Meio Bit » Entretenimento » Em Love, Death & Robots, Animatrix se encontra com Heavy Metal

Em Love, Death & Robots, Animatrix se encontra com Heavy Metal

Love, Death & Robots é nova série de animação NSWF criada por Tim Miller e David Fincher para a Netflix com histórias inesquecíveis e sensacionais.

5 anos atrás

Assisti ontem os primeiros episódios de Love, Death & Robots, nova série de animação criada por Tim Miller, diretor dos dois filmes do Deadpool, e o sempre sensacional David Fincher, que surgiu de um projeto dos dois pra fazer uma nova versão de Heavy - Universo em Fantasia (1981) para os cinemas, mas que acabou se transformando em sua própria antologia com histórias independentes, mas com uma coisa em comum, todas são sensacionais, além de contarem com uma censura de 18 anos, algo que Miller deve ter feito questão.

Cena de Love, Death & Robots
A parceria de Miller com David Fincher vem de um longo tempo, e já até tinha rendido pelo menos um fruto, o trailer de lançamento do Halo 4, lançado uns 6 anos atrás, mas o projeto dos sonhos dos dois era mesmo essa nova versão cinematográfica de Heavy Metal.

O IGN tem uma ótima matéria contando como o projeto de uma nova versão de Heavy Metal foi parar em Love, Death & Robots, a série NSFW da Netflix, incluindo trechos de entrevistas com Tim Miller e David Fincher que irei reproduzir neste texto. Pra resumir a ópera, digamos que em Hollywood, a briga pelos direitos autorais de algumas obras é bem complicada.

Por um bom tempo, Kevin Eastman, que era produtor da revista Heavy Metal, desenvolveu com Tim Miller e David Fincher um projeto que teria sido realmente sensacional, um filme com sete partes, com diretores como os próprios Fincher e Miller e mais Guillermo del Toro e Zack Snyder, entre outros, mas (infelizmente) esse projeto não saiu do papel. Eastman então encontrou Robert Rodriguez, que comprou os direitos do filme para fazer uma adaptação com sua produtora Quick Draw Studios. Esse filme ainda tem chances de chegar às telas de cinema.

David Fincher, pelo menos na minha humilde opinião, é um dos poucos autênticos mestres que temos na indústria do entretenimento hoje em dia, foi diretor  de clássicos como Seven: Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta e A Rede Social, sendo que este último, como bem lembrou o Marques Brownlee ontem no Twitter, está precisando urgente de uma sequência.

O diretor já tinha uma boa relação com a Netflix por Mindhunter, e eles se interessaram no projeto de fazer um reboot de Heavy – Universo em Fantasia, filme clássico inspirado na revista de mesmo nome (melhor deixar a versão de 2000 pra lá), por sua vez inspirada na original francesa Métal Hurlant, criada em 1974 pelo saudoso mestre dos quadrinhos Jean Giraud, mais conhecido como Moebius, e seus amigos Philippe Druillet, Jean-Pierre Dionnet e Bernard Farkas.

Como diretor, o último trabalho de Fincher foi o excelente Garota Exemplar (Gone Girl) inspirado no livro de Gillian Flynn, e escrito por ela, mas ele também produziu ano passado o último filme da série Millennium, A Garota na Teia de Aranha (The Girl in the Spider's Web).

Cena de Love, Death & Robots

Voltando a Love, Death & Robots, ao terminar de assistir os episódios que assisti até agora, a sensação é de que eles realmente conseguiram resgatar não só o espírito de Heavy Metal, mas também evocar os melhores momentos de Animatrix. Esse texto é só pra dar o gostinho da série, mas vocês podem contar com uma resenha completa, assim que um de nós assistir todos os episódios.

Tive que parar de assistir pra conseguir trabalhar hoje, mas a vontade sincera era mesmo ficar na frente da tela até assistir tudo, e desde já, torço pra que ela tenha uma nova temporada ano que vem, adaptando novas histórias, mas é claro, isso vai depender do sucesso da série. Tim Miller, no entanto, não está tão preocupado com isso. Ele queria contar essas histórias de uma forma única, e conseguiu.

Outra coisa bem legal é que Miller pretende aproveitar o destaque do lançamento de Love, Death & Robots para divulgar não só os livros e contos que deram origem aos episódios, mas também os outros milhares de materiais que não foram escolhidos, mas que contam com uma excelente qualidade.

Ele destaca que as histórias que eles escolheram para adaptar são apenas gotas em um imenso oceano de conteúdo escrito produzido pelos seres humanos: "se tem uma única coisa que eu espero que venha dessa série é que sim, queremos que todos assistam Netflix, é verdade – mas leia um livro. Existem tantas boas histórias lá fora. Quer dizer, essas são as que escolhemos, mas pra cada uma delas, existem milhares de grandes histórias."

Tim Miller diz que "espera que as pessoas percebam que existem um monte de histórias boas lá fora, e que eles não precisam que elas sejam apresentadas a eles. Eles podem procurá-las eles mesmos."

Cena de Love, Death & Robots

A Netflix está investindo cada vez mais em animação original, mas acho que nunca tinha chegado no nível de qualidade que conseguiram com Love, Death & Robots. Pra quem ama animação, a forte aposta da Netflix nesse mercado continua a ser muito bem-vinda, ainda mais pois já vivemos uma época mágica, com lançamentos de excelente qualidade, seja no cinema ou na TV.

Só pra dar dois exemplos, ano passado tivemos o simplesmente maravilhoso Homem-Aranha no Aranhaverso, vencedor com justiça do Oscar de melhor animação, e em breve teremos uma animação de Blade Runner feita pelo Adult Swim e pelo Crunchyroll, Black Lotus, com Shinichiro Watanabe, de Cowboy Bebop e de Black Out 2022 (prólogo de Blade Runner 2049) como diretor criativo.

Cena de Love, Death & Robots

Gosta de animação e ficção científica? Então faça um favor a si mesmo e assista Love, Death & Robots.

Clique abaixo para ver o trailer (não recomendável para menores).

relacionados


Comentários