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Samsung Odyssey Z: bonito, potente e... espera aí, quanto?! — Review

Bonito e leve, o Odyssey Z é o notebook gamer da Samsung mais potente disponível no mercado. O (grande) problema, no entanto é o preço

5 anos atrás

O Odyssey Z é o notebook gamer mais poderoso da Samsung disponível no mercado brasileiro. Equipado com um processador Intel Core i7 de oitava geração, uma GTX 1060 e 24 de RAM, ele alia uma performance muito boa para jogos com um design premium, se afastando dos clichês piscantes de sua categoria.

Só que todo esse poder e beleza têm um preço, e ele não é barato.

Samsung / Odyssey Z

Pelo preço sugerido de R$ 13.999, a Samsung oferece o que de melhor desenvolveu para a experiência gamer em notebooks, mas afinal, ele vale tudo isso? Eu te conto nos próximos parágrafos.

Design

Não dá para negar que no Odyssey Z, a Samsung caprichou. O notebook não se parece em nada com um produto gamer, exibindo um belo case com acabamento em metal e design com curvas, que cria um interessante efeito de reflexos quando a luz incide sobre ele.

O corpo interno é de plástico, com uma cor cinza seguindo a tampa externa, mas com algumas curiosas decisões de design. Além do teclado (mais sobre ele a seguir), o botão Liga/Desliga é o próprio logo da marca Odyssey, no centro da área superior. Ele muda de cor conforme o uso, indo de verde (desligado, mas carregando na rede externa) a roxo e vermelho.

Samsung / Odyssey Z fechado, visto de cima

Aliás, tirando o teclado e botão de ligar, não há outros elementos que utilizem LEDs coloridos. Não fosse o case brilhante, este notebook passaria discretamente como uma estação de trabalho, mesmo nos ambientes mais sisudos.

Na parte das portas, temos conexões suficientes para não passar necessidade: uma saída HDMI, duas portas USB Type-A 3.0, uma USB Type-A 2.0 e uma USB Type-C, compatível com Thunderbolt 3 e por causa disso, o Odyssey Z conta com suporte a placas de vídeo externas.

Ele possui também uma obrigatória porta para fone de ouvido e/ou microfone (para headsets P2 com plug único) e a necessária porta Ethernet, afinal, trata-se de um notebook gamer, e conexão cabeada é essencial para a jogatina online.

Samsung / portas do Odyssey Z (direita)

Samsung / portas do Odyssey Z (esquerda)

No geral, este notebook possui uma boa relação de design, não é tão chamativo como um modelo gamer, embora se destaque mais na multidão do que um produto corporativo. Porém, sua melhor característica é seu peso: embora seja um modelo grande, a Samsung fez uma ótima distribuição dos componentes e ainda que tenha 2,4 kg, ele não chega a ser desconfortável na mochila.

Parece estranho dizer isso, mas o Odyssey Z é um dos poucos notebooks para gamers que pode ser de fato facilmente transportado para qualquer lugar, sem ser fraco demais.

Tela e hardware

O Odyssey Z conta com um display LED de 15,6 polegadas e resolução Full HD, que é apenas... suficiente. Considerando seu preço final, a Samsung deveria no mínimo ter incluído uma tela Quad HD (2.560 x 1.440 pixels), mas não foi o que aconteceu.

Ela não é ruim entretanto: por utilizar um padrão de ângulo de visão que acreditamos ser o PLS, proprietário da Samsung, quase não há distorções de cores quando vemos o display pelos lados. E a cobertura anti-reflexo permite que o notebook seja usado em ambientes abertos.

Samsung / Odyssey Z rodando GRIS

Curiosamente, a Samsung não informa a taxa de atualização e nem o tempo de resposta da tela do Samsung Odyssey, que deveria ser o mínimo em se tratando de dispositivos voltados para o consumidor gamer. No geral, é um bom display para notebooks mais baratos, mas totalmente inadequado para um tão caro quanto este.

O teclado veio no layout básico, sem o numérico porque no lugar dele, está o touchpad. Esta decisão foi tomada porque a posição das teclas ficou bem mais para baixo do que o normal: na parte superior, estão as saídas de som e a ventilação, o chamado conjunto para garantir um melhor gerenciamento das temperaturas do Odyssey Z.

Por um lado é uma boa pedida, suas mãos não ficarão nas partes mais quentes do notebook, mas por outro o espaço foi reduzido ao extremo. Não há área suficiente para apoiar as mãos e consequentemente, o conforto foi para a cucuia. É como usar um Magic Keyboard da Apple.

Samsung / teclado e touchpad do Odyssey Z

O teclado em si não possui muitas opções de uso, é um layout US padrão, sem teclas de macro dedicadas, mas a sensação é de que você tem pouco espaço para trabalhar. O touchpad em si é bom, com uma boa relação de toque e oferecendo resistência adequada na hora de acionar os botões, mas a posição em que ele se encontra é terrível.

No fim das contas, além do fato de que todo gamer que se preze vai utilizar um mouse dedicado, é muito melhor conectar um teclado externo para usar com o Odyssey Z. E já que chegamos até aqui, não custa usar o pacote completo e ligar a saída HDMI num monitor, transformando o notebook num desktop. Aqui sim, ele se torna muito melhor para trabalho e jogos.

Se não for chegar a tanto, dá para pelo menos aproveitar o som dos alto-falantes, com um nível de volume alto e com muito pouca distorção.

Desempenho e autonomia

Samsung / touchpad do Odyssey Z

O hardware interno é um conjunto de respeito: com um processador Intel Core i7-8750H de oitava geração, uma GPU GeForce GTX 1060 com 6 GB de RAM GDDR5 e 24 GB de RAM DDR4, o Odyssey Z tem bala na agulha suficiente para executar qualquer jogo recente, inclusive em configurações altas. É aí que o sistema de refrigeração mostra a que veio, e não faz feio.

Já com jogos mais leves, desde títulos indies a games voltados a eSports, que rodam até em batatas e Avaianas de Pau, como Overwatch e League of Legends, ele nem transpira. A seguir, alguns dos testes que executei:

  • Battlefield 1 — rodou tranquilo no Ultra, com uma taxa de quadros entre 40 e 50 fps com todos os detalhes ativados;
  • Hollow Knight — executado no máximo, sem queda de quadros;
  • PlayerUnknown's Battlegrounds — rodou no máximo, com os mesmos problemas já conhecidos do game mais mal otimizado do universo: bugs com atualização de quadros e frames perdidos, mas não ligados ao hardware;
  • GRIS — rodou absolutamente liso e lindo, sem nenhum problema;
  • Sniper Elite 4 — rodou muito bem no Ultra, com detalhes reduzidos e numa taxa de quadros de até 50 fps;
  • Sid Meyer's Civilization VI — rodou no máximo, com uma taxa de quadros acima de 40 fps estável;
  • Hellblade: Senua's Sacrifice — rodou tranquilo no máximo, e com áudio binaural ativado, sem a percepção de queda de quadros.

Em termos gerais, o Odyssey Z é feito para aguentar os games mais exigentes e entrega performances adequadas para um notebook gamer. O Modo Beast, acionado por uma tecla dedicada (ele é basicamente um switch de overclock) aumenta o desempenho em até 17% segundo a Samsung, mas na prática, aumenta a quantidade de frames por segundo em cinco ou dez. Por outro lado, por forçar o hardware, as ventoinhas trabalham mais e fazem mais barulho.

Há também teclas para captura e gravação de tela, e uma muito interessante que aciona um modo silencioso, diminuindo o barulho das ventoinhas e limitando a performance geral. Tal modo é muito bom para economizar energia e usar o notebook sem incomodar os outros.

Na parte do armazenamento o Odyssey Z vem equipado com um SSD M.2 de 512 GB e tão somente (a velha estratégia da Samsung de fornecer apenas uma unidade), mas o notebook possui duas entradas, e o acesso a elas é bem facilitado. Você pode acrescentar mais um SSD, ou melhorar a performance com uma memória Intel Optane. Fica a seu critério.

Para uso não gamer, o Odyssey Z é mais do que o suficiente, e dá conta até mesmo de tarefas mais pesadas, como edição de áudio e vídeo, desde que o usuário observe as limitações do hardware.

Samsung / Odyssey Z fechado, visto de lado

Falemos então da autonomia. O Odyssey Z conta com uma bateria de 54 Wh, e como manda a tradição, ela não resiste por muito tempo longe da tomada. Em situações normais de uso, com navegação, gravação de áudio, execução de músicas e vídeo, e uso de redes sociais e Slack, o notebook não aguentou mais do que quatro horas ligado.

Para jogar, esqueça, é imperativo ter uma tomada por perto. A Samsung inclusive impede o uso do Modo Beast com o hardware usando a alimentação apenas interna, porque ele força muito os componentes e evidentemente, o consumo energético é ainda maior.

Conclusão

Não há dúvidas de que o Odyssey Z possui um excelente equilíbrio entre potência e design. Além de ser muito bem acabado externamente, ele é bastante fino e leve, e graças às suas dimensões a distribuição de peso é boa, e dá para transporta-lo sem muitos problemas para qualquer lugar.

Na parte da performance, ele atende várias situações de uso moderado a pesado por profissionais, e possui um ótimo desempenho mesmo nos games mais exigentes. Para todos os fins, você pode abri-lo facilmente e adicionar mais um SSD M.2, ou se quiser mais performance, uma memória Intel Optane para fazer o bicho voar.

Embora o design do teclado seja esquisito e nada confortável, é plenamente possível utiliza-lo como um desktop, com monitor, teclado e mouse externos. Eu diria até que esta é a melhor forma de aprecia-lo.

O grande, enorme, paquidérmico problema do Odyssey Z é seu preço: R$ 13.999 é um valor extremamente alto para a sua configuração, e para piorar, a Samsung o vende apenas através de sua loja online, logo, ele não sofrerá uma redução tão cedo.

Samsung / Odyssey Z

Pela metade desse valor, é possível comprar um Dell G7 15 na configuração máxima, com o mesmo processador, a mesma GPU e duas unidades de armazenamento (SSD de 256 GB + HD de 1 TB), e embora ele venha com menos RAM (16 GB), este notebook é expansível até 32 GB.

É inegável que o consumidor está pagando pelo design acima da performance, mas R$ 14 mil é um pouco demais para o consumidor gamer, que não liga para as aparências a menos que hajam LEDs, muitos LEDs. Estes não abrem mão de seus desktops da NASA de qualquer forma, e se forem optar por uma alternativa portátil, darão preferência a modelos mais modestos, como o Avell G1511 Fox.

Claro, sempre há os Glorious PC Gamer Master Race com dinheiro sobrando, mas estes preferirão chutar o balde de vez com monstros como o Alienware 17 R5, um "deskbook" que começa no mesmo valor que o Odyssey Z, mas na configuração máxima (com processador Intel Core i9) sai por R$ 22.969.

Assim, o Odyssey Z acaba sendo um produto sem propósito: caro demais para o que oferece, apesar de ser inegavelmente bonito e estiloso. Se a Samsung um dia começar a vendê-lo por valores entre R$ 6.999 e R$ 8.999, ele vai sair como água no deserto, mas até lá, fica difícil recomenda-lo.

Especificações

  • Processador: Intel Core i7-8750H, hexa-core Coffee Lake com clock de 2,2 GHz, TurboBoost até 4,1 GHz e 9 MB de memória cache;
  • Placa de vídeo: nVidia GeForce GTX 1060, com 6 GB GDDR5;
  • Memória: 24 GB de RAM DDR4 a 2.400 MHz;
  • Armazenamento M.2: SSD de 512 GB, com segundo slot disponível;
  • Tela: LED LCD retroiluminado de 15,6 polegadas;
  • Resolução: 1.920 x 1.080 pixels;
  • Teclado: ABNT, padrão americano e retroiluminação na cor vermelha;
  • Câmera: 720p;
  • Conectividade: Wi-Fi 802.11 ac e Bluetooth 4.1;
  • Portas: HDMI, fone de ouvido/microfone, duas USB-A 3.0, USB-C com Thunderbolt 3, USB 2.0 e Ethernet Gigabit:
  • Bateria: 54 Wh;
  • Dimensões: 37,6 cm x 25,5 cm x 1,8 cm;
  • Peso: 2,4 kg;
  • Sistema operacional: Windows 10 Home.

Pontos Fortes:

  • Belo design, com acabamento em metal;
  • Corpo fino e peso leve o tornam fácil de transportar;
  • A GeForce GTX 1060 dá conta da maioria dos games recentes;
  • Sistema de resfriamento muito bom.

Pontos Fracos:

  • Por esse preço, sem condições;
  • Tela apenas Full HD;
  • Teclado pequeno e touchpad em posição ruim.

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