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Meizu Zero, o smartphone sem botões ou entradas físicas

O Meizu Zero é um curioso smartphone que não possui botões, além de (quase) zero aberturas ou portas; até a entrada para o cartão SIM foi removida

5 anos atrás

Há de se convir que os chineses são criativos, e a Meizu não é diferente. Ela apresentou nesta semana o Meizu Zero, um smartphone-conceito que segue algumas decisões de design recentes, como a tela infinita com bordas curvas, mas inova ao não ter nenhum tipo de entrada física, e nem botões.

A fabricante se refere ao Zero como "um celular sem buracos", o que não é inteiramente verdade, mas chega perto.

Meizu / Meizu Zero visto de frente

O Meizu Zero está em desenvolvimento há pelo menos dois anos, e é inevitável o sentimento de curiosidade a seu respeito. A fabricante chinesa optou por um corpo unibody de cerâmica sem nenhum tipo de emenda, a não ser pela protuberância traseira das câmeras. Isso faz com que o aparelho não possua praticamente nenhum tipo de entrada ou saída física, ou componentes mecânicos, como botões.

Os controles de volume e o botão Power foram substituídos por sensores capacitivos, posicionados na lateral onde os componentes deveriam estar. A saída do alto-falante também foi removida, e o som é reproduzido através da tela; transdutores piezoelétricos fazem a transmissão, e o display vibra como uma membrana. Tal tecnologia já foi vista em outros smartphones, e a LG vem brincando com ela para aplica-la em suas TVs.

Porta USB-C? Nada disso. O Meizu Zero utiliza carregamento por indução, e o kit acompanha uma base de 18 W. Transferência de arquivos, só pela internet. Ele também não possui entrada para cartões microSD, mas a Meizu não informou a capacidade de armazenamento do bichinho.

Até mesmo a porta para cartão SIM dançou: o Meizu Zero faz uso de um eSIM, um cartão de operadora virtual já adotado pela Apple, nos iPhones e iPads de 2014 em diante-

Meizu / parte traseira inferior do Meizu Zero, onde pode se ver dois pequenos furos, provavelmente para os microfones

O Meizu Zero não é totalmente blindado, entretanto. Ele possui quatro furos, sendo dois na parte superior e dois na parte inferior. A fabricante obviamente não os menciona, mas é só somar dois mais dois para saber que se tratam das entradas para os microfones do smartphone. Afinal, não dá para fecha-lo totalmente.

O display OLED de 6 polegadas não possui notch (ufa!), e acomoda o leitor de impressões digitais. O design lembra muito os celulares da família Galaxy S da Samsung, com bordas finas na parte superior, onde fica a câmera selfie de 20 megapixels, e a inferior. O conjunto de câmeras duplo na traseira conta com sensores CMOS Exmor RS da Sony, respectivamente o IMX350 (20 MP) e o IMX380 (12,3 MP).

Na parte de performance, o Meizu Zero é equipado com um Snapdragon 845, o SoC topo de linha da Qualcomm em 2018 (ele deveria vir com o 855 na minha opinião, mas divago), um octa-core Kryo 385 com quatro núcleos Gold de 2,8 GHz, quatro Silver de 1,7 GHz e GPU Adreno 630, e memória RAM LPDDR4X, sem informar a quantidade.

Meizu / Meizu Zero carregando via indução

Claro que um smartphone desses deve ser recebido com um monte de ressalvas. Por depender de carregamento wireless, ele levará muito mais tempo para a bateria ir de 0 a 100%; sem uma saída física para os alto-falantes, o som não deverá ser tão alto quanto o de seus concorrentes; e a dependência do eSIM para ter acesso ao pacote de dados das operadoras limita terrivelmente os mercados em que ele poderá ser comercializado.

Hoje apenas os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Índia, Alemanha, Áustria, Croácia, Espanha, Hungria, e República Tcheca abraçaram a tecnologia. O governo chinês vem ensaiando adotar o eSIM, hoje duas operadoras habilitam o cartão virtual apenas nos Apple Watches, mas no que tange a celulares, nada ainda; tanto que a Apple lançou os iPhones XS e XS Max com duas portas físicas só na China. No resto do mundo, só uma e o suporte ao eSIM, que ainda não foi habilitado pelas operadoras brasileiras.

A Meizu não informou preços ou data de lançamento, e insiste que ele ainda é um conceito. No entanto, há boas chances de que ele esteja disponível para apreciação durante a Mobile World Congress 2019, que será realizada em Barcelona entre os dias 25 e 28 de fevereiro.

Com informações: The Verge, India Today.

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