e cada uma conta com tipos de mouses distintos:

Tipos de pegadas de mouse / Razer DeathAdder Elite

  • Palm Grip: o usuário apoia a palma da mão e toda a extensão dos dedos. A maioria dos mouses segue esse form factor, sendo grandes e baixos;
  • Claw Grip: a mão fica arqueada (daí o nome "claw" = "garra"), com os dedos fazendo menos contato. Mouses gamers utilizam este formato em geral, sendo mais altos, para propiciar mais velocidade;
  • Fingertip Grip: o usuário apoia apenas as pontas dos dedos. Esses mouses são em geral bem pequenos.

O Razer DeathAdder Elite possui um formato que privilegia os usuários da pegada Palm, mas não é tão baixo que incomode os que fazem uso da pegada Claw. Até mesmo quem prefere mouses para a pegada Fingertip, em especial quem possui mãos menores será bem atendido por este mouse.

Para proporcionar uma pegada firme, o Elite conta com laterais emborrachadas, diferente das gerações anteriores que eram totalmente revestidas. Desta vez, o design privilegia o plástico preto fosco, o que é bom por um lado: com menos borracha na superfície, você vai suar menos.

Parte inferior do Razer DeathAdder Elite

Além das laterais emborrachadas, a parte inferior trás dois pés bem grandes e um anel em torno do sensor, que permite um deslize suave em quase qualquer superfície. Claro, quem faz uso de um mousepad de qualidade terá resultados superiores.

Uma das vantagens do Razer DeathAdder Elite, quando comparado com os concorrentes ou mesmo soluções da própria fabricante  é a presença de dois botões superiores, dedicados ao ajuste de DPI. Presentes no Razer Mamba Tournament Edition (que é bem mais caro), o usuário pode alterar a resolução quando precisar, sem ter que acionar menus de software.

Clickwheel e botões de DPI do Razer DeathAdder Elite

A Clickwheel é firme, possui uma textura para melhorar a aderência e é bem suave, mas bem resistente na hora de acionar o clique. Já o cabo USB, revestido de nylon é bastante flexível e leve, e oferece mais confiança do que os tradicionais.

A primeira impressão que o Razer DeathAdder Elite passa é de ser uma versão mais pobre do Mamba TE, feita sem muito capricho e atenção aos detalhes, e principalmente por trazer retroiluminação RGB apenas no logo e na Clickwheel (ou seja, ele não é uma balada na sua mão), mas tudo muda ao começar a usa-lo.

Desempenho

A Razer adora forçar a barra do marketing, criando termos mirabolantes para recursos não tão bons, mas isso não se aplica à linha DeathAdder. Há um consenso de que esta família de mouses são, desde sempre os melhores periféricos que a fabricante vende, e por isso mesmo ela utiliza sensores de ponta e switches de qualidade nos botões principais.

O Razer DeathAdder Elite mantém essa tradição, mas nesta geração as coisas mudaram um pouquinho. Os sensores Avago, que equiparam os modelos 3G, 3.5G e Chroma deram lugar a um Pixart PMW 3389, considerado o sensor mais poderoso do mercado.

Parte de baixo do Razer DeathAdder Elite, com destaque para o sensor

A Pixart fabrica sensores Avago a vários anos, após um acordo entre as partes (a segunda saiu do mercado, e a primeira manteve o nome), e os mouses da linha DeathAdder utilizaram estes componentes nas últimas versões. O Elite, por sua vez foi utilizado como o teste de campo de uma versão customizada do PMW 3366, que teve sua resolução aumentada de já generosos 12.000 DPI, para absurdos 16.000 DPI.

Em termos gerais, o Elite entrega uma precisão ridiculamente alta, tanto para jogos de FPS, onde ela se faz necessária, quanto naqueles em que a movimentação precisa ser mais rápida, como MOBAs em geral. Ele também é um ferramenta muito boa para softwares profissionais, como de edição de vídeo, imagem e áudio.

O Razer DeathAdder Elite possui uma taxa de aceleração muito baixa, e trabalha muito bem com uma frequência mais alta, chegando a até 1.000 Hz, e a qualidade do sensor em si permite que o mouse opere em resoluções muito altas sem bugs. Em testes mais precisos, distorções só foram notadas a partir de 10.000 DPI, o que não acontece com o Steelseries Rival 300, por exemplo: equipado com o Pixart PMW 3310 e tendo 6.500 DPI, ele pede água de 4.000 DPI em diante. O que é não é ruim, na verdade.

No geral, um bom sensor começa a perder precisão em números a partir de pouco mais da metade do máximo de resolução, mas a qualidade do PMW 3389 se prova em permitir a operação sem perdas em números muito altos.

Botões principais, clickwheel e cabo do Razer DeathAdder Elite

Os botões principais também receberam atenção: eles contam com o switch OMRON 50M, conhecido por sua extrema durabilidade. A Razer afirma que eles resistem a até 50 milhões de cliques, e que eles são "customizados", mas na verdade a única coisa diferente que eles possuem é terem sido pintados de verde. Ainda assim, são excelentes componentes.

Como nem tudo é perfeito, os switches utilizados nos demais botões são de qualidade inferior, embora não sejam ruins. O destaque vai para os botões superiores, que utilizam switches Squared táteis, que embora genéricos, são quase imunes a acionamentos acidentais. Os laterais (switches ChangeFeng Black) são bem grandes, o que pode levar a cliques indesejados, mas são bem firmes e como os demais, podem ser configurados para macros e comandos personalizados.

Falando nisso, o software Razer Synapse é um bom caso de 8 ou 80: ele é bem preciso e oferece n opções de customização, além de controlar a retroiluminação RGB (como como produto Chroma, o Razer DeathAdder Elite pode emitir luzes em sincronia com outros periféricos), mas é bem problemático ao exigir login para ser utilizado, e as atualizações demorarem a serem instaladas.

Claro, isso no Windows 10. No macOS Mojave, eu tive problemas adicionais muitas vezes, com a interface do Synapse se recusando a abrir.

Visão lateral do Razer DeathAdder Elite, exibindo os botões laterais

O codificador do scroll também foi aprimorado, deixando de usar um da Kailh para inserir um Trantek da TTC, com níveis de rolagem firmes, bem mais suave de se utilizar; o clique oferece um bom nível de resistência, como deve ser, embora o switch seja um modelo genérico tátil não identificado.

Em testes dos mais diversos, desde jogar games de estratégia como Civilization VI a operar softwares de edição de áudio, como o Audacity, o Razer DeathAdder Elite se mostrou muito preciso. Mesmo em 16.000 DPI, é possível trabalhar e se divertir bastante, graças à combinação de bons componentes, uma boa construção e e um bom design, com uma pegada firme em qualquer forma de uso.

Conclusão

A Razer pode ter metido os pés pelas mãos com o teclado "híbrido" Ornata Chroma, mas o mouse DeathAdder Elite é uma prova de que a fabricante é capaz de apresentar bons produtos quando quer. Ele possui uma excelente construção, é equipado com o melhor sensor do mercado e entrega uma experiência de uso estelar, que o coloca à frente de todos os concorrentes de 2018.

O problema, como tudo o que envolve a Razer, é o preço.

Razer DeathAdder Elite

Com um valor médio de R$ 329, o Razer DeathAdder Elite é um senhor investimento para um mouse gamer, ainda mais se compararmos com concorrentes similares: o HyperX Pulsefire Surge, que também possui resolução de 16.000 DPI (ele utiliza o mesmo sensor) pode ser encontrado por até R$ 249, enquanto o Logitech Prodigy G403, embora só chegue a 12.000 DPI (Pixart PMW 3366), conta com uma excelente relação custo/benefício, custando em torno de R$ 189.

Ainda assim, para os fãs das versões anteriores do DeathAdder, o Elite é uma bem-vinda evolução e sem dúvida alguma, o melhor mouse que a Razer colocou no mercado até hoje; quem migrar de um modelo anterior só terá vantagens, e para quem está montando uma máquina gamer do zero, ele também é uma alternativa muito interessante.

Para todos os demais, principalmente para quem não joga ou não usa softwares profissionais, onde um mouse programável e com controle de DPI se torna uma ferramenta muito útil, o Razer DeathAdder Elite é um canhão para matar formigas, mas pode vir a se tornar um investimento de longo prazo. Tudo gira em torno de quanto você está disposto a gastar, de modo a colocar as mãos no melhor mouse de 2018.

Especificações

  • Design: Ergonômico para destros, com laterais emborrachadas;
  • Botões: Sete (dois principais, dois laterais, dois dedicados para ajuste de DPI e a Clickwheel), todos programáveis;
  • Sensor: Pixart PMW 3389 (um PMW 3366 customizado para a Razer), com resolução real de até 16.000 DPI;
  • Switch dos botões principais: OMRON 50M, proprietário;
  • Switch da Clickwheel: Tátil genérico, não identificado;
  • Switch dos botões superiores: Squared tátil:
  • Switch dos botões laterais: ChangeFeng Black;
  • Taxa de frequência (Polling Rate): até 1.000 Hz;
  • Retroiluminação: tecnologia RGB proprietária Razer Chroma, com 16,8 milhões de cores;
  • Conexão: cabo USB;
  • Dimensões: 12,7 × 7,0 × 4,4 cm;
  • Peso: 98 g (sem o cabo USB).

Pontos Fortes:

  • Boa construção interna e externa;
  • Extremamente confortável para todos os tamanhos de mãos e tipos de pegada (desde que seja a mão direita);
  • O Pixart PMW 3389 é o melhor sensor do mercado.

Ponto Fraco:

  • O preço.

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