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Por que o Dead Cells não deverá receber uma continuação

Apesar de ter feito muito sucesso e se mostrado um dos melhores jogos de 2018, o Dead Cells não deverá receber uma continuação e existem bons motivos para isso.

5 anos atrás

Com gráficos pixelados muito bonitos, um bom nível de dificuldade e a inusitada mistura de metroidvania com roguelike, em agosto do ano passado o Dead Cells saiu do estado Acesso Antecipado no PC e também chegou aos consoles. Quase uma unanimidade entre aqueles que lhe deram uma chance, era de se imaginar que o pessoal da Twin Motion já estivesse preparando uma continuação, mas não é bem isso o que eles tem em mente.

Ao conceder uma entrevista para a revista Game Informer (e replicada no site), o game designer Sébastien Bénard deu uma boa justificativa para o estúdio não pensar em transformar o jogo em uma série.

Em termos de uma sequência, sabemos com certeza que não é uma boa ideia insistir no seu sucesso. Se você cria um grande sucesso, o melhor é usar a sua energia para criar algo diferente. Eu não acho que faremos um Dead Cells 2. Estamos mais abertos a criar mais conteúdo e abrir mais o jogo para a comunidade. Se formos fazer um Dead Cells 2, será porque realmente precisamos de dinheiro (risos). Nós não queremos ficar presos à mesma coisa, no entanto, acho então que se voltarmos a ele, será algo bem diferente, não um jogo de plataforma ou um roguelike.

Outro comentário interessante feito por Bénard diz respeito ao início do desenvolvimento do Dead Cells. Segundo ele, o jogo que antes era chamado Hordes Zero começou há três ou quatro anos como um tower defense. Durante muito tempo o estúdio sofreu com o seu desenvolvimento, principalmente porque o game não era divertido, até que um amigo de outra empresa lhes disse que um protótipo que eles haviam criado era melhor que o estado atual do projeto.

De acordo com o game designer, aquele comentário serviu como um ponto de virada, com a equipe percebendo que eles precisavam focar no single-player. Começou ali então um processo de corte de elementos da jogabilidade, com tudo o que estava relacionado a um tower defense sendo deixado de lado e o jogo passou a se tornar mais parecido com um metroidvania. Para Bénard, fazer essa transição e descartar boa parte da ideia inicial não é algo difícil, já que nem sempre a execução de um conceito se mostra tão divertido quanto ele era no papel.

Outro ponto citado por ele e que exemplifica a maturidade do estúdio diz respeito ao Acesso Antecipado. Inicialmente eles achavam que a versão final do Dead Cells contaria com 80% de ideias da Twin Motion e 20% da comunidade, porém, hoje o jogo possui uma divisão meio a meio nesse sentido, com os jogadores tendo entendido a proposta desde o início e contribuído muito principalmente em relação ao balanceamento.

Tudo isso serve para mostrar como a independência pode ser boa. Se a Twin Motion estivesse sob as asas de uma grande editora, é muito provável que um Dead Cells 2 tivesse sido anunciado antes mesmo do primeiro ter sido terminado. Também seria normal as pessoas envolvidas na sua criação não estarem nem um pouco preocupadas com a opinião dos jogadores e assim dificilmente teríamos visto o Dead Cells se transformar num dos melhores jogos lançados em 2018.

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